Clealco propõe R$ 263,6 milhões pela Campestre

DA REPORTAGEM

Numa coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem na Prefeitura Municipal de Penápolis, o Grupo Clealco Açúcar e Álcool S/A apresentou proposta oficial para a aquisição do Parque Industrial da Companhia Açucareira de Penápolis, a Usina Campestre, que vive momento de crise com recuperação judicial e falta de matéria prima para continuação dos trabalhos da safra 2013. Estiveram presentes na coletiva os diretores executivos da Clealco, José Antonio Bassetto Junior e Fábio Luciano Cordeiro, o assessor jurídico Ademar Ferreira Mota, além de outros representantes da empresa e o prefeito Célio de Oliveira (PSD). Os diretores explicaram que a proposta é referente à aquisição e engloba ainda as licenças ambientais da Campestre. Os documentos referentes à proposta seriam protocolados na tarde de ontem e apresentados na Assembleia Geral de credores que ocorrerá na próxima quarta-feira (07). Basseto afirmou que a proposta segue com premissas de risco jurídico e comercial específicas a serem cumpridas para que haja viabilidade na implementação do negócio. Esta proposta depende ainda da aprovação da Assembleia, sendo que somente após isso é que seria feito um leilão público para que a Campestre tivesse seu Parque Industrial adquirido pela Clealco ou qualquer outra empresa. A intenção da Clealco com a aquisição do espaço da Companhia Açucareira é a de transformar o parque industrial em outra indústria, sendo a AgroPastoril, além disso, seria criada uma Unidade Produtiva Independente. Além da aquisição do local, o grupo tem a intenção, com esta proposta, de adquirir também os direitos decorrentes de contratos de fornecimento de cana-de-açúcar e prestação de serviços de terceiros.

Valores e

investimentos

A oferta do Grupo Clealco é de R$ 97.658.000,00, quantia fixa e irreajustável. A proposta prevê ainda o parcelamento do valor pago de forma anual. Nos dois primeiros anos o valor proposto é de R$ 17.500.000,00 e as demais parcelas de R$ 12.531.600,00. Os diretores ressaltaram que o valor será ratificado na Assembleia, deliberando constar expressamente no edital e no Auto de Arrematação a inexistência de responsabilidade por sucessão de qualquer tipo. "Nossa proposta prevê benefícios imediatos, como a retomada das atividades da usina, reaberturas dos diversos postos de trabalhos, além do fomento na economia de Penápolis e também de toda a região, que só tem a ganhar com o pleno funcionamento da empresa", reiterou Bassetto. Durante a coletiva foram apresentados às propostas de investimentos a serem feitos pelo Grupo Cleaco sobre a possível nova empresa. Dentre estes valores está o de R$ 66 milhões para a manutenção da estrutura e equipamentos, além de um capital de giro em torno de R$ 100 milhões para financiar as atividades operacionais. Este último valor julgado necessário para que a Usina volte a sua rotina normal em um prazo de cinco anos. Desta forma, a Clealco estaria disposta a desembolsar a quantia total de R$ 263,7 milhões. "Este é somente o valor aplicado para o funcionamento pleno da nova empresa, na qual a Clealco teria uma margem de lucro negativa, passando para uma margem zerada. O retorno financeiro positivo seria obtido somente 12º ano de atividade da nova empresa", informou Bassetto. Com a aquisição, os trabalhadores teriam seus contratos com a Campestre quebrados, sendo contratados pela nova empresa. A Clealco também planeja inicio imediato da retomada do relacionamento com os fornecedores de cana-de-açúcar e outros parceiros para a garantia de matéria prima. A previsão é que, caso seja concretizada a proposta, sejam moídos 500 mil toneladas de cana neste resto de safra, seguidos por 1 milhão, 1,8 milhão, 2,5 milhões e, por fim, a capacidade máxima que é 3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. A proposta foi apresentada ontem para os prefeitos da comarca e representantes de sindicatos. Estava prevista para hoje uma reunião com fornecedores de cana na Câmara Municipal a partir das 09h00. (Rafael Machi)