Movimento: Usinas preparam início de nova safra

Com previsão de uma safra parecida ao do ano passado, a Usina Campestre (Penápolis) e a Diana (Avanhandava), estão se preparando para dar início nos próximos dias a mais uma safra. A Campestre, conforme destacou o superintendente Paulo Katayama, a previsão é que já na próxima semana, possivelmente na terça-feira, 8, as moagens tenham início. Um procedimento corriqueiro, de colocar cana nas moendas com a intenção de “amaciar” as máquinas estava previsto para ter início no final da última semana. Os números, no tocante ao total de cana-de-açúcar a serem processados será parecido à safra do ano passado, em torno de três milhões de toneladas. Este montante de matéria priva deverá ser transformado em cerca de 189 milhões de hidratado e 2,5 milhões de sacas de açúcar. “A produção deverá ficar igual a do ano passado, porém com rendimento melhor que 2006”, afirmou o superintendente.
Apesar da produção em grande escala de automóveis biocombustíveis e pelo bom preço do álcool hidratado oferecido nas bombas, que acaba favorecendo aos proprietários dos veículos no momento do abastecimento, o grande volume de álcool que deverá ser colocado no mercado este ano traz preocupação aos usineiros. “Acreditamos que o mercado não será diferente do ano passado, provavelmente com uma pequena melhora”, reconheceu Paulo. Segundo ele, apesar do grande anúncio feito pela grande Imprensa no sentido do Brasil exportar o produto em grande escala, até o momento estas previsões não se concretizaram. Com isso, tudo leva a crer que a maior parte do álcool combustível que será produzido deverá ser consumido pelo mercado interno. Além disso, com a entrada em funcionamento de mais usinas, a produção irá aumentar consideravelmente. “Além da região, unidades no Mato Grosso e Goiás entrarão em funcionamento pela primeira vez”, destacou Paulo. Para ele, um fator que trás expectativa positiva está relacionada ao preço do barril do petróleo, que está tendo seguidos aumentos. “Em compensação o preço do Dólar americano está oscilando e tudo isso mexe com mercado externo, o que nos leva a apenas aguardar o desenrolar dos meses para ver como os preços irão se comportar”, analisou o superintendente. A Usina Campestre irá gerar diretamente mais de dois mil empregos na lavoura e indústria, e outros tantos indiretos. Uma missa solene, que já é tradição, irá marcar o início da safra deste ano.

Diana inicia safra este mês
A Usina Diana, de Avanhandava, deverá iniciar a safra deste ano no próximo dia 15. A informação foi dada pelo proprietário, Roberto Sodré Egreja. A previsão é que a empresa irá moer aproximadamente 800 mil toneladas que serão transformadas em cerca de 50 mil toneladas de açúcar e 30 milhões de litros de álcool, entre anidro e hidratado. Conforme Roberto Egreja, entre a lavoura e a indústria serão gerados cerca de 1.100 empregos diretos. “Indiretamente serão muitas outras pessoas beneficiadas”, argumentou o proprietário. A partir deste ano a direção colocará em prática o corte da cana-de-açúcar em 40% de forma mecanizada, o que evitará as queimadas dos canaviais. Em contrapartida, o total de pessoas a serem contratadas para o corte será reduzido. Roberto Egreja também se mostrou apreensivo quando a comercialização dos dois produtos. “O setor está crescendo, enquanto que a demanda não está acompanhando da forma que deveria”, avaliou o usineiro. Roberto lembra que há quatro anos o litro do álcool hidratado custava bem mais caro nas bombas do que atualmente. A superprodução do produto é apontado por ele como uma das causas, enquanto que as exportações em grande escala ainda não tiveram início. Um culto ecumênico, que é tradição na empresa, marcará o início dos trabalhos. Com o início das movimentações, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Penápolis está programando para o próximo dia 15 a primeira rodada de negociações quanto aos salários a serem pagos aos cortadores de cana. (SRF)

Foto: Safra terá início este mês com expectativa de produção parecida a de 2007