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CIDADE & REGIÃO

30/06/2023

Ministério Público: Inquérito Civil é instaurado para apurar possível omissão na instalação do AME em Penápolis

Imagem/Arquivo DIÁRIO
Detalhes Notícia
Pedido de instauração de inquérito junto ao Ministério Público foi feito pelo vereador Paulinho do Esporte (União Brasil) com embasamento em uma determinação Judicial em Presidente Venceslau

DA REPORTAGEM

O Ministério Público (MP) de São Paulo instaurou um Inquérito Civil contra o Estado de São Paulo para apurar eventual omissão do Governo estadual na instalação do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) em Penápolis. A instauração foi feita pela promotora em Penápolis Flávia de Lima e Marques, que recebeu um documento do vereador Paulo Henrique Castelleone Sanchez, o Paulinho do Esporte, do União Brasil, com pedido de esclarecimento dos fatos. O MP quer saber a razão do AME não ter sido instalado na cidade, apesar de, em 2018, o então governador do Estado, Márcio França, ter anunciado a vinda do ambulatório ao município, chegando a assinar a autorização para o projeto e a contratar uma Organização Social de Saúde (OSS) para gerir o AME. Naquele ano, França, que tentava a reeleição, foi derrotado pelo candidato João Dória, que suspendeu este e outros contratos do governo anterior ao assumir o poder, em 2019. 
Na portaria do MP, a promotora considerou que visa obter mais informações sobre o caso e destacou que um ofício havia sido enviado à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo solicitando esclarecimentos a respeito das providências para implementação do AME em Penápolis, tais como previsão para início dos serviços e esclarecer o motivo do serviço não ter sido implementado. Sobre o ofício, ela ressaltou que a Secretaria de Saúde enviou resposta afirmando apenas que não há plano, nem previsão para implantação do referido serviço no município.
O Ministério Público levou em consideração ainda que a “saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”, destacou.
Além disso, a promotora destacou também que há indícios de possível omissão estatal violadora do direito à saúde dos munícipes e que há a necessidade da coleta de outras informações para orientar a eventual tomada de providências legais e pertinentes. 
Entre as informações iniciais questionadas pelo MP à Secretaria Estadual de Saúde, que estabelece prazo de 30 dias para as respostas, sobre o que aconteceu para o AME não ter sido instalado em Penápolis, embora esteja vigente o Decreto Estadual nº 63.645, de 07 de agosto de 2018; quais os fundamentos de fato e de direito que sustentam a decisão do governo de não instalar o referido serviço na cidade; se o Estado está adotando qualquer medida necessária para a implantação do AME em Penápolis; e também quais Municípios seriam atendidos pelo AME de Penápolis.

Embasamento
Em documento protocolado junto ao Ministério Público em Penápolis, o vereador Paulinho do Esporte se embasou em fato ocorrido na cidade de Presidente Venceslau, na região de Presidente Prudente. No documento, ele explica que a Justiça condenou, em primeira instância, a Fazenda Pública do Estado de São Paulo a implantar uma unidade do AME em Presidente Venceslau, sob pena de multa diária de R$ 20 mil. Apesar disso, ainda cabe recurso. Segundo o documento, o AME daquele município havia sido criado também em 2018 pelo Governo do Estado através de decreto. 
De Acordo com o vereador, o caso ocorrido em Presidente Venceslau foi o mesmo que ocorreu em Penápolis. “É exatamente o mesmo que aconteceu em Penápolis, e em nosso caso, com uma situação ainda melhor, já que a reforma do prédio onde iria funcionar o serviço, já estava acontecendo, bem como já havia sido realizada a licitação para definição da Organização Social para gerir o AME”, disse Paulinho do Esporte. 
Ele destacou também que, diante do decreto e outras providências que já vinham sendo tomadas pelo governo à época, Penápolis teve o AME sacramentado em Penápolis. “Isto desmente a fala de algumas pessoas que dizem que a cidade nunca teve AME. Teve sim, já que para o cumprimento de todas as fases aqui citadas, existe a necessidade de dotação orçamentária”, enfatizou.
No documento apresentado ao Ministério Público, Paulinho do Esporte lembrou que que a população de Penápolis e da região que precisa de atendimento junto ao AME precisa se deslocar até Araçatuba, enfrentando grande espera para agendamento de consultas. O vereador finalizou ainda pedindo para que “justiça seja feita”. “Esperamos que a justiça seja feita e que Penápolis volte a ter o AME, que nos foi tirado. Uma unidade desta envergadura em nossa cidade, seria de fundamental importância, já que o nosso sistema de saúde apresenta grande falta de médicos especialistas”, finalizou Paulinho do Esporte.

Disputa e decreto
A conquista do AME em Penápolis se tornou uma das principais brigas do então prefeito em Penápolis, Célio de Oliveira, em seu segundo mandato, com o governo de São Paulo à época. No início de 2017, o prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB), entrou na “disputa” ao anunciar publicamente que também brigaria para que a aquela cidade pudesse ter um AME Cirúrgico, já que dispunha de um AME Ambulatorial.
Na época, o anuncio havia sido feito por ele durante a realização de um encontro com diversos prefeitos da região para discutir a criação de uma associação regional de municípios. Naquele ano, o então governador do Estado era Geraldo Alckmin (PSDB), mas se afastou do cargo para concorrer ao cargo de Presidente da República. Com seu afastamento, Márcio França, então do PSB, assumiu o Estado. Em junho de 2018, França esteve em Penápolis e, finalmente anunciou a instalação do AME na cidade, chegando a assinar a autorização para o projeto. Às vésperas do início da campanha eleitoral em que França tentaria sua reeleição, o então prefeito Célio de Oliveira declarou seu apoio ao governador que determinava a instalação do AME em Penápolis, mesmo sendo do mesmo partido que João Dória (PSDB) - que tentava a eleição ao Governo, por tanto, concorrendo com França. Ao assumir seu apoio a França, Célio criticou o PSDB, e também João Dória. O fato gerou a expulsão de Célio do partido, semanas depois.
Mesmo após perder a eleição para Dória, França manteve seu compromisso com Penápolis e deu prosseguimento à instalação do AME. O município chegou a alugar um prédio para receber o ambulatório e uma Organização Social (OS) havia sido contratada pelo Governo do Estado para gerir o AME. Até mesmo um repasse de R$ 6 milhões havia sido feito pelo Estado à OS para o início dos trabalhos.

Revogação
Logo nos seus primeiros dias de mandato, em janeiro de 2019, João Dória suspendeu os contratos firmados com Penápolis pelo governo anterior alegando reavaliação de contratos e depois o contrato com a OS foi revogado.
Apesar da revogação do contrato e a dúvida sobre a instalação do AME, o prefeito de Penápolis continuou as tratativas para a concretização da instalação do ambulatório na cidade, o que nunca aconteceu.

(Rafael Machi)

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