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CIDADE & REGIÃO

14/05/2017

Mãe e filhas: Família separada pela Justiça passa Dia das Mães junta

Imagem/Rafael Machi
Detalhes Notícia
Lúcia (dir.) reencontrou sua filha mais velha, Carolina, e sua filha mais nova, que não pôde ter sua identidade revelada por questões judiciais

DA REPORTAGEM

Passar o Dia das Mães ao lado da pessoa que se ama, é o que todos querem num dia tão especial onde se lembra daquela que sempre está ao lado quando se precisa.
Entretanto, alguns não podem ter esta alegria, enquanto outras saboreiam pela primeira vez este momento ao lado de sua mãe. Este é o caso de duas filhas que foram separadas há quase dez anos de sua mãe, na cidade de Alto Alegre, e que somente agora estão tendo a oportunidade de passar este dia juntas, graças ao esforço de órgãos assistenciais daquela cidade e também de Penápolis, como a Residência Inclusiva da APAE, que mantém um trabalho de ressocialização de pessoas com deficiência intelectual. Maria Lúcia dos Santos, de 44 anos, é mãe da jovem Ana Carolina dos Santos, 18, e também de uma menina de 12 – a qual não pôde ser identificada. 
Após, anos separadas elas se reencontraram no fim do mês de abril e poderão comemorar, novamente, a data juntas. A história de Lúcia, como é conhecida, começou na cidade de Alto Alegre, quando morava com sua mãe, Maria José dos Santos. Lúcia tem deficiência intelectual e quando teve sua primeira filha não tinha condições de cuidá-la por conta dos problemas que apresentava. A falta de disciplina para tomar seus remédios e fazer o tratamento necessário dificultava ainda mais sua situação. 
Por conta dos problemas de Lúcia e falta de condições de sua mãe em ajudar nos cuidados da neta, por conta da idade, fizeram com que a Justiça afastasse Carolina quando ainda era pequena, sendo ela acolhida em uma residência que cuida de crianças que apresentam vulnerabilidade, a popular Casa Abrigo. 
Desde então, Lúcia passou a ser acompanhada pelo serviço de Assistência Social de Alto Alegre e algum tempo depois acabou engravidando novamente, dando a luz à sua segunda filha. Entretanto, novamente ela teve que se separar de sua outra filha, que também foi acolhida na Casa Abrigo. Sabendo da situação de Lúcia, e havendo as devidas condições de acolhê-la, a Residência Inclusiva da APAE de Penápolis a recebeu diante de seu perfil. Desde então Lúcia passou a receber os devidos cuidados, o que, segundo a coordenadora da Residência, Marta Schleifr Braga, possibilitou melhora significativa na vida de Lúcia. “Ela passou a ter um controle melhor dos remédios que tomava, já que ela se recusava a se medicar de forma correta. Além disso, ela passou a ser acompanhada mais de perto por profissionais, além de se ocupar com atividades terapêuticas, o que a ajudou muito neste período”, explicou.

Reencontro
Anos após estar na Casa Abrigo, Carolina – a filha mais velha – completou seus 18 anos e por estar com a maioridade e também ter o perfil para acolhimento na Residência Inclusiva, foi recebida pelas profissionais.
O reencontro da mãe com a filha mais velha foi marcada pela emoção. Como tinham conhecimento da história e através de uma parceria com a Casa Abrigo, as duas filhas puderam se encontrar com a mãe, o que segundo a assistente social da Residência, aumentou ainda mais a emoção. “Foi algo muito lindo. Todas elas apresentam deficiência intelectual e suas emoções são expressas de forma bastante limitada. Entretanto, neste dia, elas foram tomadas por uma emoção que contagiou a todos. Elas ficaram juntas por um bom tempo e depois disso a demonstração de carinho foi mútua”, descreveu. 
A mãe de Lúcia vive hoje no Lar Vicentino de Penápolis e a cada 15 dias as quatro têm a oportunidade de ficarem juntas. Para a psicóloga Letícia Maria Pereira, a oportunidade de unir a família é algo que tem feito muito bem para todas. “A alegria quando se juntam fica perceptível em todas elas. O reencontro das netas com a avó também foi algo emocionante, pois houve a mesma troca de carinho, após estarem afastadas”, ressaltou. 
Hoje, Lúcia e Carolina moram juntas na Residência Inclusiva e a filha mais nova deve ser acolhida também quando completar 18 anos. “Esta história nos chamou muito a atenção, pois se trata de uma mãe separada das filhas, não por negligência ou coisa do tipo, mas por conta de suas limitações em oferecer o cuidado necessário. Hoje estamos proporcionando esta alegria para elas, a oportunidade de estarem juntas e viverem este primeiro Dia das Mães juntas”, enfatizou a terapeuta ocupacional Agueda Tibolone Ribeiro Nanni. 

Residência Inclusiva
A Residência Inclusiva da APAE de Penápolis foi inaugurada em dezembro de 2013.
O projeto é uma realização conjunta da APAE com a Prefeitura Municipal, por meio da Sasc (Secretaria de Assistência Social e Cidadania); Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social; e Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social. O serviço designado Residência Inclusiva faz parte do Plano Nacional de Direitos das Pessoas com Deficiência – Viver sem Limites. Tal serviço é considerado base fundamental para o bem estar e qualidade de vida destas pessoas a quem ele se dedica. Trata-se de uma resposta aos anseios da sociedade no âmbito da área da pessoa com deficiência. A residência oferece serviço de acolhimento institucional para até 10 jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência, que não disponham de condições de retaguarda familiar ou de autossustentabilidade, em atendimento ininterrupto, 24 horas por dia.
A unidade dispõe de equipe especializada e metodologia adequada para prestar atendimento personalizado e qualificado, proporcionando cuidado e atenção às necessidades individuais e coletivas de seus moradores.

(Rafael Machi)

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