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CIDADE & REGIÃO

19/07/2011

CHATEAUBRIAND: Dez pessoas morrem e quatro ficam feridas após grave acidente

Rafael Machi
Detalhes Notícia
Após o resgate dos corpos, peritos deram início às investigações do acidente

DA REPORTAGEM

Um grave acidente que ocorreu sábado, por volta das 21h30, no quilômetro 276 da rodovia Assis Chateaubriand (SP 425) em Penápolis, vitimou fatalmente dez pessoas e deixou quatro feridas. O engavetamento foi ocasionado por uma carreta de um bitrem carregada de cana-de-açúcar que teria tombado na rodovia fazendo com que cinco veículos colidissem. Segundo informações, o motorista do caminhão, que fugiu após o acidente, teria saído de uma estrada de terra, ao lado da rodovia, e entrado na pista  em direção à Barbosa. No momento em que o motorista realizava a manobra, a peça que segura a carreta teria se quebrado fazendo com que ela ficasse solta na rodovia, vindo a tombar logo em seguida com o peso da carga. Assim que a carreta tombou, os cinco veículos  não puderam desviar e se envolveram no acidente. Segundo informações, um  Monza, ano 1994, cor vermelha, placas de Penápolis, teria sido o primeiro a colidir com a carreta, sendo que no veículo estava apenas o motorista Orécio Alves Freitas, 48 anos, que é de Penápolis. Em seguida, um ônibus do cantor Gustavo Lima também se chocou com a carreta. O veículo era conduzido por Cláudio da Silva Ribeiro, 32 anos, que era acompanhado por Fábio Sérgio Damião de Moraes, 28 anos. Uma van modelo Sprinter, ano 1998, cor branca, com placas de São José do Rio Preto, que era conduzida por Horácio Tadeu Dias, 54 anos também colidiu fortemente com o mesmo veiculo do setor canavieiro. Outros dois caminhões, um canavieiro e outro graneleiro, que trafegavam sentido Penápolis-Barbosa, também não conseguiram desviar da carreta, mas felizmente, os motoristas não sofreram ferimentos. Já o motorista do ônibus ficou ferido e precisou ser internado na Santa Casa de Penápolis, tendo que amputar alguns dedos da mão, mas passa bem, e foi transferido para um hospital de Goiânia (GO). Segundo informações da produção do cantor, o ônibus estava vazio por que a equipe havia feito um show na noite anterior na cidade de Belo Horizonte (MG), e os músicos com a equipe técnica, além de Gustavo Lima, teriam ido para a Expô de Araçatuba em um vôo fretado, onde aconteceu a apresentação do cantor. O ônibus seria utilizado após o show para que todos fossem transportados à próxima cidade onde se apresentariam. Já seu companheiro também ficou ferido, mas foi liberado em seguida. O penapolense que conduzia o Monza  sofreu apenas um ferimento no nariz. Os feridos  com gravidade foram o motorista e passageiros da van de Rio Preto. O veículo era ocupado por 11 pessoas, sendo nove mulheres, o motorista e uma criança de cinco meses de idade. Com o impacto da batida, a van teve sua frente totalmente destruída. Nove pessoas morreram na hora, uma chegou a ser socorrida até o Pronto Socorro de Penápolis, mas morreu assim que chegou ao hospital. Dos 11 ocupantes, apenas Juliana Marques dos Santos, 27 anos, sobreviveu e está internada em estado grave na Santa Casa de Araçatuba. Foi necessário o Corpo de bombeiros de Penápolis para que os corpos fossem retirados das ferragens. Todos os passageiros seguiam de São José do Rio Preto para Dracena e Pacaembu, onde visitariam parentes presos em penitenciarias daquelas cidades. A Polícia Militar e Rodoviária de Penápolis e Barbosa auxiliaram nos serviços. Peritos de Penápolis e Araçatuba estiveram no local. Os corpos foram levados para o IML de Penápolis e o caso está sendo investigado pela polícia da cidade. Segundo informações, o motorista do caminhão que ocasionou o acidente já foi identificado e deve se apresentar nos próximos dias. O trânsito no local, que estava interditado, só foi liberado no início da manhã do dia seguinte.

