Justiça emite certidão de óbito de penapolense desaparecido

A Justiça, conforme informou ontem o advogado Márcio Luís Monteiro de Barros, já emitiu a certidão de óbito do penapolense Laércio Ambrósio, conhecido pelo apelido de “Esperança”, que desde 1982 está desaparecido após ter sofrido um acidente aéreo na floresta amazônica. Antes da emissão do documento a própria Justiça já havia reconhecido oficialmente a morte presumida do penapolense, porém restava a emissão da certidão. A mãe de Esperança, Angelina Diório Ambrósio, 73 anos, desde a época do desaparecimento estava em busca do paradeiro de seu filho. Esperança viajava de carona em uma pequena aeronave que desapareceu na floresta amazônica horas após ter decolado. O avião somente foi localizado vários anos depois e dentro deles encontrado alguns ossos. Mas, através de teste de DNA, ficou comprovado que se tratavam somente do piloto da aeronave. Não foram descartadas várias hipóteses dos ossos do penapolense não terem sido localizados, dentre elas a de que ele pode não ter morrido durante a queda, mas sim posteriormente, supostamente a procura de socorro. Nos destroços foram localizadas partes de um documento do penapolense, além de uma mala de sua propriedade com roupas e um vidro de perfume, mas como não havia os restos mortais a família teve dificuldades para comprovar sua morte. Finalmente agora, após 25 anos, o acento de óbito foi elaborado. Por até então a família não contar com o documento, ficou impedida de reivindicar por indenização ou mesmo realizar o sepultamento simbólico, o que já pode ser feito. As devidas ações indenizatórias também já podem ser requeridas e será o próximo passo a ser dado, conforme garantiu o advogado.

Túmulo

Ontem a mãe de Esperança, Angelina Ambrósio, afirmou que irá discutir com a família a possibilidade da realização do enterro simbólico. Se isto ocorrer, deverá ser no túmulo da família, que já conta com os restos mortais de um outro filho de Angelina e de um neto, morto em acidente automobilístico. Angelina comentou que a sensação de receber uma cópia do documento foi a mesma de como ele chegasse morto. “São anos de luta em busca de respostas, algumas delas ainda não respondidas”, afirmou a mãe emocionada. Esperança desapareceu em abril de 1982 quando o avião, por motivos até agora desconhecidos, caiu na floresta. O acidente aconteceu em Jaci-Paraná, após ter levantado vôo de Guajará Mirim com destino a Porto Velho. Faltando apenas 100 quilômetros para checar ao destino ocorreu o acidente. Há cerca de quatro anos algumas roupas enviadas pela Polícia daquele Estado foi reconhecida por Angelina, inclusive o vidro de perfume. Atualmente Angelina recebe uma pensão por morte presumida do filho, mas com o documento poderá requerer, além de indenização, o salário integral que recebia em vida. (SRF)