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CIDADE & REGIÃO

26/07/2023

Operação do Gaeco do Rio prende homem em Penápolis

Imagem/Divulgação
Detalhes Notícia
Espingardas, munições e dinheiro foram apreendidos na casa, localizada em Penápolis, do suspeito de participar da quadrilha que furtava combustível

DA REPORTAGEM

Um homem de 48 anos foi preso na manhã desta quarta-feira (26) em Penápolis após ser investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP (Ministério Público) do Rio de Janeiro, durante a Operação Exagogi, deflagrada para apurar a existência de associação criminosa estruturada para a prática de crimes de furto de combustível, receptação de petróleo bruto e corrupção.
Policiais civis estiveram no imóvel do suspeito, no bairro Village Regina, acompanhados pelo delegado titular da unidade, Thales Eduardo Anhesini. Participaram da ação em Penápolis agentes do Gaeco para cumprimento de ordem de busca e apreensão. O mandado foi emitido pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do RJ.
Na residência, as equipes foram recebidas pelo suspeito. Em revista pessoal nada de ilícito foi encontrado em seu poder, entretanto, durante as buscas realizadas em um dos quartos do imóvel, os policiais encontraram, em cima de um armário, duas espingardas, uma de calibre 36 e a outra 22, além de 38 munições.
Em outro cômodo nos fundos, foi localizado mais três cartuchos, sendo dois deles .40 e uma 9mm. Agentes do Gaeco apreenderam R$ 18 mil em dinheiro dentro de uma caixa de ferro e um celular.
O homem foi levado ao 1º DP para prestar esclarecimentos. Na unidade, confessou a prática do crime. O delegado que presidiu a ocorrência arbitrou fiança no valor de R$ 2 mil para que ele respondesse ao processo em liberdade. Como a quantia foi paga, foi ouvido e liberado. 

Operação Exagogi
A Operação Exagogi foi desencadeada na manhã desta quarta-feira (26) contra o furto de combustível através da perfuração de dutos da Transpetro. Agentes saíram para cumprir 47 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná, expedidos pela 1ª Vara Especializada do Tribunal de Justiça do RJ.
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou à Justiça 27 pessoas por furto qualificado, organização criminosa e corrupção. A operação também visa identificar empresas receptadoras que adquiriram o produto desviado clandestinamente.
Segundo a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), os criminosos compravam pela internet o material necessário para as perfurações nos dutos e usavam instrumentos de qualidade duvidosa, como mangueiras inadequadas. Além disso, pessoas sem especialização realizavam as incisões para retirar o combustível.
A investigação começou em 2019, quando os agentes receberam denúncias e informações de que três caminhões estavam circulando com óleo bruto furtado no bairro Beira da Lagoa, em Quissamã. PMs foram ao local e localizaram duas carretas com o produto. Os motoristas confessaram o crime e informaram a localização do terceiro caminhão.
Segundo a DDSD, a ação criminosa já estava sendo monitorada, e 11 pessoas foram presas. De acordo com os agentes, os caminhões apreendidos armazenavam cerca de 100 mil litros de óleo bruto.
O trabalho de inteligência da delegacia comprovou que a organização criminosa tinha uma hierarquia e divisão de tarefas estruturada. Três pessoas eram apontadas como chefes, sendo que uma cuidava da organização dos motoristas e batedores; outra tratava a logística da derivação clandestina e extração; e a terceira ficava com a parte financeira e organizacional.
A quadrilha também contava com um especialista que auxiliava na instalação da mangueira no duto; aliciadores, que buscavam profissionais que trabalhavam, principalmente, em plataformas de petróleo; soldadores; ajudantes, responsáveis por localizar e preparar o terreno no qual seria realizada a derivação e, também, auxiliar nos engates das mangueiras e nos caminhões; pessoas que forneciam notas fiscais falsas e comercializavam o óleo bruto com receptadores; e fornecedores dos caminhões.
Exagogi é o termo em grego para extração.
Em nota, a Transpetro afirmou “ser vítima de ações criminosas de furto de óleo e derivados e colabora com as investigações das autoridades”.
“A Transpetro tem como maior preocupação a segurança das pessoas e do meio ambiente, pois intervenções criminosas nos dutos podem trazer riscos como vazamentos, incêndios e explosões. O transporte de combustíveis por dutos é seguro e eficiente, desde que não ocorram intervenções criminosas”, disse.

(Rafael Machi)

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