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CIDADE & REGIÃO

19/06/2022

GENTE NOSSA: José Francisco da Silva - Zé Chico, Zé Barbeiro

Detalhes Notícia

Data de Nascimento: 08/09/1939
Município: Avanhandava - SP
Pais: Manuel Francisco da Silva e Luiza Alves de França
Irmãos: Vanildo, João, Aparecido, Maria, Lourdes, Genilda e Geni

José Francisco, ou simplesmente Zé (Barbeiro ou Chico), nascido em Avanhandava, teve sua infância e adolescência ligadas às lavouras de café em razão dos pais, migrantes do Nordeste (Bom Conselho -PE), terem vindo para o Sudeste no ano de 1929, do século XX em busca de melhores dias para a família que começava a se formar, incentivado por outros familiares que já estavam na região.
No período em que vieram do Nordeste e por conta de trabalho nas lavouras de café, fixaram residência em fazendas próximas aos hoje municípios de Promissão, Guarantã e Alto Alegre. Nesse último, precisamente no Bairro Coroados (Coroadinho, ou Corguinho) foi onde, em 1960, conheceu Margarida Rodrigues Antunes (Silva), residente no bairro Barra Bonita. Eles se casaram em junho de 1961 e tiveram um único filho, José Carlos da Silva, jornalista, radialista, mais conhecido por Carlos Netto.
Ele, caçula entre os homens, tinha ainda mais sete irmãos, nascidos em Bom Conselho (PE), e nas fazendas em que a família trabalhava nas regiões de Promissão e Guarantã (SP), entre outras. Em 2022, ainda viva está sua irmã caçula, Geni Francisco da Silva (Rigo) moradora em José Lacerda, distrito de Reserva (PR), viúva de Hélio Rigo e mãe de Sirlei, Sirlene e Silas.
Os pais do Zé Barbeiro também fixaram residência no Paraná por algum tempo, na região de Maringá, quando aquele Estado chegou a ser considerado o maior produtor de café entre as décadas de 1940 e 1959. Sendo assim, a maioria dos irmãos fixaram residência naquela região, e somente uma das irmãs (Lourdes) já casada, mudou-se para Campinas (SP) onde residiu até seu falecimento.
Zé Barbeiro, único a ficar em Penápolis e já casado, revezava seu trabalho na lavoura de café e no corte de cabelo aos finais de semana, atendendo sua “clientela” no bairro Barra Bonita, onde residia. Mas logo após o casamento, entre final de 1961 e início de 1962, foi convidado pela irmã Lourdes para morar e trabalhar em Campinas como cobrador de Bonde, transporte da época na cidade. Tirou carteira profissional, fez testes para trabalhar, mas por conta da gravidez de risco da esposa Margarida retornou à Penápolis e continuou, de forma mais atuante, no corte de cabelo e barba.
No ano de 1965 muda com a família para Penápolis, em casa alugada na Vila América, atrás da “fábrica de papel”, onde permaneceu por pouco tempo em razão da precariedade do imóvel. Nesse tempo, já trabalhava como meeiro em salão instalado na Avenida Rui Barbosa, 534, centro, próximo a antiga estação rodoviária. Nesse salão, chamado Ideal, um dos colegas era da família Chamarelli e ofereceu de aluguel uma casa na Vila Martins, proximidades da igreja Nossa Senhora das Graças.
Depois de algum tempo a família foi morar em uma chácara (horta) da família Ianela (sr. Alberto Verdureiro), na avenida Adolfo Hecth, próximo à antiga Campezina, em casa também alugada. No ano de 1972 adquiriu uma casa na Vila Fátima, próxima a escola Yone Dias de Aguiar, onde permaneceu com a família até 1989, mudando-se para a rua Altino Vaz de Mello, na região do ginásio de esportes “Prof. Antônio Castilho Braga.
Depois de algum tempo como meeiro, um dos donos do salão resolveu buscar novas oportunidades na Capital paulista e Zé Barbeiro adquiriu a sua primeira cadeira. No local, onde ficou por mais de 30 anos, e que depois passou a se chamar Salão do Zé, ele teve como sócios e parceiros vários barbeiros como Sr. Daniel dos Santos, irmãos Chamarelli, Laércio e Nelson Marques, Juventino Lisboa, Vasni, entre outros que, de alguma maneira, compartilham aquele espaço como meeiro ou sócio.
Em época mais recente, entre os anos de 1990 e 2000, ao lado do Vasni, fixou estabelecimento na mesma rua, mas em prédio anexo ao Hotel Comercial, divisa com o Grande Hotel, onde se aposentou, mas continuou trabalhando por algum tempo. Não gostava de ficar em casa, parado, então aproveitava para cortar cabelo, rever amigos e conversar.
O seu trabalho como barbeiro rendeu muitas amizades, principalmente da zona rural, sendo que grande parte de clientes que era dos bairros Barra Bonita, Saltinho, Usina, entre tantos outros das proximidades. O salão era local para a entrega de correspondências dos Correios e tinha uma caixa para essas cartas, pois as pessoas “davam” o número do prédio como referência para recebe-las.
Ali as pessoas ficavam “fazendo hora” esperando o horário do ônibus para a zona rural, deixavam as compras e até marcavam encontros de negócios como vendas de sítios, gado, carros. Algumas vezes, quando a pessoa demorava para buscar a carta, ele procurava um parente próximo que morava no mesmo bairro para entregar. Certa época ele até instalou um telefone, mas não deu muito certo, pois as pessoas começaram a deixar recados para que ele transmitisse às pessoas indicadas. “Tinha que deixar o cabelo para atender e anotar recado”, dizia ele na época em que resolver dispensar a linha telefônica.
Tinha paixão pela eletrônica, e por muitas vezes consertava seus rádios seguindo os manuais de eletrônica dos cursos que fazia pelo Instituto Universal Brasileiro, que era muito difundido na época através dos programas da rádio Nacional, que ele acompanhava pelo programa “Edgar de Souza”. Essa paixão fez com ele tivesse em casa rádios e vitrolas (tinha uma coleção de discos rotação 78), e fazia adaptações em tudo. Seu filho ainda mantém a tradição de colecionar rádios, inclusive tem alguns que eram dele, que foram guardados e ainda funcionam.
Aos domingos era sagrada ir à feira livre, conversar com amigos, fazer suas compras e visitar seus clientes, especialmente aqueles que deixavam de ir ao salão por períodos mais longos.
Nessas visitas descobria que alguns ficaram doentes, outros mudaram de cidade e até de barbeiro. Em caso de algum doente, ele não se importava de pegar sua “tralha” e fazer a barba ou cabelo na casa do cliente. Uma época, quando a feira livre era realizada na avenida Exp. Diogo Garcia Martins, atrás do Santuário São Francisco de Assis, Zé Barbeiro se aventurou com um colega a montar barraca para venda de frutas e legumes, mas que desistiu por conta de não se adaptar ao sistema e não conseguir, aos domingos, visitar seus clientes em domicílio.
Zé Barbeiro faleceu em janeiro de 2008, aos 68 anos de idade, por consequência da Diabetes. A esposa Margarida Rodrigues da Silva faleceu em setembro de 2020, aos 81 anos, vítima de um aneurisma cerebral.

DA REDAÇÃO - com informações do jornalista Carlos Netto - Foto/Arquivo Pessoal

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