Lembrança: Nicola Senatore completaria centenário junto com a cidade

Se estivesse vivo, Nicola Senatore, um dos importantes personagens da história penapolense, destacado por sua atuação em vários ramos comerciais, estaria completando hoje cem anos de idade. Nicola faleceu no dia 02 de outubro de 1990, em Campinas, para onde mudou-se ainda em 1953. Esta semana, dois de seus filhos, Vanilton e Valentim, visitaram o Diário e falaram das memórias do pai e da cidade, onde nasceram. Atualmente, eles residem em Valinhos e São Paulo, respectivamente.

História
Filho de Paschoal Senatore e Thereza Passafaro Senatore, Nicola nasceu em Dois Córregos/SP e veio para Penápolis junto com a família quando tinha onze anos. Porém, foi trabalhar em Limeira, na Máquina São Paulo, retornando definitivamente para Penápolis em 1922.
Trabalhou com seu pai Paschoal, que na época teve dois cinemas, e montou algumas indústrias, além de ser proprietário de bares e de um rinque de patinação. Em dezembro de 1932, casou-se com Laura Ferreira Leite, com quem teve seis filhos homens, todos penapolenses: Valentim (1933); Valcy (1935); Vany (1938); já falecido, Vanilson (1945); Vanilton (1947) e Vilton (1949), também falecido. Depois do casamento, Nicola deixou de trabalhar com o pai e entre seus próximos empregos esteve a trabalho na Prefeitura de Penápolis, na máquina de arroz e café da família Aguiar e ainda com a família de José Volpon, em Braúna. “Em 1936, abriu em Penápolis uma casa de frutas e depois instalou uma sorveteria na Av. Luiz Osório, conhecida na época como Sorveteria do Nicola e Só”, contou seu filho Valentim, “Em 1945, vendeu o estabelecimento ao seu primo Toto  Passafaro”, recordou ele. Depois disso, comprou de José Rossi a fábrica de Vinagre Colares, instalada próximo à linha férrea, quase em frente à Estação, onde também funcionava nas proximidades a máquina de beneficio da família Torres. “Ali meu pai começou também a fabricar o guaraná Colares, quando comprou a casa na antiga Rua Barão do Rio Branco 255, hoje Dr. Ramalho Franco, e tinha como vizinhos Caetano Anhezine e Mirto Mosca, além da família Torres”, comentou Valentin. Nos fundos da casa, Nicola construiu um barracão, para onde transferiu a fábrica de guaraná. “Os mais velhos devem se lembrar do refrigerante ‘Brotinho’ o do ‘Nik Cola’, que custou ao papai um processo da fábrica americana da Coca Cola, que havia registrado a marca”, revelou o filho de Nicola. “Mas meu pai alegou que a marca fazia jus a seu nome, com o acréscimo da letra ‘k’”, recordou. Ainda sobre a fábrica de refrigerantes, Valentin citou a participação de Benone Soares, que décadas depois foi prefeito da cidade. “Foi o primeiro emprego dele em Penápolis e a lembrança que guardo de Benone é sempre gratificante, pois, em todas as ocasiões em que retornei à cidade, ouvia-o citar com muito carinho sobre meu pai”, declarou Valentim.
Anos depois, a fábrica de Senatore foi vendida para a família Oliveira, e Nicola mudou-se para Campinas. “Ele foi exercer a profissão pela qual tinha uma grande paixão, que era ser mecânico de refrigeração”, revelou seu filho. Em Campinas trabalhou até 1959 para a Refrigeração Elétrica Luzitana e em 1960 montou sua própria oficina a Eletro Sagitárius juntamente com os filhos Valentim, Vany e Vanilson. A tradição do trabalho com refrigeração persiste na família até hoje com Vanilson que ainda trabalha como mecânico e com os netos Pedro Nicola e Paulo Alexandre que são proprietários em Campinas da Motogel, distribuidora de peças para refrigeração. Em 1982 comemorou com amigos e familiares suas Bodas de Ouro do casamento com Laura Ferreira Senatore. Nicola faleceu aos 82 anos em outubro de 1990. (AR)

Fotos:

Laura e Nicola com o filho Valentin, em 1934

Laura e Nicola cercados pelos filhos Vanilson, Vanilton, Vilton, Valentin, Valci e Vani durante comemoração de seus 50 anos de casados (Campinas, 1982)