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CIDADE & REGIÃO

17/09/2008

Julgamento: Ré nega espancamento e sugere armação

A ré Vanessa Santos Martins, acusada de ter matado através de espancamento o enteado Allan David de Andrade Garcia, de apenas 4 anos, negou ontem que o tenha espancado, apontou como causa de morte, além de problemas de saúde, duas quedas e sugeriu uma suposta armação para incrimina-la. O crime, conforme o que foi apurado pelo Ministério Público, ocorreu no dia 1º de junho de 2007 na residência da família, no Jardim Pevi. A alegação, entretanto, não convenceu aos jurados. O veredicto decretou uma pena de 22 anos e oito meses de detenção em regime fechado. Tanto o advogado da ré, como o promotor, afirmaram que irão recorrer da decisão. No caso do advogado, para tentar anular ou diminuir a pena e, no promotor, para aumentá-la.
Presidido pelo juiz Rodrigo Chammes, o Conselho de Sentença foi formado por quatro homens e três mulheres. Vanessa teve em sua defesa o advogado João Luiz Buzinaro, enquanto que na acusação atuou o promotor Dório Sampaio Dias. Vanessa, que desde a época do crime está presa em uma unidade feminina de Ribeirão Preto, chorou em boa parte de seu interrogatório.
A ré, para o Ministério Público nutria ódio contra o garoto, filho de seu amásio. Além do casal e de Allan, outras duas crianças, filhos da ré, um deles com o então companheiro, residiam na casa.

Ciúmes
A acusada, segundo os processos, mantinha um sentimento de raiva pela criança, motivado por supostos ciúmes de seu companheiro e pai da criança. Por esta razão, as agressões contra o enteado, conforme o que foi apurado pelo Ministério Público, seriam constantes.
No dia do crime a mulher, que trabalhava como operadora de telemarkintg, mas na época estava de licença maternidade, teria agredido o menino com socos e pontapés, o que resultou em sua morte. A violência dos golpes na região do abdome levou a criança a sofrer ruptura de baço e hemorragia interna aguda. Ferimentos considerados como graves foram apontados pelo laudo do exame necroscópico também na cabeça de Allan.
Mesmo em um dia de inverno, Vanessa teria ordenado que a criança tomasse banho em água fria, além de ter atirado uma caneca de água gelada contra ele. Ao vê-lo em estado de choque ela chegou a providenciar seu encaminhamento ao Pronto-Socorro onde deu entrada já sem vida. Os laudos apontaram como causa da morte anemia aguda provocada por ruptura do baço.

Armação
Vanessa ao desmentir as agressões, sugeriu que estava sendo vítima de uma armação e apontou uma vizinha sua de ter arquitetado o plano. O motivo alegado seria o fato da mulher, considerada até então como sua amiga, ficar aborrecida de Vanessa não ter aceitado um suposto convite para que largasse de seu companheiro para viver um romance homossexual com ela. Esta mulher, denunciou a ré, também já teria provocado outras situações constrangedoras na vida do casal. Segundo Vanessa, Allan na época de sua morte estava se tratando de uma doença (escarlatina) e destacou que há uma semana não se alimentava corretamente. Isto o teria debilitado o que provocou algumas quedas. Ela apontou duas como mais importantes, uma, ocorrida quatro dias antes da morte, quando caiu de um sofá. A outra, seis dias de antecedência a esta data, quando brincando ele despencou de um andaime instalado na casa da avó de Vanessa. A ré relatou ainda que, em razão de estar grávida, passou por períodos de depressão, sendo medicada com calmantes. Allan, em razão do problema de saúde, teria apresentado inchaço e olheiras, mas no dia em que faleceu amanheceu apresentado melhoras.

A morte
Momentos antes de sua morte, o pai da criança precisou sair e pediu para que Vanessa desse banho em Allan, já que, por recomendação médica, alguns procedimentos precisavam ser atendidos, entre eles o banho em horário correto. O menino teria chorado, já que queria ter ido com o pai. A madrasta detalhou que foi dar banho e na seqüência teria ido até a casa de sua mãe, que fica no mesmo terreno, quando foi então alertada que Allan estava caído no banheiro. Desesperada ela teria então prestado socorro, inclusive com reanimação. Em uma moto o garoto foi encaminhado ao Pronto-socorro, tendo no caminho sofrido uma parada cardíaca (segunda ela, já havia tido uma em casa). A ré teria retirado o capacete de sua cabeça e feito a reanimação. No Pronto-socorro, Allan teria tido nova parada cardíaca e ela mesmo tentou a reanimação. Devido a seu nervosismo, ela foi convidada pelos enfermeiros a deixar a sala onde a criança era atendida. Cerca de 15 minutos depois ocorreu a confirmação da morte.
Vanessa negou as denúncias de agressões contra o enteado no dia em que ele faleceu, mas confirmou que em apenas uma vez o castigou utilizando um chinelo conhecido como rasteirinha, deixando marcas em sua perna. Denúncia neste sentido chegou até o Conselho Tutelar, que chegou a investigar o caso. Antes desta acusação, Vanessa já tinha sido condenada por, com um martelo, ter destruído um telefone público. (SRF)

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