Financiamento: Caixa Federal anuncia novas medidas para impulsionar o mercado imobiliário

DA REPORTAGEM

Quem está procurado a Caixa Econômica Federal (CEF) com o objetivo de obter o financiamento de sua casa própria está tendo um incentivo a mais a partir desta semana depois que a Instituição anunciou um novo pacote de medidas para estimular a venda no setor imobiliário e aquecer a economia.
A partir de agora, os mutuários poderão financiar imóveis de até R$ 3 milhões, o dobro do limite de financiamento em vigor até a semana passada, que era de R$ 1,5 milhão. A mudança afeta somente operações de crédito do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). Essa modalidade de crédito financia imóveis mais caros, sem emprestar dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Além de aumentar o limite de crédito, a Caixa anunciou que passará a financiar uma parcela maior do valor dos imóveis por meio do SFI. A cota de financiamento para imóveis usados subiu de 60% para 70% do valor total. Para a compra de imóvel novo, construção em terreno próprio, aquisição de terrenos e reforma ou ampliação, a cota passou de 70% para 80%.
Nas operações contratadas com interveniente quitante, nas quais haverá quitação de financiamento com outra instituição financeira, a cota de financiamento subirá de 50% para 70%. Até o início do ano passado, a Caixa financiava 70% dos imóveis adquiridos pelo SFI. O teto caiu para 40% em maio de 2015 e tinha sido reajustado para 60% em março deste ano.
De acordo com o gerente geral da agência da Caixa Federal de Penápolis, Alexander Nogueira, as mudanças em vigor não afetam as operações do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que financia a compra de imóveis de até R$ 750 mil em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Distrito Federal e de até R$ 650 mil nas demais localidades do país. O SFH financia imóveis com recursos da poupança e do FGTS. O SFI financia unidades de maior valor, com recursos de fundos de pensão, fundos de renda fixa, companhias seguradoras e bancos de investimento.
“As taxas de juros para imóveis com valor de avaliação acima de R$ 750 mil para os imóveis de São Paulo estão entre 10,93% e 11,50%, enquanto o prazo máximo do financiamento é de 420 meses”, explicou.

Mercado aquecido
Ainda segundo o gerente, somente no primeiro semestre de 2016, Penápolis teve uma movimentação de quase R$ 5 milhões em financiamentos referentes ao Programa Minha Casa Minha Vida, que visa financiar imóveis com valores de até R$ 135 mil. Já os financiamentos feitos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) totalizou mais de R$ 1,1 milhão nos seis primeiros meses do ano. Para o vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, Nelson Antonio de Souza, outra vantagem da medida é o Plano Empresário da Construção Civil que visa financiar empreendimentos que já estejam com 80% construído. A ideia é complementar o que falta para ele concluir a obra e garantir o financiamento das unidades habitacionais. “A ideia é que a obra não pare. Se ela parar, não gera emprego e renda. Queremos reaquecer a economia e o setor da construção civil para que tenhamos sempre mais emprego e renda”, afirmou.

(Rafael Machi)