Dia Mundial do Rim visa alertar sobre doenças silenciosas

DA REPORTAGEM

O próximo dia 12 de março será lembrado como o Dia Mundial do Rim, objetivando chamar atenção da comunidade para a saúde dos rins. A data é importante para conscientização, pois no Brasil estima-se que existam cerca de 1,2 milhão a 1,5 milhão de pessoas com doença renal crônica, mas 70% dos pacientes em diálise descobrem a doença renal tardiamente. A Doença Renal Crônica (DRC) é caracterizada pela perda progressiva e irreversível das funções renais. Segundo o médico nefrologista Nilso Moreira, a doença é classificada em cinco estágios conforme sua evolução, sendo seu último estágio denominado de Insuficiência Renal Crônica (IRC) e necessita de tratamento dialítico ou transplante.

De acordo com ele, os rins têm a função de filtrar diariamente do sangue parte das impurezas produzidas pelo nosso corpo e as excretam junto com o excesso de líquido, em forma de urina. Eles também produzem substâncias importantes para a produção do sangue e a saúde dos ossos. “Por isso, quando a pessoa possui o estágio mais avançado da DRC ela apresenta sinais da doença como fraqueza, perda de apetite, urina espumosa, inversão do hábito de urinar, passando do dia para a noite. Quando há estes sintomas é muito importante que a pessoa procure o médico rapidamente para que os exames necessários sejam feitos”, comentou.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, 10% da população mundial tem DRC, sendo que esta doença atinge pessoas de todas as idades e raças. Um em cada cinco homens e uma em cada quatro mulheres com idade entre 65 e 74 anos têm DRC e metade da população com 75 ou mais tem DRC em diferentes estágios. Entre as principais causa da doença está à pressão alta e o diabetes. Segundo Dr. Nilso, a estimativa é que  20 a 25 pessoas em Penápolis necessitem de tratamento através de diálise, o que para ele o número está dentro dos padrões. “Se consideramos que a média de pessoas com a doença seja de 40 para cada 100 mil habitantes, o número de pacientes em Penápolis ainda está dentro dos padrões, mas é muito importante que as pessoas tenham conhecimento desta doença a fim de evitar que este número aumente”, ressaltou.

Quando há perda temporária ou definitiva da atividade dos rins é necessário substituí-la, utilizando o tratamento de diálise, seja pela filtragem direta do sangue por uma máquina (hemodiálise) ou através de um líquido específico (líquido de diálise peritoneal), alternando infusão e drenagem dentro da cavidade abdominal via catéter de diálise peritoneal. O transplante renal também é uma das formas de tratamento. “Estes tratamentos precisam ser feitos constantemente pelo paciente visando sua saúde através da limpeza do organismo. Felizmente, este tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo SUS, sendo que 85 dos pacientes que o fazem se utilizam do SUS”, explicou Nilso.

Entre as principais orientações para se evitar a doença está o controle da pressão arterial e da taxa de açúcar no sangue, realizar atividades físicas, beber bastante água, não fumar, não usar remédios sem orientação médica. “Além de tudo isso, é muito importante que a pessoa procure regularmente um médico especialista para que sejam feitos exames específicos, principalmente aquelas que se encaixam em um dos grupos de risco”, finalizou o médico Nilso Moreira. (Rafael Machi)