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CIDADE & REGIÃO

09/11/2016

Melhores condições: APAE paralisa atividades por um dia como protesto

Imagem/Divulgação
Detalhes Notícia
Representantes da APAE de Penápolis estiveram nesta segunda-feira (07) na Câmara de Vereadores expondo a as reivindicações e pedindo apoio

DA REPORTAGEM

Assim como as APAEs de todo o Estado de São Paulo, a de Penápolis também paralisará suas atividades nesta quinta-feira (10) em reivindicação a diversos assuntos relacionados à parceria entre as APAEs e a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Entre elas, estão as verbas repassadas às entidades do estado e o plano de inclusão à rede de ensino regular que o governo tem aplicado aos alunos que possuem algum tipo de deficiência intelectual e múltipla. A medida visa pressionar a Secretaria em relação a estas melhorias, visando beneficiar os alunos das APAEs e os atendimentos prestados nas sedes das entidades, além de pedir melhores condições das escolas da rede estadual ao receberem os alunos participantes do programa de inclusão.
De acordo coma diretora da APAE de Penápolis, Iara Alves de Lima, a paralisação da entidade na cidade atingirá os alunos que frequentam o espaço. “Neste dia não receberemos os alunos, cujos pais já estão sendo avisados. Entretanto, teremos um momento de encontro com estes pais, pois queremos expor a situação que as APAEs, inclusive a de Penápolis têm vivido com a defasagem de verbas repassadas e também pelo descaso que muitos alunos terão que enfrentar ao serem transferidos para escolas que, infelizmente, não tem condições de receber pessoas portadoras de necessidades especiais”, comentou.
Como parte do movimento de reivindicação, dois encontros estão programados para ocorrer neste dia, na sede da entidade, entre funcionários, pais e toda a comunidade interessada, sendo às 08h00 e às 16h00. “Vamos expor a situação e pedir o apoio da comunidade. Somos a favor da inclusão nas escolas, mas desde que isso seja feito de forma correta e com todo o acompanhamento necessário, pois os alunos precisam de atenção especial”, afirmou.

Repasses
Iara explicou que a APAE de Penápolis, por exemplo, recebe, referente à parte de seus alunos, R$ 4.312 do Fundeb, por ano, o que dá cerca de R$ 360 por mês por cada aluno conveniado. Já o estado, paga R$ 3.500 pela outra parte dos alunos por ano. Ou seja, cada aluno conveniado ao estado recebe cerca de R$ 291 por mês.
Em visita recente a Penápolis, a presidente da Federação das APAEs de São Paulo, Cristiany de Castro, disse que um aluno do ensino regular custa ao governo 800 por mês. Cristiany explicou que a contrapartida que as Apaes precisam ter em relação aos gastos por aluno são muito grandes e que por isso a ajuda da população tem sido fundamental. “Hoje as APAEs dependem de seus próprios meios para se manterem, uma delas é através de colaborações recebidas. A contrapartida que temos com os alunos é muito grande, por isso, estamos discutindo este assunto, já que não podemos continuar desta forma e temos que buscar, junto ao governo, meios para melhorarmos esta situação”, disse a presidente ao DIÁRIO DE PENÁPOLIS durante sua visita á cidade.
De acordo com a coordenadora pedagógica da APAE de Penápolis, Roseli Granato, de uns anos para cá, o governo passou a exigir que as APAEs de todo o estado tivessem adequações voltadas para os alunos especiais. Entre estas exigências está a contratação de profissionais da área da saúde. “Muitas destas exigências são voltadas para profissionais da saúde e que acabam tendo que ser custeados pela própria APAE, já que o dinheiro que recebemos do Estado não pode ser usado para o custeio destes profissionais, mas somente os da educação. O que questionamos é como uma APAE vai contratar uma neuropedagoga, uma psicóloga, entre outros profissionais da saúde exigidos pelo estado, se o próprio governo não aumenta nossos repasses? É aí que entram os diversos trabalhos que fazemos para arrecadar fundos”, lamentou Roseli.

Inclusão
Outra reivindicação é em relação à proposta do governo de encerrar as atividades das APAEs no estado para que os alunos possam ser inclusos na sala de aula regular e que vem sendo discutida há tempos. Iara e Roseli concordam que a inclusão é importante para um aluno com deficiência intelectual e múltipla, entretanto, isso precisa ser feito de forma cuidadosa. “Isso por que um aluno especial necessita de muitos cuidados para que ele possa se sentir bem e ter um aprendizado rentável. Infelizmente, muitas escolas não têm estas condições. Outra coisa que não entendemos é como que o governo exige da APAE a contratação de um grupo de profissionais voltados para o cuidado deste alunos, sendo que o próprio governo não disponibiliza estes profissionais na rede regular”, ressaltaram.
Em 2015, a APAE de Penápolis encaminhou 12 alunos para a sala de aula regular em escolas da cidade, tanto da rede pública como particular. Destes, apenas quatro conseguiram se adaptar, enquanto os demais necessitaram voltar, a pedido dos pais, para a APAE por conta de problemas de inclusão e por queda no rendimento escolar. “O que queremos deixar claro é que não somos contra a inclusão, mas desde que ela seja feita dentro de uma estrutura aceitável ás necessidades dos alunos”, finalizaram.

(Rafael Machi)

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