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CIDADE & REGIÃO

26/06/2012

Dia Internacional de Combate às Drogas: Uma Questão de Saúde Pública

Rafael Machi
Detalhes Notícia
Pelé, com 19 anos diz que já experimentou droga, mas saiu deste caminho devido ao aprendizado do Proerd

Em 1987, a Organização das Nações Unidas (ONU) determinou 26 de junho como o Dia Internacional de Combate às Drogas. É necessário que se reflita cada vez mais sobre este problema que afeta tantos indivíduos, constituindo-se em um grave problema de saúde pública.

De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas contra a Droga, não existe um número preciso de usuários de drogas, em especial o crack no Brasil. Segundo números apresentados a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INGE) existem mais de 1 milhão de usuários. Entretanto, é importante lembrar que o crack, apesar de ser muito agressivo, não é a única droga a causar dependência. Pode-se destacar ainda a maconha, cocaína, o álcool - que apesar de liberado traz tantos danos colaterais quanto às drogas ilícitas. Hoje o alcoolismo é a 5ª maior doença incapacitante no mundo. São acidentes, perdas afetivas, financeiras, morais, físicas etc. A maconha, que algumas pessoas acreditam ser uma "droga leve", produz alterações da percepção, causa delírios, euforia, confusão mental, entre outras. É necessário que haja um trabalho mais profundo em relação à prevenção e ao tratamento dos dependentes de drogas, que não são criminosos e sim doentes. O acompanhamento clínico multidisciplinar e o apoio da família são muito importantes para a recuperação do usuário de drogas e a desintoxicação depende de indivíduo para individuo, de tempo de uso e qualidade da droga consumida.

 

Aulas de Proerd fazem a diferença na vida de crianças 

A Polícia Militar do Estado de São Paulo mantém nas escolas de ensino fundamental de Penápolis o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência - PROERD, visando a prevenção ao uso de drogas. O projeto surgiu nos Estados Unidos em 1983, na cidade de Los Angeles, e foi expandido rapidamente para vários países do mundo.

No Estado de São Paulo desde 1993, aproximadamente 6 milhões de crianças já participaram do PROERD. Os instrutores são policiais militares especialmente treinados, que em encontros semanais de uma hora de duração na sala de aula, desenvolvem o programa utilizando cartilha especialmente criada para essa finalidade, que além de estimular as crianças para resistirem às pressões do uso de drogas, estreita o relacionamento entre a polícia e o cidadão.

Segundo a policial militar instrutora do Proerd em Penápolis, Ana Cláudia Pereira Domingos, o programa existe na cidade desde 2000, tendo alcançado cerca de 16 mil crianças em toda a comarca. "Tenho muito orgulho em realizar este trabalho, e a consciência de que estou fazendo a minha parte para ajudar estas crianças a não entrarem no mundo das drogas, sejam lícitas ou ilícitas", afirmou Ana. Ela explica que durante os encontros, os alunos trabalham com o "modelo de tomada de decisão Proerd", onde aprendem a definir o que fazer quando uma pessoa lhe oferecer qualquer tipo de droga. Em um segundo momento é trabalhado as análises das causas e as consequências das crianças aceitarem ou não aquele tipo de droga que lhes foi oferecida. Outra etapa é a decisão da criança, a que ela julga ser melhor para o seu futuro. O trabalho é finalizado com a avaliação da escolha tomada. "Realizamos tudo isso para alertá-las sobre os perigos da droga, inclusive o cigarro e a bebida alcoólica; queremos criar mecanismos para que elas fiquem longe desses problemas", comentou.

A policial disse que percebe que as crianças que participam dos encontros reagem positivamente. "Elas mudam suas atitudes, se mostram mais alegres e confiantes durante as aulas e até mesmo com os pais", explicou. Mesmo com o trabalho da polícia, Ana alerta que é importante a participação da escola e principalmente da família.

"Cerca de 90% das crianças sabem que o caminho das drogas não é legal, mas é preciso que esta ideia se mantenha por toda sua vida, não somente no momento dos encontros do Proerd, os pais devem estar sempre atentos verificando o caminho de seus filhos", alertou. "Sinto uma tristeza profunda quando vejo algum ex-aluno no mundo das drogas, por que a minha parte eu tentei fazer, mas quando converso com o jovem percebo que algo faltou, muitas vezes foi justamente o apoio e supervisão dos pais", revelou. Além da policial Ana, outro responsável pelo projeto na cidade é o policial militar Mauro Américo. Durante o primeiro semestre, o Proerd esteve presente em 10 escolas municipais e quatro particulares, porém, diversas outras receberão o curso da Polícia Militar no próximo semestre. (Rafael Machi)

 

“Curso do Proerd foi importante para eu tomar decisões em minha vida”, diz jovem

 

O jovem Álvaro Luiz Bastos, 19 anos, também conhecido como ‘Pelé’, sente-se muito feliz por ter recebido as orientações da Proerd quando cursava a 3ª série do ensino fundamental. Segundo ele, o curso foi fundamental para se manter afastado das drogas. "Quando fiz o curso não levava muito a sério, porém, hoje vejo o quanto foi importante para eu tomar decisões importantes em minha vida", comentou. Ele disse que chegou a experimentar cocaína, mas abandonou a droga quando lembrou-se de tudo o que aprendeu com a policial Ana. "Naquele momento tinha consciência de que a droga poderia estragar minha vida, por isso resolvi largar esta vida e procurar algo para mim que realmente pudesse me dar um futuro melhor", ressaltou. Ele possui dois irmãos e uma irmã, e sempre dá orientações para eles. "Sei que nunca tiveram contato com drogas, mas mesmo assim sempre ressalto a importância de manter a cabeça no lugar e não se deixar levar por falsas ilusões, e eles aceitam minhas orientações", disse. Hoje, Pelé trabalha como auxiliar de serviços gerais no Hospital Unimed de Penápolis, e agradece a oportunidade que teve. "Todos aqui são muito legais comigo e estão sempre me ajudando e motivando. Sei das minhas responsabilidades e faço questão de manter meu trabalho em dia, valorizando a oportunidade que me deram", ressaltou. "A dica que deixo para os jovens é que eles sempre se mantenham fora das drogas, algo passageiro e que pode estragar o futuro de um jovem que poderia ter tudo para crescer na vida, não vale a pena, também é importante andar no caminho de Deus", finalizou. (Rafael Machi)

 

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