Investigação: Delegado garante que Dirso não demonstrou arrependimento

DA REPORTAGEM

Como parte dos procedimentos de investigação feitos pela Polícia Civil, o auxiliar de enfermagem Dirso Belarmino da Silva, 33 anos, residente no Jardim Eldorado, participou ontem de um interrogatório para esclarecer qual o motivo que o levou a matar a tiros a comerciante, Eunice Berto Toldato, 32 anos e sua filha Pamela Flaviane Berto Toldato da Silva, de 7, na madrugada do domingo, 6, na casa onde moravam em Alto Alegre. A outra filha de Eunice, Carla Natani Lopes Toldato, de 12 anos, que foi ferida com dois tiros no peito e encontrada desmaiada, está internada no Hospital São Lucas em Lins e não corre risco de morte. Dirso foi preso em Ponta Grossa, Paraná, e chegou em Penápolis na madrugada de ontem. De acordo com o delegado Mauro Gabriel, que está cuidando do caso, ele confirmou a autoria dos disparos, dando sua versão sobre o crime e em alguns momentos acabou distorcendo as informações. “Ele falou que no dia do crime foi de carona até Alto Alegre, acreditamos que não é verdade”, comentou. O acusado citou que tinha conhecimento que Eunice e suas filhas estavam participando de uma festa de casamento, inclusive que Pamela era dama de honra. O delegado acrescentou que Dirso informou que estava esperando do lado de fora da casa quando as vítimas chegaram por volta da 01h, ele chamou por Eunice e começaram conversar sobre a prorrogação do pagamento da pensão no valor de R$ 8 mil, mas ela não aceitou.  “Eles começaram discutir e Eunice teria dado um tapa e o empurrado, momento em que ele sacou a arma e efetuou os disparos e depois teria até a porta do quarto onde estava Pamela e atirou, versão esta que não bate com a autópsia feita na menina, comprovando que ela foi atingida no peito por um tiro à queima roupa”, disse Mauro Gabriel. Já Eunice foi atingida por dois tiros disparados à curta distância, sendo que um transfixou o tórax e o outro atingiu o maxilar inferior e a bala se alojou no pescoço. Tanto a comerciante como a menina, morreram no local do crime. Os corpos das vítimas, como da criança que estava ferida só foram encontrados na residência por parentes por volta das 13h00 de domingo. Após cometer o crime, o auxiliar de enfermagem disse que voltou de carona até Penápolis e que teria desfeito da arma jogando-a no rio próximo ao Lago Azul. Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi até o local mas não encontrou a arma.  “Ele disse que não tinha a intenção de matar, mas seu depoimento comprova que ele tinha convicção de ter matado as três, principalmente pela sua atitude em ir trabalhar no outro dia como se nada tivesse acontecido”, ressaltou o delegado. Sobre o comportamento do acusado durante o interrogatório, Mauro Gabriel revelou que Dirso é totalmente frio e muito calculista. “Ele não demonstrou arrependimento e emoção pelo crime que cometeu, mesmo citando que sua filha teria pedido que tirassem uma foto dela de dama de honra para presenteá-lo”, disse. O auxiliar de enfermagem está em prisão temporária de 30 dias, em uma cela especial na Cadeia Pública de Penápolis, este prazo pode ser prorrogado.  O delegado finalizou dizendo que estará dando continuidade à investigação, esperando Carla Natani Lopes Toldato receber alta do hospital para dar sua versão. Novas diligências serão realizadas na tentativa de encontrar a arma e investigar se outras pessoas teriam colaborado com ele, e também haverá a reconstituição do crime. (IA)

Foto: O auxiliar de enfermagem está em prisão temporária de 30 dias, em uma cela especial na Cadeia Pública de Penápolis