Faesp elabora projeto contra violência no campo

Quais os problemas enfrentados pelos produtores rurais na área da segurança? Quais as soluções possíveis? A partir destas duas questões básicas a Faesp (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo) está elaborando um projeto piloto, que será encampado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. O objetivo é simplesmente dar segurança e tranquilidade a esse segmento motriz da sociedade, tão desprotegido. Dando os primeiros passos, lideranças ruralistas se reuniram em Franca, no dia 23 de fevereiro, para iniciar tal projeto a ser executado pelas polícias Civil, Militar e Federal. A Faesp esteve representada pelo chefe de gabinete da federação e Senar/SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Thirso Meirelles. Ele definiu a reunião como ponto de partido para um seminário que será realizado em breve com a participação das lideranças ruralistas de todo o Estado. “Junto com os nossos companheiros – explicitou – a Faesp levará ao comando da PM e à Secretaria de Segurança Pública um projeto aplicável, no qual sejam consideradas as necessidades dos produtores e as possibilidades de uma ação policial mais efetiva, tanto no campo da prevenção quanto da repressão à criminalidade no meio rural”, relatou Meirelles. Thirso destacou também, na ocasião, que entre as inúmeras sugestões a utilização do GPS pela PM “pode lhe permitir chegar com rapidez às propriedades que possam enfrentar esse tipo de problema. Mesmo porque já existe uma unificação de ocorrências entre as polícias. É importante também que quando o produtor registre a ocorrência já estejam em curso os processos administrativos para permitir averiguação rápida do ocorrido, criando condições para uma estatística dos próprios acontecimentos.”

Problemas
Alguns problemas foram levantados durante o encontro, como: violência que atinge proprietários, funcionários e suas famílias; falta de efetivo policial; demora no atendimento da ocorrência; falta de patrulhamento; demora na ação policial; êxodo rural; desemprego agrícola; difícil localização das propriedades e sua vulnerabilidade, isolamento geográfico; roubos; falta de comunicação e deficiência na estrutura da polícia; entre outros.

João Castilho cobra união de produtores rurais

“Não adianta o produtor só reclamar, ser vítima constantemente da marginalidade e não buscar de fato uma solução. A mudança para melhor só acontece quando nos unimos. Chega de comodismo, precisamos agir em conjunto, associando-se e fortalecendo sua base sindical”, frisa o advogado João Antonio Castilho, presidente do Sindicato Rural de Penápolis. Cidades como Penápolis, Luiziânia, Avanhandava, Braúna, Barbosa, Alto Alegre e seu distrito Jatobá, já foram alvos de ladrões este ano. São sucessivos roubos não só de animais, mas também de maquinários, insumos, herbicidas, valores e bens pessoais. Os prejuízos dos produtores têm sido muito grandes. Existe uma conversação com a Polícia Militar para criar providências, para evitar o que vem acontecendo sistematicamente nas fazendas dos municípios do Estado. Na região de Penápolis, diálogo entre Sindicato Rural e polícias é feito anualmente. “Entendo que deve haver um engajamento não só das polícias, como inclusive das prefeituras. Não adianta nada o produtor rural expressar essa dificuldade, esse medo, pela falta de segurança se, embora contando com a boa vontade policial, não dispor recursos. É preciso que o governo do Estado fortaleça a sua polícia, dando-lhe condições de pronto atendimento no meio rural, como também empenho político dos prefeitos para que aconteça de fato a ação policial”, conclui João Castilho. (Assessoria de Imprensa/SIRP)