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CIDADE & REGIÃO

17/07/2016

Corpe: Reciclagem leva desenvolvimento em cooperativismo

Imagem/Rafael Machi
Detalhes Notícia
Material reciclável separado pelas famílias penapolenses é destinado à Corpe para seleção e venda à reciclagem

DA REPORTAGEM

Penápolis possui hoje um grande exemplo de trabalhos relacionados à reciclagem através da coleta semanal feita de porta em porta pela Cooperativa dos Recicladores de Penápolis, a Corpe. A cooperativa atende 45 famílias e trabalha com diversos materiais recicláveis, que vão desde papel, metal e plástico, até ao óleo de cozinha e lixo eletrônico. Tudo é feito através da colaboração dos moradores, que recebem, gratuitamente, sacos plásticos específicos para a destinação de material reciclável e que é colocado na frente de sua casa no dia da coleta, que acontece semanalmente. A Corpe foi criada em setembro de 2000 com o objetivo de proporcionar a oportunidade de trabalho e dignidade para cerca de 35 pessoas que, com suas famílias, viviam catando e separando lixo domiciliar que era descartado no aterro sanitário da cidade. Estas pessoas permaneciam em contato direto com o lixo, sem nenhum tipo de proteção enquanto separavam o material que podiam vender e até mesmo consumir. O atual presidente do Departamento de Água e Esgoto de Penápolis, Edson Bilche Giroto, o Batata, foi uma das pessoas que ajudou na fundação da Corpe. Ele revelou que o processo exigiu paciência, já que, em primeiro lugar, era necessário convencer os coletores que ficam no aterro de que a criação de uma cooperativa era a melhor solução para eles. “No início eles eram contra, queriam trabalhar por conta, mas quando foram conhecendo o projeto viram que se tratava e uma boa proposta. Fizemos palestras e explicamos tudo o que era necessário, até que conseguimos fundar a cooperativa. Na época, o poder público alugou um barracão de 719 metros quadrados e posteriormente a cooperativa conquistou seu prédio próprio em um terreno cedido pelo poder público ao lado do aterro da cidade. O pagamento dos funcionários é feito através do levantamento de produção. Quanto mais se produz, mais dinheiro em caixa. Desta forma, o dinheiro é repartido entre seus cooperados, mas leva-se em consideração as horas trabalhadas, assim, quem mais trabalhou, mas ganha ao fim do mês. Os primeiros meses de funcionamento da cooperativa renderam uma média anual de R$ 166,39 aos cooperados. Entretanto os valores foram aumentando cada vez mais e nos primeiros seis meses de 2016, o pagamento médio feito aos cooperados têm sido de R$ 759,62. Entretanto, o desenvolvimento da Corpe depende diretamente da população, isso porque quando mais materiais são destinados à Corpe através da separação ainda dentro de casa, maior será o rendimento da cooperativa.

Estímulo
Apesar do reconhecimento da Corpe em grande parte do Brasil por conta de sua forma de trabalhar, nem tudo foi considerado sempre positivo nestes anos. No início de 2013, a cooperativa enfrentava grandes problemas para a separação de seu material. Com cooperados desestimulados, a Corpe chegou a ter apenas 16 pessoas trabalhando e juntou, ao redor de seu barracão, um grande amontoado de mais de 100 toneladas de material reciclável. Com o objetivo de restabelecer melhores condições de trabalho, o poder público promoveu a retirada do material e no lado externo do barracão e revitalizou todo o ambiente. Ainda como forma de estímulo aos cooperados, cestas básicas passaram a ser distribuídas a eles mediante presença no trabalho, atitude que, segundo o atual presidente da cooperativa, Francisco Cirilo Alexandre, foi fundamental para a Corpe recuperar sua forma de trabalho. Com esta e outras formas de estímulo, os cooperados voltaram a ter o gosto pelo trabalho no local. Hoje somos em 45 famílias. Pessoas que se dedicam ao cooperativismo, produzindo mais e, consequentemente, ganhando mais, já que os salários dependem da produção. Até mesmo o pagamento do INSS foi possível ser feito aos cooperados, que contam ainda com todo o respaldo de leis específicas sobre o cooperativismo. “Hoje, o trabalho desenvolvido pela Corpe é fundamental para todas estas famílias que participam da cooperativa. É daqui que muitas delas tiram seu sustento, é a oportunidade de terem algo a vida. Não é fácil tudo isso, mas estamos muito contentes com a oportunidade que estamos tendo”, afirmou o presidente da cooperativa.

Equipamentos
As parcerias promovidas ao longo dos anos também têm sido fundamentais para o crescimento da Corpe. É através delas que equipamentos têm sido comprados, promovendo maior facilidade de trabalho e a oportunidade de aumentar seus ganhos. Quando foi fundada, em 2000, a Corpe tinha, através de aquisição feita pelo Daep, Uma esteira de triagem, uma bica direcionadora do material para a esteira e uma prensa hidráulica. Em 2007, através de convênio com a Fundação Banco do Brasil, foi comprada uma nova esteira, duas novas empilhadeiras manuais e uma fragmentadora e picotadeira de papel. Já em 2008, um convênio com o BNDES permitiu muitas melhorias na cooperativa. Entre elas destaca-se a compra de um novo caminhão caçamba, uma prensa enfardadeira, uma empilhadeira a gás, a construção de uma cozinha completa, entre outras. Em 2014 foi a vez da Coca-Cola do Brasil cooperar com a doação de novos equipamentos de escritório, ventiladores e outros objetos de uso dos cooperados, enquanto que em 2015 uma nova parceria com a Fundação Banco do Brasil (FBB) permitiu a compra uma prensa hidráulica e de um veículo com caçamba para pequenos transportes. Todo o material adquirido conta ainda com o compromisso do Daep de custear suas devidas manutenções. As parcerias continuam e ainda para este ano está prevista a compra de um triturador de garrafas PET, uma nova esteira de 10 metros e uma moto para trabalhos da Corpe. A estimativa é de que o investimento seja de mais de R$ 166 mil através da FBB. Uma parceria do cooperativa com a JBS busca a doação de um moinho para a trituração de vidro, prensa e esteira novas.

(Rafael Machi)

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