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CIDADE & REGIÃO

20/11/2007

Consciência Negra: Apesar de avanços, descendentes esperam dias melhores

Hoje, 19 de novembro, comemora-se em todo o país o Dia da Consciência Negra, data dedicada a reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. Apesar de reconhecerem os vários avanços e conquistas, em especial nos últimos anos, os descendentes entrevistados ontem pela Reportagem, acreditam que ainda buscam dias melhores. Na opinião do pastor Waldecir Anaclero, da Igreja “Luz para as Nações”, as dificuldades encontradas pela classe de menor poder aquisitivo ocorrem independente da cor da pele. “O pobre sofre com preconceitos e os dissabores implantados pelas demais classes, seja ele branco ou preto”, afirmou.  Apesar da cor de sua pele, o pastor afirma não ter maiores dificuldades no dia-a-dia, provavelmente devido ao cargo que ocupa. Anacleto ressaltou ser importante haver uma data para que o assunto esteja sempre na mídia.

 

Cotas

A professora de português Cleide Maria de Jesus de Almeida destacou os avanços que os descendentes vem conquistando. Para ela, um dos exemplos é a Lei 10639/2003, que trata do currículo escolar quanto a história da África. “Depois da implantação desta lei, que ocorreu há 10 anos, percebe-se claramente o avanço e as ações afirmativas”, observou a professora. Em sua visão, outra conquista foi o Fórum Mundial, onde estiveram em debate vários temas e observações.

No Brasil, a questão das cotas nas faculdades, que não é entendida por muitos, esquenta as discussões. “É obvio que não gostaríamos que fosse assim, mas infelizmente a maioria esmagadora dos negros não tem condições de entrar na faculdade por estarem nas favelas. Falta a conscientização e também que a maioria aceite as adversidades”, destacou Cleide. A professora acredita que, devido a história do país, a população não foi educada para isso. “O governo fala que todos tem acesso à escola, mas problema maior ainda é a permanência. Quando o negro, por estar incluído na classe carente, termina a 5ª série, normalmente é obrigado a abandonar os estudos. Outro fator fácil de ser observado são as escolas particulares, onde praticamente não existe a presença de negros”, relatou a professora.

 

Ações

No Brasil, na opinião do prefeito João Luís dos Santos, que se classifica como um afro-descendente, a situação do negro brasileiro já esteve pior, mas não é a ideal ainda. Um exemplo da ascensão, em seu olhar, é que em Penápolis podem ser encontrados uma série de pessoas que, mesmo não sendo brancas, ocupam lugares de destaque. Os exemplos são alguns dos vereadores, o próprio prefeito, o diretor do DAEP, Lourival Rodrigues dos Santos, empresários e representantes de clube de serviços. “O Brasil, em relação a outros países, está mais avançado na questão da diversidade cultural e racial. Porém, o que falta ainda são ações afirmativas mais firmes, pois durante os séculos de escravidão e pós-escravidão, a herança deixada foi de forma negativa e ainda é sentida na sociedade”, observou João Luís. Em sua opinião, uma mudança significativa irá ocorrer se projetos e ações que possam dar mais oportunidades aos trabalhadores ocorrerem. “Algumas políticas neste sentido já existem, mais ainda não suficiente”, finalizou. (SRF)

 

 

A data

 

A data comemorativa foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. A comemoração está ligada a algumas dúvidas, entre elas quanto ao caráter de Zumbi nos últimos anos (comprovou-se, por exemplo, que ele mantinha escravos particulares). Porém, o Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro em 1594. A data está se transformando em feriado em mais de 200 municípios brasileiros, como a Capital Paulista e na região, Araçatuba. Em Penápolis, apesar de várias comemorações alusivas ao tema, será um dia normal de trabalho. A data é propícia para o debate de variados temas, como a inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc. O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos. Até então, o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de Maio, Abolição da Escravatura – comemoração que tem sido rejeitada por enfatizar muitas vezes a “generosidade” da princesa Isabel, ou seja, ser uma celebração da atitude de uma branca. A semana dentro da qual está o dia 20 de novembro também recebe o nome de Semana da Consciência Negra. Segundo o IBGE, no Brasil os negros são correspondentes a menos de 10% da população.

Os chamados “pardos”, no entanto, que são mestiços de negros com europeus ou índios, chegam a um número próximo da metade da população.

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