Enxuto: MTur exclui Penápolis e comarca do Mapa do Turismo

DA REPORTAGEM

Penápolis está entre os 36 municípios da região administrativa de Araçatuba que foram excluídos do Mapa do Turismo divulgado nesta semana pelo Ministério do Turismo (MTur). Cidades da comarca também foram excluídas da lista. O Mapa do Turismo Brasileiro é um instrumento de orientação para a atuação do Ministério do Turismo no desenvolvimento de políticas públicas, tendo como foco a gestão, estruturação e promoção do turismo, de forma regionalizada e descentralizada. Sua construção é feita em conjunto com os órgãos oficiais de Turismo dos estados brasileiros. A última lista divulgada pelo MTur, ainda em 2013, incluía Penápolis na categoria Tietê Vivo por conta do potencial turístico, interpretado pelo Ministério, de que a cidade teria para explorar afluentes do rio Tietê no turismo náutico. Cidades como Barbosa e Glicério também estavam nesta categoria, entretanto foram excluídas do Mapa. O principal afluente explorado por Penápolis é o Bonito, que possui em suas margens um grande número de condomínios de ranchos e atrai diversas pessoas para a pesca esportiva, o rio fica a cerca de 15 quilômetros. Outras cidades da comarca também tinham seus nomes inclusos no Mapa, é o caso de Alto Alegre, Braúna e Luiziânia, que entravam na categoria Natureza e Tradição por conta da rica natureza encontrada na região e de suas típicas tradições do interior paulista, como as quermesses de sítio e tradições religiosas.
Estas cidades eram classificadas na categoria D e E, que são considerados destinos que não possuem fluxo turístico nacional e internacional expressivo, no entanto possuem papel importante no fluxo turístico regional e precisam de apoio para a geração e formalização de empregos e estabelecimentos de hospedagem.

Museus
O secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Turismo, Enio Cesar Almeida revelou que ainda não tinha conhecimento da exclusão de Penápolis e precisava se inteirar sobre o fato para falar sobre o assunto, entretanto, ressaltou que o potencial turístico penapolense está no setor cultural. “Penápolis sempre foi conhecida em toda nossa região por sua quantidade e qualidade ligadas aos museus, que sempre foram referência de estudos e da cultura em si. Tanto que a cidade, através de sua Secretaria de Cultura sempre promove eventos para ressaltar isso e esta tem sido nossa vertente. Agora, até mesmo aos fins de semana, no começo de cada mês, estamos ampliando o atendimento dos museus em busca de novos turistas regionais”, ressaltou. O secretário disse ainda que depois da vertente cultural, Penápolis tem se dedicado ao turismo religioso, ecológico, rural – através de capelas rurais e suas tradicionais festas de sítio – e por fim o turismo náutico destaca do pelo MTur, através de ranchos e da pesca esportiva.

2016
O Estado de São Paulo teve significante redução em seu Mapa do Turismo. O estado reduziu de 645 para 222 o número de municípios participantes de suas 28 regiões turísticas. Em todo o país, foram identificados 2.175 municípios em 291 regiões turísticas. Para o ministro interino do Turismo, Alberto Alves, este redimensionamento contribui para melhorar a capacidade do Ministério do Turismo de atuar de forma coordenada com os estados, regiões turísticas e municípios, para desenvolver e consolidar novos produtos e destinos turísticos. “Com um mapa mais enxuto e que retrata de forma mais fiel a oferta turística brasileira, poderemos focar nossos esforços e otimizar nossos resultados, afirmou. Para a atualização do mapa, foram realizadas oficinas e reuniões em todas as 27 UFs e a validação do mapa foi feita pelos estados e Distrito Federal em seus respectivos Fóruns ou Conselhos Estaduais do Turismo. Os 222 municípios de São Paulo presentes no Mapa do Turismo se dividem em 5 categorias, de acordo com a Categorização dos municípios das Regiões Turísticas do Mapa do Turismo Brasileiro. O instrumento, elaborado pelo MTur, identifica o desempenho da economia do turismo para tornar mais fácil a identificação e apoio a cada um.
O Tribunal de Contas da União e o Senado Federal reconhecem o Mapa do Turismo Brasileiro como um instrumento de gestão para orientar no desenvolvimento de políticas públicas regionalizadas e descentralizadas. A atualização constante do documento se torna, portanto, fundamental para que esse instrumento seja eficaz e respeite os princípios de eficiência da Administração Pública.

(Rafael Machi)