Irregularidades no trânsito geram riscos e multas

DA REPORTAGEM

Com o crescimento da frota de veículos em Penápolis, tem sido fácil encontrar irregularidades no trânsito, cometidas pelas pessoas. Seja a mais simples, como estacionar em local proibido, ou aquelas que podem oferecer riscos ao motorista, como dirigir falando ao celular ou pela falta do uso do cinto de segurança. Para constatar essas falhas não é necessário muito esforço, basta dar uma volta pelo centro de Penápolis para perceber o quanto é grande o número de pessoas que cometem irregularidades. 
A reportagem do DIÁRIO DE PENÁPOLIS fez isso, permaneceu por cerca de 30 minutos no cruzamento da avenida Luiz Osório com a rua Dr. Ramalho Franco na manhã deste sábado (13) e constatou o quanto as pessoas precisam se conscientizar da importância de um trânsito mais seguro. Neste período diversas irregularidades foram vistas. Em uma delas, um motorista de um carro de som estava sem o cinto de segurança, e enquanto dirigia, fazia seu anúncio em um microfone, o que tirava sua atenção ao trânsito e o impossibilitava de estar com as duas mãos na direção. Para piorar, ele parou com seu carro no cruzamento das duas vias, permanecendo por cerca de um minuto no local, tempo que seria suficiente para causar transtornos para motoristas e pedestres que tentavam atravessar na faixa. Também foi comum observar a falta de atenção dos motoristas quanto à faixa destinada para a retenção de motos e bicicletas entre a do pedestre e os automóveis e demais veículos parados no semáforo. O chamado “Moto Box” serve para garantir a segurança destes veículos na saída do semáforo, evitando a circulação. Ele é importante para dar maior visibilidade às motos junto às travessias de pedestres, e diminuir assim o número de acidentes. Entretanto, em alguns casos, a faixa não é respeitada por motoristas que a ignoram e param sobre ela, impossibilitando que a mesma seja utilizada por motociclistas. Da mesma forma como acontece com o “Moto Box”, também é possível ver motoristas que param sobre a faixa de pedestres. Na maioria das vezes, ele tenta passar pelo cruzamento antes que o sinal feche, mas como não dá tempo, acaba parando sobre a faixa. A falta do uso de cinto de segurança, bem como pessoas falando ao celular também é comum entre os motoristas, que simplesmente ignoram as leis de trânsito e circulam pelas ruas colocando suas vidas em risco em caso de um acidente.

Motocicletas
As irregularidades não ficam somente por conta dos motoristas. Motociclistas também se arriscam em algumas situações cometendo diversas irregularidades. Entre elas, a mais comum é o uso inadequado da viseira, que é obrigatória por lei para proteger o rosto do condutor contra qualquer objeto que possa atingi-lo enquanto pilota a moto. Entre os casos observados está o de motociclistas que não abaixam suas viseiras em casos de capacetes cujo item é móvel, naqueles em que a viseira é fixa, muitos motociclistas acabam posicionando-o de forma inadequada, tornando inútil a viseira. Muitos motociclistas acabam usando a fivela que segura o capacete de forma errada, seja solta ou de maneira que não fique bem presa, evitando que o capacete saia da cabeça em caso de acidente. Dirigir usando chinelos também está entre as irregularidades mais vistas.

Segurança
De acordo com o comandante do pelotão da 2ª Companhia da Polícia Militar de Penápolis, 1º tenente Flávio Augusto Bachiega Zambrosi, a Polícia Militar tem fiscalizado as irregularidades no trânsito em Penápolis. Entretanto, para ele, somente a fiscalização não é suficiente para coibir as irregularidades no trânsito e se evitar acidentes. “A diminuição de acidentes deve ser influenciada por três fatores principais, sendo a boa manutenção da sinalização de trânsito; a educação dos motoristas através de campanhas e até mesmo a boa aprendizagem em autoescolas, cursos, entre outros; e a fiscalização, que também é fundamental para coibir a falta de atenção de motoristas e se evitar acidentes”, comentou. Entre os meses de março, abril e maio, o uso do celular enquanto se dirige liderou as multas registradas pela Polícia Militar em Penápolis. Conduzir veículos sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) também esteve entre as ocorrências mais registradas. “Estas duas influenciam diretamente na segurança do trânsito, já que quando se dirige falando ao celular você coloca sua vida e de outros em risco. Quanto à falta de CNH, muitos casos são de pessoas que não possuem mesmo o documento, que não passaram por uma autoescola e que, desta forma, não possuem nenhuma capacidade de conduzir um veículo dentro das normas de direção segura”, ressaltou.

Municipalização
Zambrosi lembrou que a municipalização do trânsito também pode ser uma boa medida para se obter mais segurança no trânsito. “Quando se tem um agente a mais de fiscalização se pode trabalhar de forma mais abrangente”, disse. Segundo ele, a municipalização ofereceria mais segurança em geral para a população. Isso porque quando existe um acidente de trânsito com vítima, uma guarnição da Polícia Militar é deslocada para o atendimento, o que faz com que ela fique fora de circulação em outros bairros da cidade para se coibir crimes. “Uma viatura que atende uma ocorrência de acidente de trânsito perde, pelo menos, duas horas entre atender a ocorrência e registrar o fato na delegacia. Desta forma, esta viatura, que poderia estar evitado um crime ou prendendo um criminoso, acaba ficando parada até o registro da ocorrência”, afirmou. 
De acordo com levantamento estatístico apresentado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, nos quatro primeiros meses de 2014 foram registrados 155 casos de lesão corporal culposa por acidente de trânsito, média de 1,2 feridos por dia. Entre janeiro e abril deste ano houve redução nestes casos, caindo para 143 registrados. Média de 1,1 pessoas feridas em acidente por dia.

CONFIRA MAIS FLAGRAS NO JORNAL IMPRESSO.

(Rafael Machi)