Medicina: Alunos da Funepe iniciam internato na Santa Casa de Jaú

DA REDAÇÃO

Os alunos da primeira turma do curso de Medicina da Funepe (Fundação Educacional de Penápolis), composta por mais de 60 estudantes, iniciaram nesta semana a fase de internato na Santa Casa de Jaú, distante 208 quilômetros de Penápolis. O internato corresponde ao estágio obrigatório e seu funcionamento é regulamentado pelo Ministério da Educação (MEC).
Este estágio foi viabilizado em parceria com o hospital daquela cidade, que, segundo os gestores da faculdade, atende as necessidades e exigências feitas pelo MEC para que o processo de internato tenha validade legal.
Tais exigências incluem, no caso do estágio hospitalar, atendimentos de alta complexidade, UTI Pediátrica, atendimentos para gestantes de alto risco, hemodiálise, realização de cirurgias neurológicas, torácicas, cardíacas e elevada taxa de ocupação de leitos.
Em relação às unidades básicas de saúde, além de infraestrutura que comporte os grupos de alunos para proporcionar o rodízio entre as unidades, também se exige volume adequado de atendimentos. 
Segundo a diretora geral da Fafipe (Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Penápolis), Fabiana Ortiz Tanoue de Melo, sempre existiu o interesse para que os alunos do curso de medicina em Penápolis pudessem realizar o internato na cidade. “Isso, sem dúvidas, é muito interessante para a cidade, que ganha na área da saúde. Além disso, para nossos alunos também seria muito bom, assim eles não precisariam sair da cidade e concluir o curso em Penápolis”, comentou.

Estudo
Entretanto, é necessário que o internato tenha a aprovação do MEC para que o curso tenha validade legal. Visando esta certificação do Ministério da Educação, a Funepe viabilizou um estudo através do consultor Danilo Carvalho Oliveira, doutor em Saúde Pública, mestre em Gestão das Organizações da Saúde pela Faculdade de Medicina da USP, especialista em Certificação de Hospitais de Ensino, que atua em São Paulo para realizar o estudo de viabilidade do internato em Penápolis.
“Porém, infelizmente, o estudo mostrou que a estrutura da saúde local não atende todas as exigências do MEC e nem do projeto pedagógico aprovado pelo Conselho Estadual de Educação em 2017. Para que nós pudéssemos aplicar o internato em Penápolis, teríamos que ter um hospital que oferecesse atendimento de alta complexidade, UTI neonatal, além do fluxo de pessoas para atendimentos, entre outras exigências, o que, neste momento, inviabilizou a internato, já que ele não teria validade junto ao MEC e o curso poderia ser até mesmo fechado”, explicou a diretora. 
Já o coordenador de Graduação da Fafipe, Wesley Chotolli, acrescentou que a Faculdade não descarta a possibilidade do internato ser realizado futuramente em Penápolis e acrescentou que a Funepe e a Fafipe ainda se colocam à disposição para ajudar no que for necessário para a viabilização do processo.
“É possível o internato em Penápolis futuramente caso o poder público local obtenha credenciamento junto a DRS (Departamento Regional de Saúde) de Araçatuba e do CIR (Comissão Intergestora Regional), que viabilize o aumento da complexidade hospitalar, novas habilitações médicas, o que gera aumento na taxa de ocupação hospitalar e no fluxo de pessoas, atendendo as exigências do internato”, afirmou. 

UBSs
Sobre as Unidades Básicas de Sáude (UBSs), a diretora geral da Fafipe acrescentou que, recentemente, foi feito pedido junto ao Executivo Municipal, que ainda está dentro do prazo de resposta, para que as UBSs possam ser utilizadas para os trabalhos de observação dos alunos. Este processo é diferente do internato, já que, neste momento, os alunos apenas acompanham os profissionais em seus atendimentos e os casos são discutidos em sala de aula. “Além disso, os alunos podem contribuir com a participação em campanhas de saúde e em outros trabalhos que possam beneficiar a população”, acrescentou. O mesmo já vem sendo realizado em parceria com cidades da microrregião, como Braúna, Barbosa e Alto Alegre. 

Jaú
Segundo Fabiana, tem sido cada vez mais difícil encontrar hospitais capazes de atender as exigências e número de alunos das faculdades de medicina. A diretora geral da Fafipe informou que a organização de ensino buscou diversos lugares que se adequassem a todas as exigências do MEC para o internato, sendo Jaú o local mais próximo, com hospital capaz de oferecer aos alunos a estrutura completa necessária. A informação é de que a princípio, Araçatuba poderia ser o destino dos estudantes para o internato na parte de complexidade hospitalar, exigida pela carga de aprendizado, com complementação na saúde básica em Penápolis, no entanto não foi possível firmar parceria naquela cidade, visto que o hospital adequado, com o nível de complexidade hospitalar e fluxo de pessoas, passou a atender alunos de faculdade local.