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CIDADE & REGIÃO

05/11/2006

CD “Remexendo” é recomendado pela Revista Música Brasileira

De circulação nacional, a Revista Música Brasileira está recomendando em um dos seus artigos o cd “Remexendo” gravado pelo penapolense Euclides Marques, o Cidinho, que faz dupla com Luizinho 7 cordas. Cidinho começou a tocar sanfona com apenas 5 anos. Quatro anos depois já tocava violão, aprendendo sozinho enquanto observava as rodas de música promovidas por seus familiares. Já Luizinho 7 cordas aprendeu a tocar violão com 6 anos de idade. Aos 20, já fazia parte de um grupo regional. (PH)

 

O artigo publicado na revista é o seguinte:

 

Dois violões brasileiros

 

Violão brasileiro é coisa séria. É mais de um século de tradição, que vem lá dos tempos de João Pernambuco e outros pioneiros, na virada do século XX. O choro é a matriz, a escola determinante de um jeito de tocar que pode abarcar outros gêneros, como valsa, samba, xote, baião, o escambau.

Quando dois bambas do choro se encontram, o bicho pega. Surge uma forma de tocar que é ao mesmo tempo desafio e cumplicidade, mote e glosa. Quando os músicos são de gerações diferentes, podem ser professor e aluno, mestre e discípulo, e muitas vezes ao mais jovem é reservado o papel mais impetuoso, mais ornamentado. Para um leigo o jovem solista pode parecer mais brilhante, mas se não fosse o contraponto seguro e harmonioso do mestre, suas acrobacias soariam incompletas. Um é o arco, outro a flecha. Um é a corda e outro a caçamba, como diria Noel.

Pois um encontro desses que acontecem entre duas gerações de feras do choro está agora ao nosso alcance. Gravado com calma no ano passado, pouco a pouco começa a ser ouvido por alguns felizardos. “Remexendo” (Kuarup, 2005) é o encontro de dois grandes violões brasileiros: Euclides Marques e Luizinho 7 Cordas.

Quem lembra do dueto sublime entre Dino 7 Cordas e Raphael Rabello não vai se decepcionar. Quem vê ecos desse encontro na parceria entre Zé Barbeiro e Alessandro Penezzi, também vai perceber que há algo em comum. Luizinho é o mestre, Euclides o discípulo brilhante. 13 cordas vibrando com precisão pelos gêneros mais populares de nossa literatura musical. Uma coletânea que, longe de qualquer didatismo, passa em revista várias épocas e gêneros. Se alguém quiser mostrar prum gringo uma síntese do violão popular brasileiro, este é o disco.

Remexendo, a faixa-título, é uma virtuosa peça de Radamés Gnatalli, e os dois entram rasgando. Primeiro Amor, de Patápio Silva, tem primoroso arranjo. O grande Garoto não poderia faltar, e é lembrado com o esfuziante Jorge do Fusa (perdoem a infâmia do trocadilho...). Dilermando? O lindo Tempo de Criança, chorão até a medula. Pixinguinha? Tom Jobim? Baden Powell? Estão todos lá, em interpretações entusiasmadas de Desprezado, Samba do Avião e Berimbau. E como o Brasil é maior que o Brasil, as influências mais queridas dos nossos violonistas estão presentes com o Choro da Saudade, do paraguaio Agustín Barrios, e a estonteante Valsa Crioula, do venezuelano Antonio Lauro.

Ah, e tem Turuna, do Nazareth! E, delícia difícil de encontrar em disco, a Marcha dos Marinheiros, de Canhoto, contemporâneo de João Pernambuco, fechando o círculo. Além disso, participações mais que especiais de Paulo Moura, Laércio de Freitas e Quinteto em Branco e Preto. Luizinho 7 Cordas, referência de violão em São Paulo, já tocou com muita gente boa, e estava merecendo este holofote. E Euclides mostra que vem pra disputar espaço com os melhores bambas.

Remexendo é um CD que soa chorão de ponta a ponta, com a marca do talento de dois brilhantes violonistas que entraram no estúdio como quem entra num boteco mítico, observados pelos autores das peças que iriam tocar. E certamente saíram aplaudidos!

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