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CIDADE & REGIÃO
08/03/2007
Dengue: Aumento do índice de breteau deixa Vigilância em alerta
O Serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Penápolis divulgou ontem, 07, o fechamento do índice de breteau na cidade referente ao mês de janeiro de 2007. O índice, que mede a infestação do mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue, a exemplo do que ocorreu no ano passado, subiu bastante nas três áreas pesquisadas.
De acordo com os dados divulgados, na denominada Área 1 (que compreende os bairros Vila Anselmo, Vila Fátima, Vila América, Vila Popular, Jardim Ipê, Jardim Brasília, Bela Vista, Jardim Ercília, Jardim Por do Sol, Distrito Industrial, Jardim Eldorado, Jardim Canadá, Vila Tóquio, Jardim Premier e Morumbi), o índice que no ano passado foi de 3,15 passou para 4,6.
Na chamada Área 3 (abrange os bairros Sílvia Covas, Esplanada, Jardim dos Sonhos, Residencial Dois Irmãos, Morada do Sol, Menino Ariovaldo, Jardim Paraíso, Atlântica, Tropical, Colina Verde, Haroldo Camilo, Parque dos Girassóis, Pereirinha, Aphaville, Panorana, Independência, Vila Aprecida, Ipiranga, Planalto, Jardim Pevi, Rosa Alberton, Florença, Altimari, Edejama, Jardim Paula Pereira, Sangri-lá e Vila Santos) o índice pulou de 2,28 no ano passado para 6,1.
Mas o setor mais preocupante, repetindo o fato de 2006, é a denominada Área 2; no ano passado apresentou breteau de 5,14, e agora registra 7,2. Esta Área 2 compreende os bairros Vila Gardim, Vila Martins, São Vicente, Guanabara, Santa Terezinha, Formosa, Primavera, Bairro Jardim, São Paulo, Residencial Mário Sabino, Residencial Fernanda, São Joaquim, Cidade Jardim, Jardim do Lago, Vilage, Vilage Regina, Alto das Brisas, São Fernando, Palmares, Monreal, Del Rey, Portal dos Faveiros, Miguel Barbeiro, Ana Paula e Regina Célia.
Risco
Segundo a chefe do Serviço de Vigilância Epidemiológica, Rosalicia Maria Lundstedt, os números são considerados muito altos e refletem a falta de consciência das pessoas, provocando risco iminente de epidemia, como já está ocorrendo na região. “Os munícipes continuam descuidando dos quintais. Larvas do mosquito transmissor estão sendo encontradas em muitas residências, principalmente em pratinhos de plantas e bandejas de geladeira, apesar de haver orientação constante neste sentido”, conta.
Rosa enfatizou que o índice de breteau máximo tolerável para um município é até 1,0 para que não hajam casos de dengue. “Com isso podemos constatar que casos vão surgir cada dia mais. Temos o mosquito em grande quantidade na cidade e temos pessoas doentes, enfim tudo o que é preciso para a transmissão ocorrer”.
Ela lembrou que já no ano passado houve o alerta de que o município tinha os vírus do tipo 1, 2 e 3 e por esta razão corria o risco de ter dengue hemorrágica. Essa conseqüência ainda é esperada, portanto a chefe da Vigilância reforça a necessidade de busca nos quintais para retirada dos materiais que acumulam água. “Mas isso tem que ser feito constantemente, como dar banho nos filhos, por exemplo. É tarefa para o ano inteiro e não só para quando a situação se complica. As pessoas se esquecem de suas responsabilidades e o resultado é esse. Não adianta fazer arrastões, bota-fora e outras campanhas se pouco tempo depois os quintais voltam a ter recipientes que acumulam água”, frisou Rosalicia.
Ela lamentou que ainda existam pessoas que apesar da orientação feita pelos agentes de saúde, pela mídia, pelas escolas e tantos outros órgãos, insistem em ignorar as medidas preventivas da dengue. Secom – PMP
População deve comunicar sintomas
A chefe do Serviço de Vigilância Epidemiológica, Rosalicia Lundstedt, recomenda à população penapolense que, ao notar qualquer sintoma parecido com o da dengue, que compareça com rapidez a uma unidade de saúde. A medida é de extrema necessidade para o combate da doença, já que ao relatar os sintomas será constatada a suspeita do caso e tomadas as providências cabíveis para evitar o contágio.
