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CIDADE & REGIÃO

18/07/2010

Educação dos filhos: Especialistas opinam sobre lei contra palmadas e beliscões

Detalhes Notícia

DA REPORTAGEM

Educar os filhos não é fácil, não é simples, não tem manual e cada família tem um jeito diferente de fazer isso. O dia a dia exige muita paciência dos pais, que em algumas situações acabam recorrendo às famosas palmadas, atitude esta que pode ser proibida por meio de um projeto de lei, que já está provocando muita discussão entre especialistas e a população em geral. Para o promotor da Vara da Infãncia e Juventude de Penápolis, Marcelo Sorrentino Neira, caso este projeto seja aprovado, alguns mecanismos legais já são usados com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que esta semana completou 20 anos. “Pelo que notei no projeto ele não traz alterações significativas”, comentou. Marcelo lembrou que muitas vezes o problema está nos próprios adolescentes que não obedecem seus pais, inclusive ameaçando-os, fazendo com que seus genitores usem este método que está em discussão como um castigo físico. “Cada situação tem a sua peculiaridade e tudo tem que ser bem analisado em cada caso”, destacou. Ele recorda que na cidade já lidou com casos de pais despreparados em cuidar de seus filhos, bem como de outros preparados, mas que seus filhos acabam praticando atos contra a lei em virtude das más companhias, entrando em conflito, passando dos limites impostos. Para o advogado e presidente do Comdica (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), Alexandre Gil de Melo, esta lei vem para garantir o direito da integridade física à criança e ao adolescente. “Sem dúvida essa situação da palmada infringe a integridade física, pois já é um ato de violência”, disse. Gil observa que a palmada ou o beliscão por si só não impõe disciplina na criança, mas sim acaba gerando mais violência. “É uma porta que se abre para atos mais graves com as crianças, sendo comprovado que por si só ela não educa. Os pais acabam desferindo a palmada no ato de nervosismo e a criança não entende o porquê de estár apanhando”, ressaltou. O presidente do Comdica explica que a repressão ao tapa pode contribuir para a diminuição de outros atos, pois tem uma repercussão muito negativa a criança. “Isso já foi comprovado cientificamente. O melhor caminho é por meio do diálogo, o que exige uma paciência maior entre os pais”, enfatizou. A proposta inclui “castigo corporal” e “tratamento cruel e degradante” como violações dos direitos na infância e adolescência. Hoje, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) fala em “maus tratos”, mas não especifica os tipos de castigo que não podem ser usados por pais, mães e responsáveis. O governo diz que, com isso, quer acabar com a banalização da violência dentro de casa, de onde sai boa parte das denúncias. A proposta ainda traz as mesmas penas já previstas no ECA, para pais, mães e cuidadores de crianças e adolescentes. No caso das palmadas, as medidas vão desde encaminhamento a programas de proteção à família e tratamento psicológico a advertência e até perda da guarda. O castigo corporal poderá ser denunciado por pessoas que convivem com a família, como vizinhos e parentes, ao conselho tutelar. O projeto propõe campanhas permanentes de conscientização dos pais e o ensino dos direitos humanos no currículo escolar. O projeto deve passar pelos trâmites comuns na Câmara e no Senado, ou seja, deve ser analisado por comissões e pelo plenário de cada Casa. Depois, precisa ser sancionado pelo presidente. (IA)

Foto: O promotor da Vara da Infãncia e Juventude, Marcelo Sorrentino Neira disse que caso este projeto seja aprovado, alguns mecanismos legais já são usados baseados no ECA

Psicóloga afirma que o amor e o elogio contribuem muito na educação dos filhos

Para a psicóloga Joana Carolina Paro, o melhor método para a educação dos filhos é à força do amor e do elogio e não a física, como muitos acabam usando. “Infelizmente, na prática algumas crianças pedem para que os pais tomem a atitude de aplicar umas palmadas, fazendo com que a criança reconheça seus limites por meio da dor”, comentou. Ela ainda acredita que caso esta lei seja aprovada irá trazer grandes benefícios, em especial em lares onde os pais brigam constantemente, tendo desse modo um desequilíbrio emocional na criança que irá reproduzir este mesmo comportamento. “Muitos pais acham que a palmada pode resolver a situação, mas já foi comprovado em estudos que este método é usado sempre no momento de raiva, onde os genitores acabam perdendo o controle quando batem, gerando a violência doméstica”, observa. Joana destaca que em muitos casos a criança não se incomode com o famoso tapinha, mas sim com o efeito moral que vai produzir, como se o amor entre ela e seus pais tivesse sido retirado. “Primeiramente, os pais devem ser o modelo aos seus filhos, pois uma família amorosa é o alicerce para uma boa educação. Neste sentido, o diálogo é muito importante, mesmo quando a criança não entende muito bem”, enfatiza. Outros métodos citados pela psicóloga que contribuem para a boa educação e evitam que os pais dêem palmadas ou beliscões, seria colocar a criança para “pensar” sobre o ato que cometeu, bem como retirar algo que ela goste, como jogos ou brinquedos, deixando claro os limites da criança. “Para isso, é preciso ter muita paciência, porque ela que quebra as barreiras e ajuda bastante na educação. Ações por meio de gestos irão contribuir muito para a criança se tornar uma pessoa honesta e de bem na sociedade”, finalizou. (IA)

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