Menina afogada visita bombeiros que a salvaram

DA REPORTAGEM

O cabo Jair Soares Nogueira e os soldados Elton Ricardo Soler Ferreira e Milton Antônio Passarini Júnior, do Corpo de Bombeiros de Penápolis, não conseguiram conter as lágrimas ao receberam, nesta semana, a visita da pequena Lívia D’Angelo Fabiano, de dois anos, que foi salva por eles ao se afogar em uma piscina na tarde do dia 30 de novembro enquanto estava na casa da avó. A menina, que ficou internada por 11 dias, visitou na manhã de quinta-feira (15) o posto dos bombeiros de Penápolis acompanhada do pai, Rodrigo Fabiano e do irmão mais velho, Davi. Na oportunidade, os bombeiros ficaram bastante emocionados ao verem que a menina se recuperou de forma bastante positiva, já que ela corria o risco de ficar com sequelas devido à falta de oxigenação no cérebro. “Ficamos muito contentes quando soubemos que ela havia se recuperado e que estava em casa, e ansiosos por sua visita, pois seu resgate mexeu muito conosco. Ficamos muito apreensivos no dia e torcemos muito por sua recuperação”, afirmou o cabo Nogueira.
Bastante tímida, a menina permaneceu quase todo o tempo no colo do pai, entretanto, conforme recebia o carinho dos bombeiros que a salvaram, ela recebeu o abraço de cada um deles. Para o pai, a experiência vivida pela filha é algo que ele nunca mais espera passar. Rodrigo é farmacêutico e contou que estava trabalhando na cidade de Birigui quando recebeu a notícia do acidente. “Vim o mais rápido que pude, foi um grande susto e quando cheguei vi que ela já estava recebendo todo o atendimento necessário. Mas a preocupação e a angústia só passaram mesmo quando recebemos a notícia que ela poderia voltar para casa. Lívia havia sido internada no Hospital Estadual de Bauru, onde recebeu o tratamento necessário depois dos primeiros socorros recebidos no Pronto Socorro de Penápolis. “Hoje estamos muito felizes por ter dado tudo certo e fiz questão de trazer minha filha para que os bombeiros que a resgataram pudessem a conhecer melhor como forma de retribuição ao carinho e dedicação destes grandes homens”, enfatizou.

Emoção à flor da pele
Difícil mesmo foi cada um dos bombeiros envolvidos conterem as lágrimas ao lembrarem o momento do resgate de Lívia. Para Passarini, que fez questão de mostrar os caminhões aos irmãos, não existe palavras para descrever a emoção. “É difícil falar de uma situação como esta. Quando há crianças envolvidas, somos tomados por uma emoção muito forte e a única coisa que queremos é poder fazer o resgate o quanto antes e poder salvá-la”, comentou. Nogueira explicou que a agilidade no momento do resgate foi fundamental para salvar a menina. “Quando recebemos a informação do afogamento, estávamos em deslocamento para a base. Já estávamos na rua e, por uma obra de Deus, próximos do local, levamos cerca de 30 segundos para chegar e iniciarmos os procedimentos. Isso foi fundamental para que esta menina linda estivesse aqui conosco hoje”, afirmou com lágrimas nos olhos. Já o soldado Soler, revelou que foi tomado pela emoção desde os primeiros momentos. “Acima de tudo somos humanos. Quando deixamos a menina no hospital e retornamos para o posto já estávamos todos emocionados coma situação. Ainda dentro da viatura, olhávamos uns para os outros e não conseguíamos pronunciar uma palavra. Da mesma forma quando chegamos ao posto; cada um foi para um canto chorar, tamanha a emoção”, disse bastante emocionado. 
Ainda segundo o soldado, a emoção é ainda maior quando se tem filhos. “Me, coloco na situação deste pai ao saber que a filha está entre a vida e a morte e começo a imaginar a situação comigo. O tempo que levamos para chegar ao local, diante da situação que a criança estava foi incrível. Posso afirmar que ela está viva não por nós, mas por obra de Deus, que fez as coisas acontecer da melhor forma para o resgate da Lívia”, disse comovido ao ser abraçado pelos companheiros de trabalho. 

O acidente
O fato aconteceu no bairro Santa Cecília. A criança estava sobre os cuidados da avó, que se distraiu. Segundo informações do Boletim de Ocorrência e também com o apurado pela reportagem no dia, a avó da criança disse que estava na guarda de seus dois netos. Ela teria as deixado brincar à beira da piscina. Em determinado momento, ela se distraiu com outros afazeres quando ouviu o outro neto gritando por socorro. Ao se aproximar, viu quando a menina estava caída dentro da piscina e de bruços. A avó disse ainda que, pulou na piscina e retirou a criança, momento em que começou a gritar por socorro, chamando a atenção de vizinhos que acionaram o Corpo de Bombeiros de Penápolis. Enquanto a equipe se deslocava, uma pessoa que estava com a criança recebeu informações, através do atendente do Posto, de como proceder para auxiliar no resgate. Com a chegada dos Bombeiros, a criança foi levada para o Pronto Socorro. No caminho, ela recebeu todo o procedimento de primeiros socorros, sendo atendida por médicos e enfermeiros já no hospital. (Rafael Machi)