Finados movimenta emoção das pessoas e comércio local

DA REPORTAGEM

O Dia de Finados é lembrado por muitas pessoas como um momento de reflexão e a oportunidade de lembrar, dos parentes e amigos que já se foram. Nesta data, os cemitérios se enchem de pessoas que vão aos túmulos fazer suas orações.
A expectativa é que somente na Necrópole Santa Cruz, em Penápolis, passem cerca de 30 mil pessoas durante todo o dia de hoje. Por conta desta grande movimentação, a Necrópole deve ficar aberta até as 20h00. Celebrações da comunidade católica também estão previstas para hoje, sendo às 07h30, 08h30 e 10h00 na Necrópole.
No cemitério Jardim da Paz a missa está prevista para as 9h00. A comunidade evangélica também realizará culto e a distribuição de folhetos com mensagens Bíblicas. Entre as milhares de pessoas que visitam o cemitério nesta época, está a investigadora de polícia Ivone Marques Pinheiro de Lima. Ela revelou que não tinha o costume de ir ao cemitério, entretanto, após perder o pai e o irmão no ano passado, fez com que a visita se tornasse rotina. “Depois que tive estas duas perdas, comecei a vir mais no cemitério. Para este dia de finados trouxe flores, fiz a limpeza do túmulo e deixei tudo em ordem”, comentou. Para Ivone, visitar o túmulo de entes queridos é uma forma de tornar as lembranças mais fortes. “O ser humano tem essa necessidade de estar em contato para tentar amenizar a saudade e a dor da perda. Acho que vir ao cemitério e visitar o túmulo de pessoas tão perto de você é uma maneira de sentir esta proximidade e poder lembrar, de bons momentos passados juntos”, afirmou.
Quem também sente a necessidade de ir ao cemitério visitar túmulos de parentes é a aposentada Dirce Pagani Alves. Ela sempre visita os túmulos dos pais e do marido e para ela, o Dia de Finados serve como um dia de homenagens às pessoas que sempre estiveram ao seu lado. “Por isso, levo flores ao túmulo. Vejo este momento como uma forma de homenagear nossos parentes e amigos mortos. Como eles ficaram conosco em vida, agora nós também ficamos com eles após a morte. Mesmo não estando juntos do corpo, vir ao cemitério é como se pudéssemos estar junto à sua alma. Não é porque morreram que vamos abandonar”, disse.

Comércio
Com tanta gente visitando os cemitérios neste Dia de Finados, quem também aproveita o momento para ganhar um dinheiro extra, são os vendedores ambulantes.
Engana-se quem pensa que somente o comércio de flores e velas é rentável neste dia. Quem vai à Necrópole encontra uma diversificada variedade, muitas delas, de comida. São vendedores das tradicionais melancias, que são encontradas a quarteirões de distância aos arredores do cemitério; passando pelos tradicionais picolés, salgados, refrigerantes, caldos de cana e até mesmo tapiocas são encontradas sendo vendidas no local.
Para a salgadeira Luiza de Jesus Linhares, esta é a oportunidade de ganhar um dinheirinho extra. “Como neste dia o fluxo de pessoas é grande, aproveitamos a oportunidade para vender mais, para aqueles que vêm visitar os túmulos e saem cansadas, até mesmo por conta do sol forte e aproveitam a oportunidade para tomar um refrigerante e comerem um salgado enquanto descansam, assim faturamos um pouco mais”, explicou.
A tradicional venda de flores é o que mais se vê aos arredores do cemitério. São vasos de diversos tamanhos, cores e variedades para as pessoas.
Segundo a vendedora Nanci Palmares, muitas pessoas acabam não comprando antes do dia porque sabem que, ao chegar no cemitério, vão encontrar grande variedade de flores. “Se torna mais fácil comprar os vasos na porta do cemitério. A pessoa compra e já leva ao túmulo, por isso, muitos tem optado em fazer isso, pela comodidade e a grande variedade encontrada no local”, afirmou. Ainda segundo ela, a expectativa de venda é boa, se mantendo, ao menos, equivalente ao que foi vendido no ano passado. “Quero manter o número de vendas. Para este ano, as pessoas estão optando por vasos menores e mais baratos, também como uma maneira de economizar, mas creio que o faturamento será muito bom, pois muitos deixam para comprar na última hora”, finalizou.

(Rafael Machi)