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CIDADE & REGIÃO

04/04/2010

Grupo de voluntários realiza aulas de língua de sinais

Detalhes Notícia

DA REPORTAGEM

Imagine um mundo sem som, no qual as palavras necessitam da força dos gestos, estes que transmitem sensações e também desejos através das mãos. De acordo com o Censo existem no Brasil mais de 5 milhões de surdos e para melhorar a qualidade de vida destas pessoas um grupo de voluntários do Ministério Vendo Vozes da Primeira Igreja Batista em Penápolis, movidos pela curiosidade sobre este universo e a vontade de ajudar o próximo tem feito um trabalho para qualificar profissionais e parentes que lidam com este tipo de deficiência. A libra, língua de sinais foi oficializada em 2002 como o segundo idioma oficial do Brasil. Apoiados sobre esta lei, o objetivo da organização é tornar a vida de um surdo igual à de um ouvinte, sem criar vínculos de independência. Conforme explicou uma das intérpretes destas aulas que são ministradas, Luzimar Seliprandy, o ministério teve início na cidade em janeiro de 1999, quando o pastor Fernando Fernandes, iniciou o seu ministério como pastor da Primeira Igreja Batista em Penápolis. “Com várias dificuldades, afinal, não tínhamos nenhuma experiência com surdos, começando a primeira turma do curso de LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, ministrada pela missionária Rosária Godoy, vinda de Araçatuba e que tinha a minha supervisão”, comentou. Priscila Leal, outra intérprete das aulas lembrou que com a conclusão desta primeira turma, algumas pessoas escolhidas por Deus sentiram no coração o desejo de iniciar o trabalho com surdos. “No início foi um trabalho modesto e bem simples, pois tínhamos em nosso convívio apenas uma surda, a adolescente Giselli, filha do pastor Fernando e da irmã Luzimar”, observou. Luzimar ainda destaca que o Ministério Vendo Vozes ainda demorou alguns anos para se solidificar, crescer e dar frutos. Em 2006, as jovens Giselli e Priscila Leal, ouvinte, que juntas iniciaram a visitação a alguns surdos, convidando-os para visitarem a igreja. “Aos poucos, estes surdos foram chegando e se fixando na igreja, e a partir daí, o trabalho cresceu. Hoje temos um grupo de 10 surdos frequentando à igreja, sete deles membros batizados e três que estão sendo discipulados pela Giselli”, disse. As aulas são ministradas na Primeira Igreja Batista, pelas duas interpretes, Luzimar, esposa do pastor Fernando, e Priscila Leal, que tem formação em Magistério e em LIBRAS (62hs), estando, por isso, apta para prestar a prova denominada PROLIBRAS.

Ministério Vendo Vozes
O nome do ministério, Ministério Vendo Vozes, segundo Luzimar, surgiu pelo fato de a linguagem dos surdos ser visual/gestual, sendo esta linguagem a LIBRAS. “Ressaltamos também que o trabalho vai além da interpretação dos cultos, atividades e programações da Primeira Igreja Batista em Penápolis. Também damos assistência aos surdos, na medida das possibilidades, tais como acompanhamentos em consultas médicas, procura de emprego, orientação educacional, visitação nos lares e aconselhamento aos familiares, usando o telefone e outros meios para comunicação com os familiares, bem como SMS, Orkut e e-mails para a comunicação com os surdos, a fim de integrá-los na sociedade, de explorar e desenvolver o máximo possível às potencialidades e capacidades que eles têm e manifestam, na compensação natural da deficiência auditiva”, garantiu. A intérprete também ressalta e lamenta a escassez de oportunidades para que os surdos ingressem no mercado de trabalho, tendo poucas empresas em Penápolis que dão oportunidade. “Na maioria dos casos, as empresas oferecem vagas para deficientes com afetações não tão severas. Porém, os surdos são capazes e muitos deles habilitados profissionalmente, com formação técnica ou até faculdade, podendo trabalhar em diversas áreas nas mais diferentes atividades profissionais”, enfatizou. Os interessados em aprender a linguagem e que queiram atuar nesta área podem se dirigir a igreja para obter mais informações. Atualmente são duas turmas que se formarão no próximo mês de maio, mas serão abertas novas inscrições para futuras turmas a partir do mês de junho.

Congresso
Nos dias 24 e 25 de setembro próximo, será realizado em Penápolis, na Primeira Igreja Batista, um Congresso Regional de Evangelização e Capacitação de Líderes de Ministério com Surdos, em convênio com a Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira, que tem investindo na evangelização e capacitação de surdos, contando com pastores e missionários surdos atuando em várias regiões do Brasil. “Apesar de todos os desafios, graças a Deus, recebemos o apoio da Primeira Igreja Batista em Penápolis e do seu pastor, Fernando Fernandes, rendendo a Deus toda honra, toda a glória, por nos permitir abençoar pessoas tão especiais para nós e para Deus. Finalizando, deixamos o convite para todos aqueles que queiram conhecer nosso trabalho, aos domingos, às 19h, no templo da Primeira Igreja Batista, na avenida Eduardo de Castilho, 808, centro”, finalizou Luzimar. (IA)

Foto: Atualmente o grupo é formado por 10 surdos que frequentam à igreja, sendo sete deles batizados e três que estão sendo discipulados

Conheça um pouco da história da Língua de Sinais no Brasil

A língua brasileira de sinais (Libras) é a língua de usada pela maioria dos surdos dos centros urbanos brasileiros e reconhecida pela Lei. Ela é derivada tanto de uma língua de sinais autóctone quanto da língua gestual francesa; por isso, é semelhante a outras línguas de sinais da Europa e da América. A Libras não é a simples gestualização da língua portuguesa, e sim uma língua à parte, como comprova o fato de que em Portugal usa-se uma língua de sinais diferente, a língua gestual portuguesa (LGP). Assim como as diversas línguas naturais e humanas existentes, ela é composta por níveis lingüísticos como: fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Da mesma forma que nas línguas orais-auditivas existem palavras, nas línguas de sinais também existem itens lexicais, que recebem o nome de sinais. A diferença é sua modalidade de articulação, a saber, visual-espacial, ou cinésico-visual, para outros. Assim sendo, para se comunicar em Libras, não basta apenas conhecer sinais. É necessário conhecer a sua gramática para combinar as frases, estabelecendo comunicação. Os sinais surgem da combinação de configurações de mão, movimentos e de pontos de articulação — locais no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos, os quais, juntos compõem as unidades básicas dessa Língua. Assim, a Libras se apresenta como um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Como qualquer língua, também existe diferenças regionais, portanto deve-se ter atenção às variações praticadas em cada unidade da Federação.  A Libras, como as outras línguas de sinais, não tem um sistema de escrita largamente adotado, embora existam algumas propostas, como a SignWriting, que estão sendo usadas em algumas escolas e publicações. Na falta de uma escrita própria, a Libras tem sido transcrita usando palavras em português que correspondam ao significado dos sinais. Para designar que a palavra em português indica um sinal, é grafada convencionalmente em letras maiúsculas. Por exemplo: LUA, BOLO. Já os verbos são usados no infinitivo, como por exemplo: LOJA, EU, IR. A prática da Libras está garantida no Brasil, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. De acordo com as normas legais em vigor no País, as instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva. O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão do ensino da Língua Brasileira de Sinais nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior. O Governo do Estado de São Paulo produziu um dicionário voltado para os surdos, elaborado com o intuito de diminuir ao máximo a exclusão digital. Produzido em CD-ROM, o dicionário tem 43.606 verbetes, três mil vídeos, 4,5 mil sinônimos e cerca de 3,5 mil imagens. (IA)

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