Rosalicia informou que foram notificados 16 casos de dengue na cidade este ano, porém ela acredita que o número real de pessoas infectadas possa ser bem maior. Isso se deve ao fato de que muitas pessoas confundem os sintomas da dengue com os da gripe, que são muito parecidos. “Muitas gente comenta que está com gripe forte pois apresenta febre, dor no corpo, dor de cabeça. Realmente pode ser gripe, mas pode também ser dengue. Se a pessoa não procurar um serviço de saúde para fazer essa queixa, o quadro pode melhorar e ficar por isso mesmo. A pessoa pode ter tido dengue e nem saber disso”, explica.
“Se isso ocorre, é extremamente prejudicial por dois motivos. Primeiro porque deixa-se de notificar o caso, deixando também de realizar busca ativa de pessoas com sintoma na região, manejo ambiental com eliminação de criadouros e borrifação de veneno quando a sintomatologia é muito evidente. Segundo porque, ao deixar de efetuar todos estes procedimentos, expõe-se as pessoas próximas ao contágio e favorece a disseminação da doença”, alerta Rosalicia.
Ela disse que não importa se no final o exame da pessoa dê negativo, o que é preferível. “O que importa é atacarmos a região do caso suspeito barrando as possibilidades de transmissão o quanto antes. Quanto mais casos forem notificados, mais livre fica o município”
Além dos fatos citados, a chefe da Vigilância ainda considerou que a busca pelo atendimento no caso de suspeita de dengue também é necessária pela sua gravidade. “As pessoas acham que a dengue só dá dor no corpo e febre, mas às vezes os sintomas podem ser muito fortes, o que requer internação hospitalar, sem contar que a pessoa que já teve a doença pode contraí-la novamente na forma hemorrágica, que inclusive leva à morte em alguns casos”.
A pessoa com dengue pode apresentar: febre alta, muitas vezes passando dos 40 graus, e que demora vários dias; dor de cabeça, dor nos olhos, nos músculos e nas juntas; manchas avermelhadas por todo o corpo e, em alguns casos, é possível ocorrer sangramento da gengiva e do nariz; falta de apetite e fraqueza.
Estes são os principais sintomas da dengue comum, mas a mais grave, dengue hemorrágica tem uma diferença; quando a febre acaba, começam a surgir sangramentos, a pressão cai, os lábios ficam roxos e a pessoa, além de sentir fortes dores no abdômen, alterna sonolência com agitação. A dengue hemorrágica é muito perigosa e pode levar a pessoa à morte.
Atualmente existem 159 casos suspeitos de dengue na cidade, os quais aguardam resultados de exames por parte do Instituto Adolpho Lutz de Araçatuba.
Prevenção: Alternativa para acabar com a dengue é eliminar água parada
Todos precisam estar atentos quanto ao armazenamento de água dentro de suas casas. Água limpa e parada é o ambiente preferido para o desenvolvimento das larvas do mosquito transmissor da dengue, devendo-se, por isso, evitar o acúmulo do líquido em pratos de xaxim e vasos, caixas d’água e cisternas mal tampadas, recipientes plásticos, latas, pneus, calhas, piscinas, vasos sanitários sem uso, tampa de geladeira e aparelhos de ar condicionado.
DICAS
Confira as dicas para evitar a infestação de larvas do aedes aegypti:
- Os vasos de planta não devem ficar sobre pratos, que podem acumular água. Caso seja indispensável, encha o prato de areia e coloque o vaso em cima.
- Os vasos devem ter suas bordas sempre lavadas com uma escova.
- Os bebedouros de animais devem ser lavados duas vezes por semana, no mínimo.
- Qualquer garrafa, tampa, pneu, lata, pote, móvel velho ou brinquedo no quintal podem acumular água da chuva; por isso devem ser eliminados.
- As calhas devem ser limpas periodicamente.
- Ralos dos banheiros que ficam fora da casa ou não são usados freqüentemente devem receber sal grosso ou água sanitária.
- Todas as caixas d'água devem ser bem tampadas. Sempre que possível deve ser feita a limpeza e a desinfecção da caixa.
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