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CIDADE & REGIÃO

06/10/2021

"Itinerância B de Bananal", da artista Marinilda Boulay, reabre exposição no Museu do Sol, em Penápolis

Imagem/Divulgação
Detalhes Notícia
A artista Marinilda Boulay exibe neste trabalho toda a sua versatilidade, com a alegria e simplicidade das cores e traços característicos da arte naïf

Artista plástica de estética naïf exibe obras autorais, produzidas durante a pandemia, que propõem reflexão sobre a preservação do meio ambiente e dos territórios indígenas

DA REDAÇÃO

A viagem da banana pelo mundo e sua presença nas artes visuais no Brasil, com olhar atual que propõe uma reflexão sobre a preservação do meio ambiente e dos territórios indígenas - por meio de esculturas em cerâmica, aquarelas e pinturas sobre tela, madeira e ferramentas usadas no manejo dos bananais - compõem “Itinerância B de Bananal”, da artista plástica de estética naïf Marinilda Boulay. A primeira exposição presencial, desde o início da pandemia, no Museu do Sol, em Penápolis, será aberta nesta quinta-feira (07/10), às 20 horas.
“A exposição mostra a necessidade urgente de sermos agentes de mudanças ambientais, buscando a sustentabilidade, produzindo e consumindo a produção local, parando de queimar, e de derrubar florestas ancestrais, andando mais de bicicleta, plantando muitas árvores por nós mesmos ou, então, se não temos onde plantar, apoiando as associações que plantam. Assim poderemos ajudar o planeta a se recuperar do aquecimento global e evitar novas pandemias”, diz Marinilda Boulay, que reside em Socorro (SP).
Assim como a fruta protagonista do projeto, a artista exibe neste trabalho toda a sua versatilidade, com a alegria e simplicidade das cores e traços característicos da arte naïf. “Esse conjunto busca sua inspiração na mitologia dos índios Javaés da Ilha do Bananal (Tocantins), onde, segundo eles, a banana originou para o mundo, passando pelas obras de Debret, no século 19, que retrata as vendedoras de folhas de bananeiras, até Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Antonio Henrique Amaral, o artista performático mineiro Paulo Nazareth, o italiano Maurizio Cattelan ou ainda a artista americana Deana Lawson”, diz Marinilda Boulay.
“Itinerância B de Bananal” é composta por esculturas em cerâmica, aquarelas, pinturas sobre tela, madeira e ferramentas de trabalho usadas nas plantações de banana, como pás, enxadas e ganchos. Além de fotografias e vídeos, com animações e narração de contação de história, pela própria artista, especialmente para o público infantil (totemcultural.org.br/expo/b-de-bananal/marinilda-boulay/ e totemcultural.org.br/expo/b-de-bananal/artistas-convidados/).
Com delicadeza, Marinilda cria ainda uma instalação com obras impressas sobre cetim de 70 artistas convidados de vários cantos do país como Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Tocantins, São Paulo (de cidades das regiões de Araçatuba, São José do Rio Preto, Piracicaba, Campinas, Ribeirão Preto), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Paraíba, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, entre outros, e da Europa (Bélgica e França) e Egito.
A artista também homenageia três grandes nomes da arte naïf brasileira: Tânia de Maya Pedrosa, artista alagoana; Ceres Franco, galerista e mecenas; e a visionária Iracema Arditi, que “encorajou em 1967, os laços entre os artistas brasileiros e o museu francês Musée d’Art Naïf et D’Arts Singuliers, desde a sua criação neste ano em Laval, cidade natal de Henri Rousseau, precursor do estilo naïf”, explica Marinilda.
Em março de 1972, Iracema Arditi inaugurou em São Paulo o Museu do Sol, primeiro museu de arte naïf da América Latina, que foi transferido para Penápolis em 1979, e tem hoje um grande acervo com mais de 400 peças entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, entalhes e objetos.
“Itinerância B de Bananal” realizou uma grande viagem até chegar ao Museu do Sol, que também é homenageado por Marinilda com uma obra especial para a abertura, onde ela também retrata Altamira Borges, importante artista naïf de Penápolis. Através de uma itinerância ao ar livre, a exposição percorreu quatro bairros da zona rural da cidade de Socorro (totemcultural.org.br/expo/itinerancia-b-de-bananal-por-marinilda-boulay/), além de ter participado de projetos culturais e educacionais junto aos alunos socorrenses.
“Chegar nesta primavera ao Museu do Sol representa um passo muito importante no meu percurso. Com o otimismo e as cores intensas, quase sonoras da arte nai¨f, esperamos poder conscientizar as pessoas que, juntos, podemos fazer uma nova primavera ser possível para nossos biomas, fundamentais para a proliferação da vida!”, afirma Marinilda.
Para o diretor do Museu do Sol, Joaquim Alberto Fernandes, conhecido como Beto, “Itinerância B de Bananal” celebra o retorno da programação de eventos presenciais, com arte e cultura que trazem leveza para a alma, mas com todos os protocolos de segurança e uso obrigatório de máscara.
“Neste período caótico da pandemia, nós enquanto museus, de todo o mundo, fomos muito prejudicados, porque dependemos da visitação do público. Tivemos que parar com todas as ações. Abrimos em maio, mas esta é a primeira exposição do ano. Então, é com muita alegria que recebemos as obras da Marinilda, e esperamos que o público realmente retorne com muita vontade de ver arte”, diz Beto.
O produtor cultural do projeto e marido da artista, o francês Bruno Boulay, reforça que as pandemias estão diretamente ligadas com o aquecimento do planeta e que a exposição chama a atenção das pessoas para promover mudanças nas atitudes e na sua relação com a natureza.
“Há emissões de gás carbônico pelas queimadas das florestas, mudanças na nossa biodiversidade, com os animais perdendo seus habitats naturais e indo em direção às cidades, e pelas indústrias e nossos meios de transporte, nossos hábitos alimentares. Vivemos o mais crucial ponto de inflexão da história da humanidade”, afirma Bruno, que também participa com fotos analógicas.
“Itinerância B de Bananal” recebeu um prêmio do ProAC (Programa de Ação Cultural) Expresso LAB de Sa~o Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Governo do Estado de São Paulo; Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal. E tem apoio do município de Socorro, do Museu do Sol de Penápolis e do ITC (Instituto Totem Cultural).

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