Cicloturista: Do Pará ao Peru, passando por Penápolis

DA REDAÇÃO

Desde sexta-feira, 17, encontra-se em Penápolis, o cicloturista Nilton de Oliveira Ferreira, de 33 anos de idade. Solteiro e natural de Belo Horizonte/MG, ele ficará até amanhã, 20, na cidade, quando colocará novamente a bicicleta na estrada para ir atrás de seu objetivo.

Nilton partiu da cidade de Mosqueiro (Pará), há exatos 2 meses e 20 dias. Seu destino é Cusco (Peru). Ele não procurou saber qual a distância entre as duas cidades, mas, revelou que não deve ser nada comparando-se ao percurso que pretende percorrer nos próximos 10 anos. "Minha intenção é pedalar 240 mil quilômetros para entrar no Livro dos Recordes (Guiness Book)", disse. Ele se apaixonou pelo esporte a sete anos atrás e de lá para cá já percorreu quase a totalidade dos estados brasileiros. "Quando eu decidi seguir este desafio, eu percorria a região de Belo Horizonte, ali por perto, onde eu nasci. Há dois anos estou nesta maratona e já percorri Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Pará além de alguns países como a Argentina e o Uruguai. Nilton percorre uma média de 120 km por dia e a noite descansa em cidades próximas de onde está ou em postos de combustíveis que encontra na estrada. Para as viagens, ele não conta com nenhum tipo de patrocínio e para atingir seu objetivo tem a colaboração das Prefeituras Municipais ou mesmo de pessoas que sensibilizados com o seu esforço contribuem de alguma maneira.

"Em Penápolis, por exemplo, fui muito bem recebido e agradeço ao secretário de Esportes, professor Maurício, pela acolhida’, disse. Nas suas viagens, Nilton utiliza uma bicicleta Caloi Supra, com 21 marchas, equipada com farol, buzina e outros equipamentos. Ele revelou que desde que iniciou a prática do esporte nunca sofreu um acidente mais sério. No entanto, disse que perdeu as contas em que teve que trocar os pneus da bicicleta. Nas suas viagens, Nilton não encontra somente belas paisagens e gente acolhedora. Ele convive também com a violência. "Em Lavras/MG fui roubado por dois indivíduos que mediante a apresentação de uma arma de fogo me levaram a máquina fotográfica, celular e o pouco dinheiro que tinha", disse. Nem com estes contratempos ele desanima. "O gosto pelo esporte e por tudo que o Brasil tem de maravilhoso me faz não desistir. Quero pedalar cada vez mais e mais", finalizou.

Neste domingo, 19, ele participa do 1º Passeio Ciclístico da Primavera organizado pela Funepe, com apoio de diversas secretarias da Prefeitura Municipal de Penápolis e de estabelecimentos do ramo. (PH)

Cicloturismo

O cicloturismo é uma forma de turismo que consiste em viajar utilizando como meio de transporte uma bicicleta. É uma maneira muito saudável, econômica e ecológica de se fazer turismo. A bicicleta causa uma ligação quase que mágica com as pessoas, pois a recepção dada a um cicloturista é mais calorosa do que se o viajante chegasse em outro meio de transporte. Outro fator importante no cicloturismo é o conhecimento que se adquire de outras culturas e costumes das cidades visitadas. Para praticar esta modalidade é necessário algumas precauções para não sofrer contratempos na estrada. O tipo de bicicleta utilizada para uma viagem, deve ser além de confortável, forte e em bom estado, deve permitir que se percorra qualquer tipo de piso, ou seja, asfalto e terra. A bicicleta necessita de revisões periódicas, no mínimo uma vez por mês, devendo o cicloturista ter noções básicas de como montá-la e desmontá-la, aprender a trocar ou consertar a corrente, regular freios e troca marchas.

O costume e a cultura de pedalar, no Brasil sempre esteve ligado às pessoas que não possuem automóvel, uma classe mais humilde. Em alguns países, como a Holanda, são oferecidas ótimas condições para o desenvolvimento deste esporte ou atividade física. Além de ciclovias, transporte com ônibus adaptados, estacionamentos próprios para bicicletas, entre outros. (PH)

Foto: Nilton utiliza nas viagens uma bicicleta Caloi Supra, com 21 marchas, equipada com farol e buzina