Devoção: Fiéis penapolenses se preparam para ver o Papa

Um ônibus com 49 pessoas sairá de Penápolis no próximo sábado, 12, por volta das 14h00 rumo à cidade de Aparecida, onde será realizada celebração do Papa Bento XVI, no Santuário Nacional. A chegada do Papa ao Brasil está prevista para a tarde de hoje, com desembarque no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, seguindo de helicóptero até o Campo de Marte e então percorrendo no papamóvel o caminho até o Mosteiro de São Bento, onde ficará hospedado. No domingo, o evento em Aparecida incluirá a Missa de Inauguração da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, na Praça em frente ao Santuário Nacional.  

O organizador da única excursão penapolense, Benedito Vieira da Silva, da comunidade de São Benedito, reuniu fiéis não só de sua comunidade como das igrejas pertencentes aos bairros Santa Terezinha, São José e Aroldo Camilo, entre outros. O grupo deve retornar no domingo, após o fim do evento. Ministro de Eucaristia e responsável pelo grupo de oração, Benedito organiza viagens a Aparecida há oito anos, mas espera com uma motivação diferente por esta excursão. “Eu abracei esta causa porque esta é uma viagem especial”, revelou, “Eu não poderia perder esta oportunidade única de participar e testemunhar ao vivo as palavras do Papa”, disse.

Canonização

Benedito comemorou ainda a canonização de Frei Galvão, o primeiro nascido no Brasil a ser considerado Santo. Para ele, a canonização simboliza a confirmação de um trabalho feito com muita fé e amor em benefício do próximo. “Para o engrandecimento da glória de Deus ele foi verdadeiro e teve muita fé, chegando a uma obra perfeita, então é muito justo que se reconheça este trabalho feito à altura da santidade de Deus”, completou ele.

É com a mesma alegria que a aposentada Francisca Benedito de Almeida espera a canonização de Frei Galvão. “Teremos um Santo brasileiro que é ainda franciscano e isso é uma alegria muito grande para nós católicos”, comentou ela, que também aguarda com ansiedade o dia da viagem até Aparecida, para a qual convidou a filha, o genro e a neta de 12 anos. “Será um momento muito importante para todos os católicos e espero que todos recebam o Papa com muito carinho e amor, assim como João Paulo II foi recebido”, comentou ela. João Paulo II esteve no Brasil em outubro de 1997.

Promessa

Conhecida por Dona Kika (foto), Francisca revelou ainda que esta será a 45ª viagem à cidade de Aparecida. As visitas ao Santuário daquela cidade acontecem duas vezes no mês de dezembro como agradecimento a uma graça recebida há 22 anos. “Fui curada por meio das orações feitas a Nossa Senhora Aparecida e me livrei de uma cirurgia que eu teria que fazer”, contou ela, que em anos anteriores foi responsável pela organização das excursões. Desta vez, por alguns problemas de saúde, Dona Kika foi alertada pelos filhos para que não viajasse, principalmente pela grande quantidade de pessoas que se acumulará na cidade, mas ela não mede esforços para ouvir pessoalmente as palavras do pontífice. “Meus filhos ficam receosos, assim como muita gente diz que não irá por causa do tumulto, mas eu não tenho medo, estou indo pela minha fé”, afirmou.

Dona Kika tem ainda uma missão especial a cumprir em Aparecida: fazer orações por uma de suas netas, que está doente. “Quero receber graça para minha neta através das orações do Papa e pedir ainda a ajuda de Nossa Senhora Aparecida”, contou ela.

Emoção

Na semana em que o Papa é recebido no Brasil, a professora penapolense Nilda Ferreira Douradinho relembra a emoção vivida em setembro de 1997 quando, em viagem à Itália, conseguiu tocar a mão do pontífice, na época, João Paulo II. Ela esteve na Praça de São Paulo, onde conseguiu ainda fotografar João Paulo a uma pequena distância. “Tive o privilégio de tocar a mão do representante de Cristo na Terra e a emoção foi muito grande”, comentou a professora, que desta vez não participará ao vivo das celebrações com o novo Papa. (AR)

Frei Galvão será canonizado
dia 11 às 9h30 em São Paulo

Normalmente as canonizações são feitas em Roma, mas o Papa teria aberto uma exceção para canonizar Frei Galvão em São Paulo, na Missa que celebrará às 9h30, no Campo de Marte, na sexta-feira, 11. Antônio de Santa'Ana Galvão será o primeiro nascido em terras brasileiras a ser considerado santo. O Frei viveu no fim do século XVIII e no início do século XIX e seu falecimento data de 1822, ano da Independência do Brasil. Franciscano, o Frei dedicou-se em São Paulo a orações e intenso trabalho de pregação, missões populares e caridade, desempenhando vários cargos de responsabilidade em sua comunidade religiosa. Por prestar especial atenção aos pobres, doentes e aflitos, foi venerado ainda em vida.

Fundou o convento de Santa Clara, em  Sorocaba e ajudou na construção do Mosteiro da Luz, em São Paulo, onde ainda hoje se abrigam as monjas da Congregação religiosa que fundou. A igreja dessa edificação, no centro histórico da capital paulista, também guarda seu túmulo e se tornou referência para a devoção do povo.