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CIDADE & REGIÃO

19/03/2015

Indígenas: Grupo se instala na antiga estação ferroviária

Imagem/Rafael Machi
Detalhes Notícia
Conselho Tutelar esteve na manhã de ontem no local para avaliar as condições das crianças e adolescentes

DA REPORTAGEM

Um grupo indígena proveniente Terra Indígena Apucarana, do município de Tamarana próximo a Londrina, no Paraná, ocupou, desde segunda-feira (16), a antiga estação ferroviária de Penápolis. O grupo com 18 pessoas é formado em sua maioria por mulheres, adolescentes e crianças, está na cidade com o intuito de vender grande quantidade de produtos artesanais confeccionados com  palha.  
A reportagem constatou que o local está bastante sujo, e as 4 crianças na faixa etária de 2 a 8 anos, convivem com naquele local sujo e sem nenhuma condição de higiene, sem adequação para cozinhar, nem banheiros, e por ser local de acesso a qualquer pessoa, ficam expostos a riscos pela falta de segurança. 
De acordo com uma das líderes do grupo, a indígena Geni de Almeida, as condições são bastante precárias, mas ela alega que não há outra alternativa. “Precisamos sair da aldeia e ir para outras cidades para vender nossos artesanatos, não há com quem deixar as crianças, por isso temos que levá-las, mesmo sabendo que isso é muito desgastante para elas”, comentou.
Ela disse ainda que o grupo se vira como pode. Doações são conseguidas com a comunidade para que possam se alimentar. Em relação ao banheiro, explicou que um rapaz ofereceu a chave de um galpão próximo à estação para  usarem o banheiro e tomarem banho. Dizem que também se dirigem a rodoviária para isso. 

Problemática
Segundo  os indígenas, fiscais da prefeitura estiveram no local na tarde de terça-feira (17) informando que o grupo não tinha autorização para vender os produtos na cidade. 
Na manhã de ontem, o conselheiro tutelar João dos Santos esteve no local acompanhado pela secretária de Assistência Social, Tânia Pinheiro, da presidente do Fundo Social de Solidariedade, Tudinha Fonseca e do presidente do Serviço de Obras Sociais, Carlos Pizani. 
Segundo o conselheiro, o grupo não pode permanecer vivendo naquelas condições, principalmente por haver crianças e adolescentes entre eles. “Além de passarem o dia ali, eles estão dormindo num local  aberto, correndo riscos. Estas crianças deveriam estar na escola, é obrigação de seus pais ou responsáveis oferecerem condições adequadas para viverem e protegê-las,  não expondo seus filhos aos riscos das ruas”, comentou Jaó, que reuniu cópias de documentos de todos e de uma declaração de deslocamento da Funai,  a qual cita a saída deles de Londrina em ônibus da Associação de Moradores da Terra Indígena Apucaraninha, assinado pelo chefe de coordenação técnica, Marcos Cezar da Silva Cavalheiro. 
De acordo com o presidente do SOS, Carlos Pizani, não há condições da entidade oferecer abrigo para todas estas pessoas. “Já temos alguns moradores de rua que são atendidos pelo SOS, por isso não temos estrutura física para atender a todos, principalmente as crianças e adolescentes”, disse.
A secretária de Assistência Social, Tânia Pinheiro, revelou que juntamente com a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Tudinha Fonseca, dará a assistência necessária aos indígenas e orientou para que voltem a sua cidade de origem, e que neste curto período de tempo tenham oportunidade de vender alguns produtos e assim ter recursos para retornarem para sua aldeia. “Os próprios indígenas chegaram a nos questionar se não podíamos pagar passagens para que eles fossem para outra cidade, mas não podemos passar o problema para frente, ele tem que ser resolvido, já que se trata de crianças e adolescentes em situação de risco. Vamos tentar oferecer algumas coisas que possam suprir suas necessidades e  faremos o acompanhamento destas famílias, juntamente com o Conselho Tutelar”, ressaltou.
No final da tarde, a Secretária Tania Pinheiro e o conselheiro João dos Santos conseguiram contato com o  Sr. Marcos  Cavalheiro, chefe da Funai, citado acima, o qual foi informado de todos os fatos que estavam ocorrendo com os indígenas aqui, e foi lhe relatado sobre a arbitrariedade de não constar o nome das crianças no documento emitido pela Funai autorizando-os a viajarem a Penápolis e região. Segundo ele, que se comprometeu a retornar hoje o contato, quando será avaliada a possibilidade de enviar um ônibus para buscar os indígenas.

(Rafael Machi)

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