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CIDADE & REGIÃO

04/11/2008

Crise: Produtores querem definição por parte de empresa

Representantes de sindicados e de produtores de cana-de-açúcar estiveram reunidos ontem pela manhã na sede do Sindicato Rural de Penápolis com o objetivo de conseguirem uma definição por parte da direção da Usina Campestre sobre o recebimento dos valores referente ao fornecimento do produto a empresa. Em alguns casos, segundo os reclamantes, o atraso já chega a cinco meses. Além de produtores, estava presente, o presidente do Sindicato Rural, João Antônio de Castilho, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, João Felício Chótolli, o secretário municipal da agricultura, Éder Fonzar Granatto, e os representantes da Aglicana, Vilmar Rahal e Moacir Mazaia, da Plis Cana. Segundo os produtores, como o pagamento não está sendo efetuado a situação ficou insuportável. “Todos precisaram recorrer aos Bancos para poderem produzir e, como os compromissos não estão sendo cumprido, as agências ameaçam colocar os nomes dos responsáveis na lista negra de maus pagadores e até mesmo recorrerem a execução judicial”, destacou João Castilho. Para ele, a grande maioria dos produtores é formada por pessoas responsáveis que não querem o nome “sujo” na praça. “A crise, como sabemos, é em nível mundial, mas, o envolvimento da Usina Campestre já faz tempo ”, lembrou o sindicalista.
Na opinião de João Castilho, o momento é de união, não somente dos produtores, mas também dos responsáveis pela empresa para poderem chegar a uma solução plausível. “Nossa preocupação não é somente os produtores receberem seus créditos, mas também quanto ao futuro da empresa que gera 2.500 empregos diretos, 5.000 indiretos e favorece o município com 40% da arrecadação de impostos”, complementou o sindicalista.
João Castilho lembrou que alguns outros setores também necessitam de providências urgentes como dos trabalhadores rurais, conhecidos como bóias-frias que precisam passar o dia na fila da agência bancária para receberem seus salários. “Temos sugestões a apresentar aos responsáveis, mas para isso precisamos nos reunir”, argumentou. Durante o encontro destacou-se o caso de uma usina de álcool e açúcar em Monte Aprazível que passou há algum tempo por situação idêntica. Lá a solução encontrada por trabalhadores e produtores foi uma intervenção judicial. “Não temos a intenção de tomar uma atitude extrema, mas algo precisa ser feito com urgência. Porém, se isto não ocorrer, as medidas cabíveis terão que serem tomadas”, concluiu João Castilho.

Ponto de equilíbrio
Na visão de Éder Granatto, sua secretaria está preocupada com a coletividade e também com a empresa. “Precisamos encontrar o ponto de equilíbrio”, argumentou. Quanto aos trabalhadores rurais, João Chótolli destacou que até o momento, apesar dos pagamentos estarem ocorrendo com algum atraso, estão sendo efetuados. “Apesar de defendermos os trabalhadores rurais, também nos preocupamos com os empregadores, pois se eles não receberem também não poderão pagar”, enfatizou. Para Chótolli, a preocupação é quanto ao acerto que a empresa terá que fazer daqui a dois meses, quando ocorrer o fim da safra e as dispensas coletivas serem inevitáveis. “Não sabemos se haverá dinheiro em caixa para isto”, observou o sindicalista. Como existem inúmeros trabalhadores de outros Estados, a situação passa a ser mais preocupante.

Promessa
Moacir Mazaia observou que alguns dos fornecedores estão sem receber a cinco meses. Ele representa a Plis Cana, uma parceira da Campestre. “Os financiamentos estão vencendo e muitos fornecedores estão devendo em vários pontos comerciais, como as oficinas mecânicas”, reclamou. Para o representante da Aglicana, Vilmar Rahal, há alguns dias a empresa prometeu pagar 50% do saldo devedor, promessa que ao seu ver dificilmente será cumprida. Segundo ele, o único repasse feito nos últimos dois meses representa apenas um dia de entrega da cana. “Sem dúvidas não podemos deixar apagar a chama da Usina Campestre e para isso uma solução precisa ser encontrada. Caso contrário as conseqüências para a cidade serão catastróficas”, previu. Para piorar a situação dos fornecedores, outras usinas da região, consideradas até a alguns anos como sólidas e que recebem cana dos produtores locais, também estão atrasando o pagamento. A crise mundial, com baixas constantes nas bolsas de valores, pode estar relacionada a este problema. Na opinião dos reclamantes, o remédio, mesmo que seja amargo, terá que ser ministrado urgentemente na empresa. O próximo passo dos produtores e representantes será agendar um encontro com a direção da empresa para tentar encontrar uma solução. A classe política de Penápolis e região, e gerentes de bancos, será informada do problema. “Não somente Penápolis depende da Usina Campestre, mas todas as cidades da Comarca e desta forma o apoio precisa ser geral”, finalizou João Castilho.

Preços não cobrem o custo de produção

O diretor da Usina Campestre, Paulo Katayama, ressaltou que o problema está sendo sentido por todas as usinas brasileiras. “Não é um ‘privilégio’ apenas da Campestre, mas da maioria das usinas de álcool e açúcar”, observou o representante da empresa. O problema, segundo Paulo, é que há mais de um ano estão trabalhando com suas contas no vermelho e apontou como motivo o fato do preço que o álcool e o açúcar estão sendo comercializados não cobrem o custo de produção. A reportagem apurou que o litro do álcool combustível está sendo comercializado por R$ 0,82, que descontado os impostos chega próximo a R$ 0,70. “Não cobre o custo”, ressaltou o representante da Campestre. Paulo reconheceu que os pagamentos estão em atraso em torno de dois meses e meio, mas argumentou que a direção está trabalhando na tentativa de conseguir recursos a longo prazo para resolver a situação. “Somente assim será possível colocar o balanço financeiro em dia até o mês que vêm. “No mais tardar em janeiro”, previu. A Operação Cana-brava, promovida há alguns meses pela Polícia Federal e que resultou na prisão de alguns usineiros, também teria ajudado a fomentar a crise ao dificultar contratos de financiamentos. Segundo ele, mesmo com as planilhas apontando o custo alto, não há como a empresa deixar de moer. “Assim o prejuízo vai se acumulando”, lamentou Paulo. Ele disse não tirar a razão dos fornecedores por também enfrentarem situação difícil. “Mas estamos trabalhando para resolver a situação da melhor maneira”, finalizou. (SRF)

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