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CIDADE & REGIÃO

25/05/2017

Maio Amarelo revela índices de bebidas com direção perigosa

DA REDAÇÃO
 
Estamos em plena campanha “Maio Amarelo”, coordenada pelo Poder Público e sociedade civil, com o objetivo de alertar a sociedade sobre os altos índices de acidentes e mortes no trânsito e promover a segurança viária. Segundo a última edição do relatório Retrato de Segurança Viário, o excesso de velocidade, a associação entre bebida alcoólica e direção, o não uso de cinto de segurança ou capacete e o uso de celular são alguns dos principais fatores de risco para o envolvimento em acidentes de trânsito. 
De acordo com um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e publicado na revista Addiction, 40% das vítimas fatais de acidentes de trânsito ocorridos entre 2014 e 2015 na cidade de São Paulo haviam consumido bebidas alcoólicas. Dados recentes do inquérito Vigitel revelam que nas capitais brasileiras 12,9% dos homens e 2,5% das mulheres admitiram dirigir depois de consumir bebidas alcoólicas. 
Vale ressaltar que o Brasil conta com a Lei Seca, que não tolera a presença de qualquer quantidade de álcool na respiração ou sangue dos condutores. Esta lei extremamente rigorosa surgiu para lidar com o excesso de mortes relacionadas com o trânsito no país. Após a sua implementação, verificou-se uma redução generalizada de episódios de beber e dirigir na maioria das capitais estaduais. Contudo, em São Paulo, a maior cidade da América Latina, isso não ocorreu. 
No Brasil, a maioria dos acidentes com veículos ocorrem ao amanhecer, durante os finais de semana, quando as pessoas saem das baladas. Uma pesquisa realizada no sul do Brasil mostrou que o padrão de consumo conhecido como binge drinking (BD), ou beber pesado episódico (BPE) também está associado ao ato de beber e dirigir.  Este padrão se caracteriza pelo consumo de quatro ou mais doses de álcool em uma única ocasião para mulheres, e cinco ou mais doses para homens, em um período de duas horas, aumentando a concentração de etanol no sangue de 0,08% ou mais. Os adolescentes e jovens adultos estão entre os que mais realizam esse padrão de consumo, sendo os bares e baladas o principal local para essa prática. Além disso, houve um aumento de episódios de beber e dirigir entre as mulheres.

Open Bar
Um estudo realizado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), com 2422 entrevistados na entrada de 31 casas noturnas de São Paulo, mostrou que 22,8% estavam de carro ou moto.
Esse grupo era composto de adultos (25-34 anos), solteiros, de classe social média/alta e curso superior. Ainda sobre esse estudo, dados publicados em março deste ano, apontaram que o comportamento de risco mais prevalente após as baladas é o de beber e dirigir, praticado por 27,9% dos homens, e 20,4% das mulheres com idades entre 18 e 24 anos.
A pesquisa revelou ainda que cerca de 30% dos entrevistados saíram dos estabelecimentos com dosagem alcoólica no sangue equivalente à prática de BD. O uso em excesso aumentou em 9 vezes para os homens e 5 vezes para as mulheres a chance de ocorrerem episódios de amnésia alcoólica, ou seja, não saber o que lhe ocorreu após a saída do bar.
O padrão binge de consumo está fortemente associado às festas do tipo open bar, que nos últimos dias foram notícia em diversas mídia sobre festas em escolas particulares de ensino médio. A última edição da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE, 2015) já havia apontado para um aumento de 55% no número de adolescentes que já experimentaram bebidas alcoólicas.
“Bares ou festas que adotam esse sistema, permitindo o consumo ilimitado de bebida, induzem as pessoas a beberem excessivamente, justificando o valor pago pela entrada”, alerta Arthur Guerra, presidente do Centro de Informações em Saúde e Álcool (CISA). “Atualmente, o open bar é a estratégia de venda mais associada ao consumo nocivo de álcool no país e no exterior. No Brasil, essa prática é permitida e muitas vezes incentivada. ”

Falta Fiscalização
Fica claro que, mesmo com uma lei extremamente restritiva, não há fiscalização. Por isso as pessoas não se sentem intimidadas pela “Lei Seca” e não há mudança de comportamento. Como ocorre em outros países, o Brasil poderia estabelecer a exigência de licença especial para os estabelecimentos que vendam bebidas alcoólicas e o aumento de taxação sobre esses produtos. 
Contando, é claro, com um sistema eficiente de fiscalização para coibir a venda ilegal de bebidas. Esses dados nos levam a grandes questões: Por que as pessoas ainda dirigem após beber? Qual é o papel das casas noturnas no comportamento de beber e dirigir? 
Apesar dos dados científicos que mostram os perigos das festas open bar, por que elas continuam ocorrendo? “O Movimento Maio Amarelo é uma iniciativa incrível que vem na esteira da conscientização e da prevenção, contudo, a sociedade precisa se engajar numa mudança de comportamento no beber e dirigir, aliada a um sistema firme de fiscalização”, avalia o Dr. Arthur Guerra.

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