Justiça ordena que MST deixe fazendas da região

DA REPORTAGEM

Além de Penápolis, um grupo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estão instalados na Fazenda Brejo Alegre, no Distrito de Juritis, em Glicério, e também na fazenda Corredeira, localizada na cidade de Barbosa. Apesar da ocupação já ocorrer à algum tempo, os integrantes terão que deixar os locais, cumprindo decisão da Justiça de desapropriação das terras. Segundo apurado pela reportagem, em Glicério já são cerca de 100 pessoas ocupando 38 moradias construídas no local do acampamento, em área de mil hectares. Os membros do movimento naquela cidade alegam que a fazenda foi penhorada e que o motivo de a ocuparem é para que as terras sejam adquiridas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para que posteriormente sejam incluídas nos planos de reforma agrária. Segundo o 1º tenente da PM de Penápolis, Flávio Augusto Bachiega Zambrosi, já existe uma determinação de reintegração de posse expedida pela Justiça de Penápolis. "Quando tivemos a informação desta reintegração, fomos ao local do acampamento conversar com os integrantes do movimento para pedir que eles deixassem o local pacificamente, evitando assim qualquer problema futuro. Temos a obrigação de cumprir o mandado expedido, mas preferimos conversar com os integrantes para que isso seja feito de forma pacífica, sem uso de força policial", comentou. A Polícia Militar realizou um procedimento padrão para este tipo de situação, visando estudar a área ocupada e também o número de pessoas que estão assentadas no local. O tenente explicou que os dados levantados são encaminhados ao Batalhão da Polícia Militar de Araçatuba onde é feita a estratégia de ação durante a reintegração de posse, como o número de policiais empenhados no trabalho. Este levantamento é encaminhado ainda para a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. "Depois de recebermos a autorização realizarmos o trabalho junto ao Oficial de Justiça. Nosso objetivo, em primeiro lugar é o de garantir a integridade física das pessoas no local, além do proprietário das terras e dos próprios policiais envolvidos nos trabalhos", informou. Durante este processo de desapropriação das terras, cabe ainda ao proprietário da fazenda providenciar o maquinário para derrubada dos barracos erguidos no local. Além disso, cabe a ele fornecer um caminhão para o transporte dos bens dos integrantes do movimento, além de comunicar a assistência social do município para fazer o acompanhamento destes familiares. Segundo o Zambrosi, apesar da data para o trabalho de reintegração ainda não ter sido definido, os Membros do acampamento teriam se prontificado a deixar o local até amanhã (15).

Barbosa

A fazenda Corredeira localizada na estrada municipal Prefeito Ubirajara Barbosa de Carvalho, possui quase 1,3 mil hectares e é ocupada por 170 pessoas de 42 famílias ligadas ao MST. Os integrantes do movimento, que também serão desapropriados, alegam que a fazenda havia sido vendida há alguns anos, mas que não existem documentos que comprovem a existência do local. Desta forma, o antigo proprietário da fazenda teria autorizado que os integrantes do MST ocupassem a área. A fazenda conta com atividades rurais, como o plantio de cana-de-açúcar e a realização de pecuária. A Polícia Militar também esteve esta semana conversando com os líderes do movimento, sendo informados da situação e de que teriam que deixar as terras. O MST informou que conversará com o advogado que os representa para tomar uma decisão em relação ao que fazer nos próximos dias. (Rafael Machi)