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CIDADE & REGIÃO

08/07/2007

Em alta: Usina Campestre volta a ter destaque no cenário nacional

Detalhes Notícia

Passado o período de turbulência financeira, a Usina Campestre, principal empresa de Penápolis e a primeira usina a ser instalada na região, fundada em 1946, voltou a se consolidar no mercado de açúcar e álcool. Conforme destacou o sócio-proprietário, Celso Viana Egreja (foto), a empresa está prestes a ocupar a 10ª posição na produção de álcool do país. Para alcançar este destaque, basta a produção da usina corresponder à quantia programada para esta safra.

O período negro da história da tradicional indústria, que durou quase duas décadas, ocorreu, na visão do empresário, como conseqüência de uma série de fatores, entre elas, a política que o governo federal adotou naquela época e que teria prejudicado todo o setor. “Até 1995 os preços eram controlados pelo governo e por lei, em todo o dia 1º de cada mês os governantes eram obrigados a reajustar os preços do açúcar e do álcool, tomando por base uma planilha de custo vertical fornecida pela Fundação Getúlio Vargas”, explicou. “Infelizmente o governo nunca cumpria a lei e, enquanto a inflação chegava aos 30%, ele fornecia um reajuste de 10%. A tentativa de controlar a inflação era baseada nos salários, tarifas públicas, cesta básica e juros”, completou Celso Egreja. Para ele, esta política levou a graves problemas nas empresas do ramo alcooleiro, como aconteceu na Usina Campestre, que teve seu processo econômico desmoronado.

“Em 1995 o governo deixou de atuar e o comércio passou a ser livre, mas isto ocorreu justamente em um momento desfavorável, quando havia um excesso de produção, o que nos levou a diminuir o preço do litro de álcool de R$ 0,41 para R$ 0,14”, disse, “Já a saca de açúcar passou a ser vendido a R$ 8,00, enquanto os produtores recebiam cerca de R$ 3,00 por cada tonelada de cana. Tudo isso tornou o comércio impraticável”, argumentou o industrial.

 

Iraque

O fim da crise, em sua opinião, se desencadeou a partir da primeira guerra no Iraque. “Até brinco que deveríamos erguer uma estátua do ex-ditador Saddam Hussein com cem metros de altura. Foi graças a primeira guerra do Golfo que os governantes se assustaram e passaram a perceber o problema que é ser totalmente dependente do petróleo. Até então o Proálcool estava liquidado, tendo como seus maiores algozes o ministro Maílson da Nóbrega e o presidente José Sarney”, destacou Celso. Antes dos conflitos no Golfo Pérsico, ao contrário de atualmente, o petróleo chegou a custar na faixa de U$ 10,00 o barril, o que tornava o álcool impraticável no tocante à concorrência, já que sua produção ficava mais cara que a da gasolina. “O que fazer com o programa do álcool? Para o governo foi mais fácil não financiar mais a cana e quebrar as usinas, subestimando, com esta atitude, que o mundo poderia dar voltas. Na minha visão o ex-mandatário do Iraque foi o primeiro a sacudir a situação do petróleo ao invadir o Kuait e dar início ao primeiro conflito contra os Estados Unidos e seus aliados”, observou o empresário. A partir disso, na visão de Egreja, o mundo acordou para duas situações: a primeira, no sentido de que o petróleo está acabando, e a segunda quanto ao meio ambiente. “A partir de então todos passaram a olhar as energias renováveis como uma saída, o que propiciou que o álcool pudesse novamente ser uma alternativa eficiente. Atualmente, o barril de petróleo está na faixa de U$ 71,00 e a expectativa é que passe dos U$ 100,00. Enquanto a gasolina está custando em média R$ 2,60 em alguns postos, o álcool da região pode ser encontrado por até R$ 0,80. A brutal diferença faz com que até mesmo os proprietários de veículos a gasolina misturem álcool ao combustível original”, observou.

 

Luz

Esta reviravolta mundial foi um dos motivos que aliviou a situação financeira nas usinas quando a maioria já não apresentava chances de ter um futuro promissor. “O quadro se reverteu e as usinas que não tinham valor algum – chegamos a tentar negociar a usina em troca da dívida, mas, não apareceu nenhum interessado - passaram a valer muito dinheiro”, relatou Celso. O ano de 2003 é considerado como marco para a empresa. A partir daí, as finanças começaram a ser colocadas em ordem, os pagamentos dos funcionários voltaram a ser feitos rigorosamente em dia, bem como o dos fornecedores de cana. “Passamos ainda a ter condições de crescer, e, de um milhão de tonelada de cana que era moída, atualmente estamos processando o triplo”, comemorou, “Graças à expectativa em torno do etanol, a Campestre está voltando a ser uma empresa perfeitamente viável e dentro do contexto das usinas que têm futuro no país”, observou o empresário, destacando que a situação financeira atual pode ser classificada como confortável, e que a empresa voltou a ter crédito. Durante a fase tempestuosa, os fornecedores de materiais somente o faziam com pagamentos adiantados, enquanto que atualmente são seguidas as normas do mercado. Com crédito, a direção pode adquirir os produtos que necessita com prazo de um ano para o pagamento. “Também estávamos alijado de todo esquema financeiro e, apesar da empresa ainda não ter conta em bancos, fundos internacionais estão nos oferecendo financiamento. Podemos garantir que nos últimos anos foi possível acomodar o ativo e administrar melhor o passivo”, finalizou o empresário. (SRF)

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