IML movimentado
A movimentação foi intensa durante todo o domingo, 17, no Instituto Médico Legal (IML) de Penápolis. Assim que soube do acidente, o médico legista, Dr. João D’Lia, foi imediatamente para o local, onde por volta das 23h00 ele uma equipe começaram a preparar o local para o recebimento dos corpos, sendo que o trabalho de identificação e autópsia terminaram somente por volta das 05h00. “É a primeira vez que realizo um trabalho como este em Penápolis, nunca soube de um acidente na cidade onde haviam tantas vítimas em óbito”, afirmou. Aos poucos os corpos eram identificados e os familiares avisados sobre a tragédia. Ainda durante a manhã, diversos curiosos tiveram que ser contidos por policiais já que eles estariam subindo no muro do IML para verem os corpos que estavam em locais improvisados do Instituto. Segundo o médico, a maior parte das mortes foram ocasionadas por traumatismo craniano, em alguns corpos também foram identificados com afundamento de tórax. O médico atestou a morte do bebê por traumatismo craniano. Durante os trabalhos de autópsia, o legista ainda encontrou um pequeno invólucro na vagina da mãe da criança, que também morreu, o invólucro continha 53 gramas de maconha, possivelmente que seria entregue para o detento que visitaria. No início da tarde, os parentes das vítimas começaram a chegar e, aos poucos, liberar os corpos para que pudessem ser transladados e velados em Rio Preto. O último corpo foi liberado por volta das 23h30, porém outros dois corpos tiveram que ser levados para o IML de Araçatuba, devido ao início do estado de decomposição do corpo. (Rafael Machi) 

 

Mortos no acidente

Horácio Tadeu Dias, 55 anos; Maria José Lage, 59; Ivone de Almeida, 46; Sirlane Gonçalves de Souza, 43; Sandra Regina Paiva Brito, 37; Vanessa Santos de Paula da Cunha, 26; Jheniffer Bruna Prates Barbosa, 21; Jaqueline Silva de Jesus, 21; Andressa dos Anjos Santos, 20 e Wallace Prates, de 5 meses. 

 

Penapolense vítima do acidente conta sua versão

O penapolense Orécio Alves Freitas, 48 anos, que se envolveu no acidente que matou dez pessoas neste fim de semana em Penápolis, saiu da colisão quase ileso. Ele estava no Monza e sofreu apenas uma lesão no nariz, e ontem, já havia voltado a trabalhar como pedreiro, e contou a sua versão sobre o acidente. “Após ver o estrago do ocorrido, agradeço muito a Deus, praticamente nasci de novo”, comentou. Ele disse que no dia do acidente, estava na casa de um irmão, na cidade de Barbosa, e retornava sozinho a Penápolis. “Eu estava vindo normalmente quando percebi que havia um caminhão parado, no sentido contrário, no acostamento e com o pisca alerta ligado, mas só vi a carreta a uns 10 metros de distância”, disse. Ele observou que atrás dele estavam o ônibus e a van. “Segundos antes da colisão, o motorista da van havia ultrapassado o ônibus e vinha ultrapassando meu veículo, momento quando vimos a carreta no meio da pista, tombada”, afirmou. Naquele instante ele teria freado bruscamente na tentativa de amenizar a colisão. “Sabia que ia bater, queria evitar algo mais grave. No momento da freada a van teria batido na lateral de seu carro e o motorista do ônibus jogado o veículo para a esquerda. Quanto ao ônibus, a impressão que tive é que o motorista teria tirado o veículo para a esquerda na tentativa de não bater em meu carro, ois se acontecesse eu ficaria totalmente prensado entre a carreta e o ônibus”, ressaltou. Tudo teria sido muito rápido, em seguida as primeiras batidas, os dois caminhões também teriam se envolvido no acidente. Após a colisão ele percebeu que não estava preso nas ferragens, mas não conseguia sair do carro, pois as chaves haviam caído do contato, travando as portas. “Eu sabia que poderia sair, e que deveria fazer de imediato, pois tinha medo do carro pegar fogo”, afirmou. “Tive calma para pegar o celular e usa-lo como lanterna para procurar a chave e assim que achei coloquei no contato e destravei as portas, sai e fiquei aliviado”, disse.

Traumatizante
Orécio diz que quando saiu do carro se sentiu bastante comovido. “Neste momento eu vi o motorista e os passageiros da van mortos, foi algo muito chocante”, contou. Segundo ele, haviam duas mulheres pedindo socorro e gritando para que as tirassem de lá. “Queria muito ajudar, mas sabia que intervir naquele momento poderia ser pior, felizmente os bombeiros chegaram rapidamente e fizeram o que foi possível”, ressaltou. Orécio sabia que estava bem, e pediu aos bombeiros que se preocupassem somente com as vítimas da van e do ônibus. Ele pensava que os motoristas do ônibus tivessem morrido, e ficou mais tranqüilo quando foi informado que estavam vivos. Seu carro que ficou preso entre o ônibus e a carreta, foi totalmente destruído. Ele disse que quando os policiais chegaram ao local, ficaram surpresos pelo fato dele ter saído quase ileso. “Os próprios soldados me perguntavam, você estava no Monza?’, disse que sim e eles não acreditavam”, afirmou Orécio. Para ele, ter sobrevivido ao acidente foi algo inexplicável. “Quero evitar ao máximo viajar a noite, principalmente com minha família, é algo muito triste tudo isso que aconteceu e jamais vou esquecer”, finalizou. (Rafael Machi) 

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