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CIDADE & REGIÃO

08/07/2007

Dedicação: Penapolenses praticam o dom do voluntariado

Detalhes Notícia

Nas instituições sociais, nas comunidades carentes, nas igrejas, nos clubes de serviço, nos hospitais. O trabalho voluntário é a principal ferramenta na garantia da sobrevivência dos trabalhos gerados por estes grupos. A importância da atividade é lembrada no dia de hoje, quando se comemora o Dia do Voluntariado Social.

A contribuição para melhoria das condições de vida de pessoas necessitadas pode ser feita de várias maneiras, seja por meio de doações de materiais ou dinheiro, como acontecem com várias instituições, onde colaboradores se comprometem mensalmente com as doações, ou por meio do trabalho voluntário, no auxílio em campanhas e atividades. Porém, engajar-se em ações voluntárias não exige somente tempo. Quem se dedica a conhecer de perto a rotina de quem passa por situações difíceis, financeiramente ou emocionalmente, defende que ser voluntário é dom que não se atribui a qualquer pessoa. “Apesar de todos nós sermos capazes de ajudarmos uns aos outros, nem todos conseguem realizar alguns trabalhos voluntários”, garante Maria de Lourdes Altimari Fernandes, 64. Segundo ela, é necessário ter uma forte estrutura emocional. “Conheço pessoas que não conseguem se desligar dos problemas dos outros e até adoecem com isso”, revelou ela, que se interessou pelo voluntariado ainda adolescente, na comunidade São João. “Quando eu tinha 14 anos comecei a me incomodar com as condições em que viviam muitas crianças e suas famílias”, contou, “Aos domingos, quando acontecia a catequese, procurávamos nos aproximar das famílias. Servíamos lanches para as crianças e passávamos a tarde promovendo brincadeiras para elas. Na época, não se falava em programas sociais”, recordou. Porém, desde o início Lourdes aprendeu a separar os problemas daquelas pessoas e não leva-los consigo para casa. “O voluntário precisa cuidar, procurar um caminho certo, conduzir a pessoa e depois separar isto da sua vida, senão não consegue se desligar e sofre muito”, reforçou, “Hoje quase não vemos por aqui cenas como as daquela época, mas convivíamos nas casas com piso de terra, o ambiente sem nenhuma higiene e as crianças sempre adoentadas”, lembrou.

A vontade de ajudar o próximo ganhou ainda mais incentivo quando Lourdes casou-se, aos 18 anos, com Jacinto Fernandes, que faleceu há dois meses. “Meu marido me deu muito apoio. Tive muita sorte em me casar com alguém que se tornou um companheiro nas visitas. Ele levava alimentos, remédios, estava sempre ajudando também”, contou ela.

 

Pastoral

Com o curso normal incompleto, Lourdes nunca exerceu nenhuma atividade remunerada, dedicando-se integralmente ao voluntariado há 50 anos. Participou de inúmeros grupos como o Lions e o Lar Vicentino. Atualmente, coordena a Pastoral da Saúde, implantada pelo Frei Mauro Strabelli em 1993. O trabalho reúne 30 voluntários, que se dividem entre visitas aos pacientes da Santa Casa de Misericórdia, visita às residências de enfermos, doação de alimentos e remédios e ainda arrecadação em dinheiro, depositado para o Hospital de Barretos, onde grande número de penapolenses faz tratamentos contra o câncer. Apesar de estar vinculada à Igreja Católica, a Pastoral, segundo Lourdes, não se prende totalmente às questões religiosas. “Não falamos da religião em si, porque somos todos irmãos e não queremos que pessoas de outras crenças se sintam separadas”, argumentou.

As cinco décadas de dedicação ao voluntariado permitem a ela comparar as ações voluntárias daquela época com as da atualidade, e Lourdes acredita que a garra com as dificuldades eram superadas já não é a mesma. “Parece que antes as pessoas tinham mais vontade em ajudar. Hoje há até disputas para cargos voluntários, mas acho que falta atitude por parte de muitos”, opinou.

Para ela, poder interferir positivamente nos problemas das outras pessoas faz com que se sinta mais feliz. “É nisto que eu me realizo. Quando chego de uma visita, me sinto de bem com Deus”, disse, “Como é bom quando encontramos alguém desanimado e podemos dar uma palavra de conforto e ver que a pessoa vai embora melhor”, finalizou ela.

 

Artesanato

Crochês, bordados, pinturas. Atividades que tomam o tempo de muitas mulheres que já não precisam se preocupar com a criação dos filhos, ou já estão aposentadas profissionalmente, são a fonte de renda de um grupo de 80 voluntárias da Igreja Nossa Senhora das Graças. Elas revertem o dinheiro arrecadado com a venda dos artesanatos à compra de alimentos e cobertores, doados a famílias carentes. A iniciativa partiu de Benedita de Jesus, já falecida, e teve o apoio de Marta Figueiredo Brunelli, 79 anos (foto). Fundado em 1985, o grupo começou com apenas sete mulheres, preocupadas com a carência das famílias. “Íamos nas casas levar a comunhão e nos sensibilizávamos com a situação”, lembrou Marta, enquanto mostrava o livro de atas onde registra, desde a criação do grupo, todos os gastos e atividades programadas. Semanalmente, as mulheres se reúnem na casa da também coordenadora do grupo, Maria da Glória Ferreira Dias, para distribuição do material de confecção das peças. “Como somos religiosas e muito ligadas à comunidade, trabalhamos sempre muito unidas, e com muita alegria e satisfação pelo que fazemos”, comemorou Marta.

Maria Josefina Barrinha Garcia, que também integra o grupo desde 1985, afirmou que o trabalho voluntário traz muitos benefícios para quem dispensa um pouco do seu tempo em ajuda ao próximo. “Posso estar desanimada, mas sei que qualquer mal estar some quando estamos trabalhando para o grupo”, contou, “Além disso, ser voluntária me traz saúde, porque esqueço dos meus problemas, muitas vezes até pequenos diante das dificuldades dos outros”, finalizou ela. (AR)

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