Contas inativas do FGTS devem injetar R$ 139,7 milhões na economia da região

DA REDAÇÃO 

A Fecomércio estima que os recursos oriundos das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) injetem R$ 139,7 milhões nos municípios que integram a região de Araçatuba. Considerando que o comércio varejista da região faturou R$ 9 bilhões em 2016, esse montante poderia alavancar em até 1,6% as vendas do setor este ano, segundo a federação.
Os recursos das contas inativas começaram a ser liberados pelo governo federal em março e o calendário segue até julho. O Estado de São Paulo é responsável por 32,7% do total a ser liberado, ou seja, deve ficar com R$ 14,7 bilhões dos R$ 45 bilhões disponibilizados para saque.
A assessoria técnica da Fecomercio acredita que mesmo que todo o dinheiro não seja destinado para o consumo, o varejo pode se beneficiar no médio e longo prazo. Isso porque, se o consumidor optar por quitar dívidas ou aplicar parte dos valores recebidos, esse dinheiro entrará no mercado financeiro, elevando a capacidade bancária de conceder empréstimos.
Outra vantagem é que os consumidores endividados ou inadimplentes poderão reequilibrar seu orçamento doméstico, limpar o nome e voltarão a ter acesso a novos crediários, em condições mais vantajosas. Por tudo isso, a Federação estima que o volume de dinheiro a ser sacado das contas inativas do FGTS ajudará no processo de retomada da economia
O presidente do Sincomércio de Penápolis, Norberto Pereira Laranja, entende que por Penápolis ser a terceira cidade mais populosa da região de Araçatuba, boa parte desse dinheiro vai circular no município, ajudando a aquecer a economia.
Ele espera que os efeitos sejam sentidos pelo comércio com maior intensidade já nas vendas relativas ao Dia das Mães. “Nós, do Sincomércio, acreditamos que os consumidores que já conseguiram sacar os recursos do FGTS, e aqueles que ainda vão receber, estão mais confiantes e dispostos a gastar. E essa confiança é muito importante para que o comércio volte a crescer”, comenta.

Regiões
Das 16 regiões do estado analisadas pela Fecomércio, a da Delegacia Regional Tributária Araçatuba está à frente das de Marília (1,4%) e Presidente Prudente (1,5%), por exemplo, nas com maior efeito potencial do saque do FGTS sobre as vendas. A maior beneficiada deve ser a Capital, com até 3,7%, seguida das regiões do ABCD (2,7%), Campinas (2,6%) e Araraquara (2,2%).
O cálculo para a distribuição dos recursos, segundo a Fecomercio, leva em consideração o tamanho do varejo em cada região, a média de salários e a proporção da população ocupada ao longo dos anos.
No geral, os efeitos do FGTS sobre o desempenho anual do varejo rondam a casa dos 2%, de acordo com a federação.