Lactário inicia nova campanha com adoção de crianças

DA REPORTAGEM

Apesar de ainda ser o mês de novembro, diversas são as atividades em alusão ao Natal que já começam a serem vistas pelas pessoas, principalmente em relação à entidades, como é o que já vem ocorrendo com o Lactário Dília Ribeiro, que há mais de duas décadas busca cumprir a missão de entregar presentes para as crianças da entidade, através de ações voluntárias de “padrinhos” que as adotam nesta época do ano para doar presentes. Essa campanha acontece através do envio de cartões natalinos para aquelas pessoas que desejam participar do projeto e se tornou uma grande tradição com envolvimento de voluntários.
De acordo com a voluntária da creche, Cristina Delboni, alguns destes padrinhos são fixos, que ajudam há anos, sendo voluntários residentes em Penápolis e também em outras cidades, mas nunca deixaram de contribuir. “São pessoas que começaram a nos ajudar na compra de presentes e que até hoje se mantêm sensibilizadas com as condições de nossas crianças, pois para algumas delas, este será o único presente recebido neste natal. Alguns dos padrinhos, mesmo morando fora de Penápolis fazem questão de contribuir com nosso projeto e enviam seus presentes pelos correios. Elas residem em Araçatuba, São José do Rio Preto, São José dos Campos, entre outras cidades”, comentou.

Cartões
Anualmente são confeccionados cartões com diferentes tipos de simbologia. Neste ano, foram confeccionados 100 cartões especialmente para a campanha com o objetivo de presentear todas as crianças que são acompanhadas pelo Lactário.
Os cartões são confeccionados com a ajuda das voluntárias Oraides da Motta, que produziu o texto impresso no cartão, e da professora de Artes Neuza Costa, que finalizou a arte dos cartões. 
Para esta edição, entretanto, a simbologia dos cartões se tornou ainda mais especial. Isso por que os cartões antecipam a comemoração de 80 anos de fundação do Lactário Dília Ribeiiro, comemorada em 14 de agosto de 2019.
Apesar de a campanha ter o objetivo de presentear as crianças, é o próprio Lactário que vai presentear os padrinhos. Isso porque cada cartão vem com uma pequena caneca que tem a simbologia do início dos trabalhos do Lactário, que teve início quando Dília Ribeiro usava canecas para dar leite de beber às crianças carentes da cidade.
Cada caneca vem embrulhada em um pequeno saquinho enfeitando com detalhes dourados e um cartão que conta a história do Lactário.
Para a Professora Neuza Costa, confeccionar este “mimo” aos padrinhos é algo muito gratificante e com grande simbologia. “Quando pensamos em fazer os saquinhos dourados, pensamos na luz que cada criança representa e que brilha de uma maneira pura e única, assim como o ouro que trata de algo tão puro e valioso, assim como uma criança”, explicou. 
Os cartões começaram a ser produzidos ainda no mês de agosto, entretanto, a ideia vem sendo amadurecida desde a última edição da campanha, em dezembro do ano passado. “Tudo é feito de forma manual. Assim que terminamos uma campanha já começamos a pensar no ano seguinte. Passamos um tempo buscando o material para a confecção e fazemos a produção de forma manual, somente através desta ação voluntária, por isso temos que sempre nos antecipar”, explicou Cristina.
Ao receber seu cartão, o padrinho fica sabendo o nome e idade da criança a qual o cartão representa.
Com o presente comprado, ele é entregue no próprio Lactário, onde são todos embrulhados de forma igual e distribuídos para suas respectivas crianças em uma festa, com a presença de um Papai Noel na própria creche. Para este ano, a confraternização deve acontecer no dia 18 de dezembro.

História
Segundo Cristina Delboni, A história do Lactário teve início ainda dentro da Escola Dr. Carlos Sampaio Filho, em Penápolis.
De acordo com registros, Dília Ribeiro, entre as décadas de 20 e 30, iniciou seus trabalhos como professora com suas aulas na referida escola. Com o tempo ela percebeu que muitos alunos tinham déficit de rendimento e começou a atribuir isso ao fato de muitas crianças sofrem com a desnutrição da época. 
Desta forma, ela se mobilizou com fazendeiros da região e passou a distribuir leite que era doado por eles. A distribuição ocorria nos fundos da escola. “Mesmo falecendo, em 1938, o projeto iniciado por Dília Ribeiro, foi mantido por voluntários da época e sobrevive até hoje com a associação que leva seu nome, servindo de exemplo para todos nós em cuidado com as crianças”, finalizou Cristina.  
Os interessados em receber o cartão temático e contribuir com o presente de uma das 100 crianças da entidade podem entrar em contato através do telefone (18) 3653-4491.

(Rafael Machi)