Livros: Cabeleireiro leva Geladeiroteka para praça

DA REPORTAGEM

A ideia de transformar uma geladeira sem uso em uma prateleira com livros e desta forma levar a leitura para a população tem ganhado adeptos. Em Penápolis, a iniciativa pioneira foi da Prefeitura Municipal, que disponibilizou uma geladeira com livros para os pacientes e acompanhantes que aguardam atendimento no Pronto Socorro Municipal. Outros prédios públicos também já receberam a novidade.
Entretanto, a ideia chamou a atenção de um penapolense, que decidiu adotar a iniciativa e levar a leitura para os moradores de seu bairro. Este é o caso do cabeleireiro Renato Chacon da Silva, morador do Jardim Bela Vista, que por iniciativa própria colocou uma geladeira na praça Chico Mendes, que está à disposição da comunidade. A ideia surgiu depois que ele viu uma matéria jornalística sobre o assunto. “Ví que moradores de São José do Rio Preto estavam aderindo à iniciativa em praças. Ao pesquisar, soube que a Prefeitura também tem o projeto na cidade, mas com geladeiras apenas em prédios públicos, não existindo ainda em lugares abertos”, explicou. Ele disse que tomou a iniciativa por sentir falta de algo que incentive as pessoas do bairro. “Temos essa grande praça, que é pouco freqüentada. Além de incentivar a leitura, gostaria muito de resgatar aquele bom costume das pessoas de irem a praça se encontrar e conversar”, comentou.

Início
Com a ideia formada, Renato comprou a carcaça de uma geladeira e colocou adesivos que identificam o projeto. A Geladeiroteka recebeu alguns livros infantis, gibis, revistas e até livros didáticos. “Comecei com alguns livros de meu pai, José Carlos Belan, que é professor, e também com alguns que eu já tinha em casa e coloquei na geladeira. Tive a ajuda de alguns vizinhos, que também fizeram suas doações, mas ainda precisamos de mais livros para tornar nossa Geladeiroteka ainda mais atrativa, oferecendo cada vez mais para nossa comunidade”, ressaltou.
A geladeira foi colocada em frente seu salão, na avenida Pascoal Pentanha. A ideia é que os livros sejam colocados à disposição da comunidade, onde as pessoas possam lê-los no local ou levar para casa com o compromisso de devolvê-los para que outras pessoas também possam vê-los. “Temos conversado com alguns munícipes que vêm até aqui e pedido que, além de devolver o livro que leva para casa, que também possam doar mais um livro. Vejo isso como uma maneira de incentivar a leitura, principalmente entre as crianças, em meio ao mundo digital que vivemos hoje”, enfatizou Renato.
O projeto tem chamado a atenção da comunidade, que aprovou sua iniciativa. “Muitas pessoas já vieram, pegar livros para ler, apesar de fazer apenas alguns das que comecei o projeto. Outras, ainda tímidas, ficam apenas olhando. O mais importante é que temos recebidos elogios por conta da Geladeiroteka. Muitos comentam que o projeto é legal e que, inclusive, deveriam existir mais como estas pela cidade”, disse. Renato enfatizou que realizou o projeto apenas com o objetivo de ajudar a comunidade. “Assim como os criadores de projetos como este em outras cidades, não quero nada em troca. O meu prazer é poder ver as pessoas vendo os livros da nossa Geladeiroteka, levando-os para casa e trocando por mais livros. Sempre gostei de ler e sei o quanto isso é importante, portanto, estou fazendo minha parte”, finalizou.

(Rafael Machi)