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CIDADE & REGIÃO

31/07/2015

Mulher guarda feto do filho em pote por 25 anos

Rafael Machi
Detalhes Notícia
O feto estava dentro de um pote de maionese sendo preservado por formol há 25 anos

DA REPORTAGEM

Um pequeno feto foi encontrado por coletores de reciclagem na manhã desta quinta-feira (30) no Jardim Brasília, em Penápolis. Ele estava dentro de um pote de maionese contendo formol. A Polícia Militar localizou a mulher que havia deixado o pote no lixo e descobriu que ela manteve o feto conservado no formol em sua casa por 25 anos, sedo um filho na qual sofreu aborto espontâneo na época. Hoje a mulher possui 57 anos. 
Segundo apurado pela reportagem, ela mantinha o pote dentro de uma gaveta em uma cômoda. Na manhã de ontem, seu marido realizava uma limpeza no local e sem querer acabou descartando o pote junto com um material reciclável. Uma coletora que passava pelo local, estranhou o pote dentro de um saco e ao abrir para verificar constatou se tratar de um feto. A Polícia Militar foi acionada ao local e descobriu onde a mulher morava através do endereço contido em contas que também estavam no saco de lixo. Ao ir até a casa da mulher, ela confessou para a polícia que mantinha o feto em formol e que em maio deste ano havia completado 25 anos. 

Aborto
Na delegacia, ela revelou que na época do ocorrido já tinha um filho, mas que não sabia que estava grávida. Com exclusividade, ela conversou com a reportagem do DIÁRIO DE PENÁPOLIS, e disse que em um determinado dia sentiu fortes dores na barriga, descobrindo que estava grávida e que estaria sofrendo um aborto. Ela revelou que estava em casa quando o aborto ocorreu, tendo pegado embrião e o levado ao Pronto Socorro, onde foi constatada a morte do feto. Ela disse também que depois de receber atendimento foi procurada pelo grupo de enfermagem na época que lhe ofereceram o feto em um pote com formol para que ela pudesse levar para casa e mostrar ao marido. “Foi quando peguei o feto do meu filho e o levei para casa. Fiquei triste com tudo aquilo, então o guardei na gaveta de uma cômoda”, comentou.

Sentimento
Mesmo 25 anos depois do ocorrido ainda revelou que fica triste com a perda do filho e que sempre que possível pegava o pote para vê-lo. “Tenho isso como um filho que eu não pude ter naquele momento. Às vezes eu pego o pote na gaveta e fico olhando para ele, imaginando como ele seria nos dias de hoje, podendo até ser um jogador de futebol, como o irmão dele é hoje”, revelou.
O sentimento pelo feto do filho é tão grande que ela revelou também que ele tinha até nome: Jorge. Com medo de perder o feto, ela questionou, por diversas vezes, os funcionários da Delegacia de Defesa da Mulher se depois de todo o procedimento ela poderia pegá-lo novamente. “Queria ter ele de volta, pois está comigo todo este tempo. Vou ficar ainda mais triste se eu não puder tê-lo de volta”, ressaltou.

Investigação
O delegado interino responsável pela Delegacia de Defesa da Mulher, Heweraldo Weber Gonçalves, revelou que o feto será apreendido e encaminhado ao Instituo Médico Legal (IML) para que o tempo de permanência no formol possa ser constatado. Segundo ele, o único crime que existe neste caso é o de ocultação de cadáver, mas que pode já ter sido prescrito. “O aborto espontâneo não é considerado crime, já que é algo que ocorre além da vontade da pessoa. Já o fato dela ter permanecido com este feto vai depender do laudo sobre o tempo que isto está com ela”, explicou. 
A mulher e o marido prestaram depoimento e foram liberados. Um inquérito será instaurado pela Polícia Civil para que o caso seja investigado. A polícia deverá pedir ainda ao hospital o laudo de atendimento feito à mulher na época. 


Secretário explica processo nos dias atuais

A reportagem procurou o secretário de Saúde de Penápolis, Alex Marques Cruz, para discutir sobre o assunto. Ele revelou que não sabe dizer como era o procedimento na época sobre um caso como este, mas afirmou que, nos dias de hoje, este feto não poderia ter sido entregue para a mulher, sendo-o guardado da maneira como foi. Ele explicou que em caso de suspeita de um aborto espontâneo a mulher é avaliada por um ginecologista para a constatação da morte ou não do feto.
Quando constatada a morte é feita a pesagem do mesmo. “Se constatado que ele possui menos de 500 gramas ele é submetido a uma análise anatomopatológico para a constatação do que houve com ele. Depois disso o feto é descartado como material biológico”, explicou. 
Já no caso em que um feto apresenta mais de 500 gramas, é elaborado um atestado de óbito da criança. “Depois disso, cabe à família decidir se quer ou não o enterro dela. Caso queiram ele é entregue para a funerária que faz todos os parâmetros legais. Se a família não quiser o sepultamento, aí o feto é descartado como material biológico, mas nos dias atuais eu posso garantir que um feto não pode ser entregue para a família como ocorreu neste caso”, ressaltou.

(Rafael Machi)

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