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CIDADE & REGIÃO

06/07/2008

Centenário: Penapolense relembra chegada dos portugueses

Os portugueses constituíram o segundo grupo que mais imigrou ao Brasil, atrás apenas dos negros africanos. Durante mais de três séculos de colonização, somada à imigração pós-independência, os portugueses deixaram profundas heranças para a cultura do Brasil e também para a etnicidade do povo brasileiro. Hoje, a maioria dos brasileiros têm alguma ancestralidade portuguesa. O foco da imigração foi a Região Nordeste do Brasil, já que as plantações de cana-de-açúcar estavam em pleno desenvolvimento. Essa imigração colonizadora ficou marcada pela masculinidade da população: as mulheres portuguesas raramente imigravam, pois na Europa o Brasil possuía a imagem de uma terra selvagem e perigosa, onde apenas os homens poderiam sobreviver. No Nordeste brasileiro nasceu uma sociedade açucareira rígida, formada pelo colono português e seus escravos africanos. Para suprir a falta de mulheres portuguesas, a Coroa Portuguesa passou a enviar para o Brasil mulheres órfãs que, ao invés de seguirem o caminho religioso, acabavam se casando no Brasil. Todavia, os esforços não foram suficientes e a miscigenação ocorreu em larga escala: as mulheres indígenas e africanas acabaram por substituir a falta das mulheres portuguesas. O período em destaque na história que houve um grande número de imigrantes portugueses que chegaram ao Brasil foi entre os anos de 1850 a 1960, chegando ao número de 754.147 imigrantes.

Começo
Em Penápolis, segundo Valdemar Ferreira, durante o período de 1906 a 1909 começaram a aportar os primeiros portugueses. “A grande maioria deles veio solteiro, mas com o pensamento de dar um futuro melhor para sua família que ficou em sua terra natal”, comenta. Muitos vieram da Província de Doro e Freguesia de Alhadas, Conselho da Figueira da Foz. Valdemar revela os nomes dos primeiros portugueses que chegaram à cidade: Malaquias, Manoel Margato, Franscisco Domingues Azenha, José Domingues Azenha, José Faustino de Souza, Joaquim Fernandes, Manoel dos Santos, Francisco da Costa Serrador, Antonio Ferreira da Silva, José Jacinto Rodrigues e Joaquim Fernandes “Vinagre” (foi sócio de uma serraria onde hoje funciona a sede dos aposentados, além de fundar o posto de gasolina internacional, onde funciona atualmente o Betio Motos).
Valdemar conta um atentado que sofreram os imigrantes logo quando chegaram. “Eles sofreram um ataque dos índios no bairro Urutágua”, enfatiza. Nessa época, estava tendo início a construção da estrada de ferro na região noroeste, na qual teve uma pessoa que exercia a função de “intermediador” dos portugueses, que se chamava Rafael Cesário. A estrada teve início na cidade de Bauru, terminando em Araçatuba, locais estes onde se instalaram a grande maioria dos imigrantes. “Durante este tempo de construção da estrada, todos trabalharam com muita garra e determinação, ganhando bastante dinheiro e adquirindo propriedades aqui na cidade”, ressalta Valdemar. Antes de adquirirem propriedades, a grande maioria, a convite do proprietário da fazenda, onde hoje é a Vila Planalto, Fernando Ribeiro de Barros, alojou-se em sua fazenda. Com o tempo, muitos acabaram se instalando em propriedades no bairro Urutágua. Antonio Ferreira da Silva, José Domingues Azenha, Manoel dos Santos e José Faustino de Souza, por exemplo, adquiriram terras na região. Não só a agricultura teve uma grande mudança, declara Valdemar Ferreira. “Penápolis existiu com a ajuda dos portugueses também. Outro ponto que obteve uma grande contribuição foi à economia da cidade”, finaliza. Atualmente, apenas os familiares destes pioneiros continuam na cidade. “É importante que toda a população conheça um pouco da história da imigração portuguesa que trouxe grande contribuição para a cidade”, comenta Valdemar. Em 25 de outubro de 1905, seu pai Antonio Ferreira da Silva, recebeu o título de Cidadão Penapolense da Câmara de Vereadores, cuja presidência na época era pelo Dr. Ramalho Franco. (IA)

Foto: Nadir Francisco dos Santos e Valdemar mostram primeiros instrumentos usados pelos portugueses

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