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CIDADE & REGIÃO

22/07/2015

Casas no Residencial Gimenes são ocupadas por famílias

Rafael Machi
Detalhes Notícia
A pensionista Creuza Bernardo, dentro de uma das casas, alega que está disposta a pagar todos os tributos

DA REPORTAGEM

O grupo de mulheres que aguardava definição da Justiça para a liberação de seis casas no Residencial Gimenes para que as mesmas fossem ocupadas acabou invadindo os imóveis que estavam vazias. Uma manifestação e a ameaça de invasão já eram realizadas por elas desde a última semana e o caso foi registrado pelo  DIÁRIO DE PENÁPOLIS no último domingo (19). As casas estavam vazias desde abril do ano passado, quando foi realizada a inauguração do bairro. As casas estariam desocupadas por determinação judicial, já que processos estão sendo analisados sobre o direito de ocupação do espaço por parte dos proprietários sorteados durante os trâmites de distribuição das moradias. A reportagem esteve no local na última semana para acompanhar as manifestações e constatou que os imóveis estão em situação de abandono. A fiação foi furtada e por isso não possuem mais energia elétrica. Além disso, torneiras e outras peças também já foram levadas por vândalos. Até mesmo o vaso sanitário de uma das casas foi retirado. Vidros de janelas também foram quebrados. Segundo constatado, o problema havia sido ocasionado pela facilidade que as pessoas têm de entrar no local, já que portas e janelas estão abertas, o que permite o livre acesso. De acordo com o próprio grupo, as casas estariam sendo usadas até mesmo para o consumo de drogas e atos libidinosos. A ação de vândalos tem danificado as casas desocupadas, mas também a própria ação do tempo. Em uma delas é possível ver paredes e teto danificados como mofo e lodo. Em outra, a ação de fungos danificou diversas portas, além de outras avarias. 

Ocupação
Ao retornar na manhã desta terça-feira (21) a reportagem constatou que as mulheres já estavam morando nas seis residências ocupadas. Diversas crianças também estão no local. Segundo uma das ocupantes, Márcia Santos Ribeiro, que possui quatro filhos morando com ela no local, mesmo ocupando as residências, a situação de quem está no local é precária. “Está difícil viver sem energia e água. Durante a noite estamos ficando sobre a luz de vela e com água estamos nos virando para conseguir com alguns conhecidos do bairro e parentes, o que nos deixa em uma situação bastante precária”, comentou. Dentro da casa ocupada por ela, já existem diversos móveis, como fogão, cadeiras, televisão, armários, panelas e alimentos não perecíveis. “Estamos cozinhando como podemos, bebendo a água que conseguimos com algumas pessoas e tomando banho na casa de outras”, disse. Para a pensionista Creuza Bernardo dos Santos, mesmo vivendo em uma situação difícil, esta é a única solução que possui para tentar sair do aluguel e melhorar de vida. “Na verdade ficamos indignados com a situação das casas. Existem muitas pessoas que precisam de moradias e estas ficam em uma situação de abandono. Não quero nada de graça, quero assumir as contas da casa, assim como todas as outras pessoas que também tiveram direito à moradia, por isso estou buscado os meus direitos”, ressaltou. Elas informaram que na segunda-feira (20) representantes da CDHU – responsável pelas casas – estiveram no local para acompanhar a situação das moradias. Elas disseram que foram informadas pelos funcionários que não poderiam fazer nada num primeiro momento pra retirar as famílias das casas, mas que acionariam a Justiça para que fossem retiradas através de uma Ordem Judicial. A reportagem tentou, mas uma vez, contato com a CDHU através de email, mas até o fechamento desta edição não obteve nenhuma resposta. 

Emurpe
Na matéria publicada no último domingo, o diretor administrativo da Emurpe, Evandro Tervedo Novaes, explicou que um equívoco no sorteio dos imóveis, foi o gerador do problema. Segundo ele, das mais de 230 casas construídas, nove teriam que ser destinadas para solteiros. Entretanto, no momento do sorteio, os responsáveis da CDHU acabaram sorteando mais do que deveriam como titulares. “Foram sorteados os titulares e depois os suplentes. Quando os titulares procuraram a prefeitura para tomar posse da casa foi percebido que as destinadas para solteiros eram insuficientes. O caso foi explicado para cada um deles e os sorteados excedentes seriam colocados como suplentes, o que não foi aceito por eles, que reivindicaram seus direitos junto à Justiça, já que haviam sido sorteados como titulares”, explicou. Com a ação judicial, as casas tiveram que ser interditadas, desta forma não puderam ser ocupadas por ninguém. Entre os nove imóveis que entraram na ação, três já foram ocupadas por pessoas que tiveram suas ações ganhas. As demais ainda aguardam a determinação do juiz. Depois da invasão às residências, a reportagem procurou a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Penápolis que informou que tanto a Prefeitura como a Emurpe não possuem autoridade para agir em casos como este, já que a responsabilidade das moradias é da CDHU, mas estão oferecendo todo o apoio para a CDHU e ao Poder Judiciário. A assessoria informou também que a CDHU teria feito um Boletim de Ocorrência sobre a ocupação e que já encaminhou ao Poder Judiciário um pedido para a reintegração de posse. Em relação ao fornecimento de água e de luz, a reportagem foi informada que somente será restabelecido quando as casas tiverem moradores definitivos.

(Rafael Machi)

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