Gripe suína: Caso em Rio Preto coloca região em alerta

O surgimento de um caso da Influenza A subtipo H1N1, também conhecida como gripe suína na região, fez com que todo o sistema de saúde seja colocado em alerta. A pessoa contaminada foi diagnosticada em São José do Rio Preto, município distante cerca de 110 quilômetros de Penápolis e havia chegado de viagem no sábado em um ônibus que partiu da Capital Paulista.
Trata-se de uma jovem de 25 anos que recentemente fez uma viagem para a Argentina e Chile. Apesar de ter desembarcado em Rio Preto no sábado, apenas na quarta-feira a jovem foi diagnosticada com os sintomas da doença. Por conta disso, o Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado está à procura de pelo menos dez, dos 25 passageiros do ônibus em que a jovem esteve. Estes passageiros tiveram contato mais próximo com a mulher e precisam ser monitorados, já que podem estar contaminados com o vírus. Dos dez passageiros, até ontem, cinco já haviam sido identificados.
A orientação dos médicos as pessoas que tiveram o contato próximo é de usarem máscaras, evitarem aglomerações de pessoas e a permanecerem em casa. As informações iniciais são de que a paciente possa ter contraído a doença na viagem em que fez aos dois países. Os primeiros atendimentos ocorreram no hospital de Base de Rio Preto e o tratamento está ocorrendo na casa da paciente.
Ontem o chefe do Pronto-Socorro de Penápolis, Ledo Cecílio destacou que, apesar de a unidade não ter recebido até ontem pela manhã nenhuma orientação especial da Vigilância Epidemiológica, a precaução dos médicos foi redobrada. Segundo Ledo, uma das providências será no sentido de reforçar o pedido de máscaras especiais. Ledo lembrou que, quando ocorreu, também em Rio Preto, um surto de meningite, em Penápolis não foi necessário nenhuma atitude mais contundente, já que os casso ficaram localizados naquele município. Com relação a gripe suína a situação é outra e medidas podem ser adotadas para evitar o seu registro na cidade. (SRF)

Doença

A Influenza A subtipo H1N1 também conhecido como A(H1N1), é um subtipo de Influenzavirus A e a causa mais comum em humanos. A letra H refere-se à proteína hemaglutinina e a letra N à proteína neuraminidase. Este subtipo deu origem, por mutação, a várias estirpes, incluindo a da gripe espanhola (atualmente extinta), estirpes moderadas de gripe humana, estirpes endémicas de gripe suína e várias estirpes encontradas em aves. Variantes de H1N1 de baixa patogenicidade existem em estado selvagem, causando cerca de metade de todas as infecções por gripe em 2006.  Em Abril de 2009, o surto de H1N1 matou mais de 100 pessoas no México, e pensava-se existirem mais de 1500 indivíduos infectados em todo o mundo em 26 de Abril de 2009. O Centers for Disease Control and Prevention nos Estados Unidos avisou que era possível que este surto desse origem a uma pandemia (epidemia que atinge grandes proporções, podendo se espalhar por um ou mais continentes ou por todo o mundo, causando inúmeras mortes ou destruindo cidades e regiões inteiras), o que acabou sendo confirmado recentemente. (SRF)

Laboratório anuncia produção do primeiro lote de vacina contra gripe

A empresa farmacêutica suíça Novartis informou ontem ter produzido com sucesso o primeiro lote de uma vacina contra a gripe suína. A informação foi divulgada no dia seguinte ao anúncio da OMS (Organização Mundial de Saúde) de que a doença causada pelo novo tipo de vírus influenza A H1N1 atingiu o nível de pandemia. O termo tem relação apenas com a ampla distribuição geográfica da gripe suína, considerada uma doença "moderada". A Novartis, que fez o anúncio semanas antes do esperado, afirmou que iria utilizar o primeiro lote de vacina para a avaliação pré-clínica e testes. Testes clínicos também estão sendo considerados. Segundo a empresa, a vacina foi feita em células, e não cultivada em ovos, técnica normalmente utilizada na fabricação de vacinas.
A OMS havia informado que as vacinas para a gripe suína deveriam estar aprovadas e prontas para venda em setembro e recomendou que as autoridades reguladoras dos países trabalhem em conjunto para ajudar na aprovação rápida das vacinas.
A vacina anunciada pela Novartis foi produzida em uma fábrica em Marburg, na Alemanha. A companhia afirmou que a unidade poderá potencialmente produzir milhões de doses de vacina por semana. Uma segunda fábrica está sendo construída em Holly Springs, na Carolina do Norte, informou a companhia. A Novartis informou que mais de 30 governos solicitaram suprimentos de vacina, incluindo o Departamento de Saúde dos Estados Unidos, que fez uma encomenda no valor de US$ 289 milhões em maio.
Algumas das principais companhias farmacêuticas do mundo estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra o novo tipo de vírus influenza A H1N1, que causa a gripe suína. O anúncio de pandemia da OMS impulsionou as ações das farmacêuticas Glaxo, Novartis e Sanofi, que subiram entre 2% e 4,5% na bolsa de Nova York.
Ao anunciar a pandemia, em Genebra, a diretora geral da OMS, Margareth Chan, recomendou aos laboratórios que primeiro terminassem a produção das vacinas contra a gripe comum para só então mobilizarem suas fábricas para a produção da nova vacina. O tempo estimado para que terminassem de produzir a vacina comum era de duas semanas. Wayne Pisano, chefe de vacinas da Sanofi-Aventis, a maior produtora de vacina contra a gripe, disse que a empresa poderia "produzir o maior número de doses de vacina no menor prazo". Ainda assim, ela disse que é preciso esperar quatro meses antes que o primeiro lote do produto estivesse pronto para venda. (FO)