Evento literário acontece hoje no Lúmine

Acontece hoje, a partir das 20h no Cine Teatro Lúmine, em Penápolis a palestra “Introdução à Poética de Paulo Leminski”. O evento está sendo organizado pelo Sesc (Serviço Social do Comércio) de Birgui, tendo como objetivo lembrar as duas décadas da morte do poeta curitibano Paulo Leminski, falecido no dia 07 de junho de 1989. A programação faz parte do 1º Festival Literário de Penápolis, que acontece entre os dias 16 e 27 de junho. A palestra será ministrada pelo escritor Toninho Vaz (RJ), biógrafo e amigo do autor, utiliza as influências literárias e dados biográficos do poeta curitibano, para revelar toda profundidade e erudição de sua obra. Toninho é jornalista e autor das biografias de Paulo Leminski (“O Bandido que Sabia Latim”), Torquato Neto (“Pra Mim, Chega!”) e Darcy Ribeiro e dos livros “90 Anos de Cinema”, “Edwiges, a Santa libertária” e “O Rei do Cinema”. Além da palestra, outro escritor Ademir Assunção (SP), realiza a oficina “Haicai: Hipersensibilidade em Micropoemas”, com informações de como produzir utilizando o estilo conciso de poesia japonesa, praticado e difundido por Leminski. A oficina será na quinta-feira, 25, no horário das 14h às 17h, na sala Cora Coralina. Formado em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina, Ademir Assunção trabalhou como repórter cultural dos jornais Folha de Londrina, O Estado de São Paulo e Jornal da Tarde. Também foi editor-assistente do caderno "Ilustrada", da Folha de São Paulo. Publicou os livros: “LSD Nô”, “A máquina peluda”, “Cinemitologias” e “Zona Branca”.

Palestra
Ao falar sobre os 20 anos da morte de Leminski, além de retransmitir aos leitores desta geração o legado do poeta, o jornalista Toninho Vaz recorre às novidades na obra do escritor, apontando para um novo enfoque que se desprende do folclore dos anos 60, de drogas, sexo e rock and roll. Em sua fala, Vaz pretende trazer às claras, em seus múltiplos aspectos, as obras do gênio em todas as vertentes: prosa, poesia, tradução, música, publicidade. “Quero ressaltar todos os aspectos que compõem a formação intelectual do poeta. Abordarei suas influências literárias e tudo aquilo que formou o teor de sua obra, explorando seu interesse pela literatura e linguagem, afinal, Leminski foi um talentoso professor de Literatura e História”, disse.

Haicai
Segundo Assumção, Paulo Leminski foi um dos maiores divulgadores da técnica japonesa ligada ao zen – budismo. O haicai não é só uma forma poética, é também uma forma de ver o mundo. A realidade ultraconsumista em que vivemos, nos impede de perceber uma espécie de poesia ingênua e simples como o haicai. “No meio do bangue-bangue do início de milênio, quem é que está preocupado com o simples salto de uma rã dentro de uma lagoa, ou com a morte de um grilo, ou ainda com as folhas amarelas de um ipê saudando a chegada da primavera? Quem é que tem tempo de olhar para essas banalidades em um mundo que clama por superjogadas, megasucessos, hipermercados?”. Segundo Assunção, para chegar a um bom haicai é preciso que o próprio poeta tenha se transformado num instrumento ultrasensível, através de uma intensa vivência, algo que estaria mais próximo da sabedoria do que da erudição. De acordo com Pinduca, a oficina vai ajudar o público a desenvolver micropoesias, por meio de estudos dos principais mestres do haicai: Bashô, Buson e Issa. “A intenção é desenvolver é uma percepção atenta a outras realidades que pulsam o tempo todo à nossa frente e que, na maior parte do tempo, passam totalmente despercebidas”, finalizou. As inscrições para a oficina são gratuitas e podem ser feitas pelo telefone (18) 3652-7915. (Redação)