Comemoração: Gari contribui com civilização da cidade

Hoje,16 de maio comemora-se o Dia do Gari, profissional que realiza um trabalho fundamental para manter as cidades limpas. No Brasil, os garis são os profissionais da limpeza que recolhem o lixo das residências, indústrias e edifícios comerciais e residenciais, além de varrerem as ruas, praças e parques. Apesar de imprescindíveis para a manutenção da limpeza nas cidades, este trabalhador quase sempre passa despercebido pelas ruas, enfrentando em nossos dias o drama da “invisibilidade pública”, ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde se enxerga somente a função e não a pessoa que o exerce. Em Penápolis, os serviços de varrição nas ruas são realizados sob a responsabilidade do Daep (Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Penápolis). Atualmente, são 59 funcionários que cumprem esta tarefa em toda cidade, conforme explicou o encarregado Mauro Lúcio. “O serviço é dividido em setores e realizado uma vez por semana nos bairros da cidade”, informou. Os profissionais cumprem uma jornada de seis horas diárias, trabalhando de segunda a sexta-feira das 07h às 13h. Apenas para o grupo destinado à varrição das ruas centrais da cidade o trabalho é feito de segunda a sábado das 06h às 12h. “A cidade cresceu bastante e com isso fazemos o máximo possível para atender toda a comunidade”, enfatiza Mauro. Há 23 anos na profissão, a gari Laura Ferreira da Silva, 49 anos, explica como é realizado o serviço. “O grupo é dividido em três pessoas, sendo que duas fazem o serviço de varrição, enquanto outra recolhe o lixo em sacos plásticos”, ressalta. Laura diz que não gosta de deixar serviço para o outro dia e sente muito orgulho em ser gari. “Fico muito contente quando observo no final do expediente o serviço cumprido”, afirmou. Já a gari Leonor Alves da Silva, que há 22 anos trabalha nesta profissão, uma das mais antigas no grupo. “Graças a este trabalho, consegui realizar vários sonhos e objetivos que sempre tive, entre eles adquirir um automóvel”, disse ela. A profissional lembra que por estar durante horas na rua, presenciou vários fatos, entre eles a prisão de uma pessoa. “Sinto muito orgulho em exercer esta profissão, pois sem o gari o serviço iria ficar precário, além de contribuir para a saúde pública da população”, finalizou Leonor.

Histórico
Em Portugual, este profissional era conhecido como “Almeida”, em homenagem a um cidadão com Almeida no nome, que foi diretor-geral da limpeza urbana da capital portuguesa. O nome gari também é uma homenagem a uma pessoa que se destacou na história da limpeza da cidade do Rio de Janeiro, o francês Aleixo Gary. O empresário Aleixo Gary assinou contrato, em 11 de outubro de 1876, com o Ministério Imperial para organizar o serviço de limpeza da cidade carioca. O serviço incluía a remoção de lixo das casas e praias e o posterior transporte para a Ilha de Sapucaia, onde hoje fica o bairro Caju. Ele permaneceu no cargo até o vencimento do contrato, em 1.891. Em seu lugar, entrou o primo Luciano Gary. A empresa foi extinta um ano depois, sendo criada a Superintendência de Limpeza Pública e Particular da Cidade, cujos serviços deixavam a desejar.  Em 1906, a superintendência tinha 1.084 animais, número insuficiente para carregar as 560 toneladas de lixo da cidade. Assim, da tração animal passou-se à tração mecânica, e depois ao uso do caminhão. (IA)

Foto: A gari Laura Ferreira da Silva, 49 anos, trabalha há 23 anos nesta profissão