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CIDADE & REGIÃO

06/11/2009

Casa da Mãe: Freis se manifestam sobre notificação extrajudicial

Os freis do Santuário São Francisco de Assis, em Penápolis, emitiram ontem a tarde um comunicado aos órgãos de imprensa da cidade sobre a notificação extrajudicial contra a idealizadora e voluntária da entidade Casa da Mãe, Isabel Castilho, em que determina que ela deva desocupar o espaço em 30 dias e das manifestações que estão sendo feita contra esta atitude feita pelos religiosos. O espaço onde funciona a Casa da Mãe, está localizado na avenida Expedicionário Diogo Garcia Martins, atrás do Santuário São Francisco de Assis, e foi cedido pelos frades capuchinhos que colaboram com o pagamento da água e luz do imóvel. Os demais voluntários dividem-se entre as tarefas diárias, que se inicia pela manhã e segue até o fim da tarde.  Em reportagem feita pelo Diário na semana passada, Isabel Castilho garantiu que só deixará o local mediante ordem de despejo, e mesmo que isto aconteça não deixará de fornecer alimentação para as pessoas que freqüentam o local. No total são servidas diariamente 80 refeições, totalizando 2.400 refeições mensais, incluindo café da manhã, almoço, jantar, sobremesa, alimentação esta doada pelos supermercados, empresários e açougues da cidade. Além das refeições, as pessoas recebem roupas e calçados que são doadas pela comunidade, tomam banho na própria entidade e uma vez por semana é realizado um trabalho de evangelização. A Casa da Mãe é aberta inclusive aos sábados e domingos, contando também com a arrecadação da venda de meias esportivas e sociais que variam de R$ 1,00 a R$ 2,00, além de pães caseiros. Confira o comunicado na íntegra emitido pelos freis sobre o assunto. (IA)

Carta aberta dos Freis à população sobre a Casa Mãe

Penápolis, 05 de novembro de 2009

Nos últimos dias estamos sendo bombardeados pelos meios de comunicação e por diversas pessoas a respeito do pedido de posse da sala que fica nas dependências do Santuário que é utilizada pela Casa Mãe, coordenada pela Sra. Isabel Castilho. Estão nos julgando sem levar em conta os 101 anos de história que nós Capuchinhos temos em Penápolis. Veja a nossa história, ela não surgiu agora. Até os anos 80 não existia Assistência Social na Cidade. Antes, tudo era feito pela a Igreja. Vejam os terrenos doados para o Educandário, para a Santa Casa, Cemitério... É por respeito aos mais de 101 anos da presença Capuchinha em Penápolis e região, que não podemos, de forma alguma, abaixar a nossa cabeça e permitir que mais uma vez o pobre seja instrumentalizado por pessoas para simplesmente alimentar o seu ego e sua vaidade. O já saudoso Dom Hélder Câmara costumava dizer: “se um pobre te pede um peixe, dá a ele o peixe. Mas não só! É preciso ensiná-lo a pescar.” Outros completam: “leva-o também até a barranca do rio, mostrando para ele onde tem peixe de fartura”.
Não é só dar o peixe. É preciso ensinar o outro a pescar, tirando-o da situação de miséria que ele se encontra. Se você dá só o peixe, não está mais fazendo caridade, pois ele sempre estará naquela mesma situação. A maior caridade que podemos fazer a alguém é tirá-lo da situação que ela se encontra, transformando a sua vida e resgatando a sua dignidade. Muitos nos julgam, dizendo que não somos Franciscanos nem tampouco vivemos aquilo que pregamos nas missas. É verdade, estamos muito longe do ideal Franciscano e evangélico. Jamais vocês ouvirão da boca de um Capuchinho que somos os únicos que vivemos o Evangelho, não somos perfeitos, nem tampouco santos. Temos consciência desse nosso limite. Ajude-nos a nos aproximar do ideal de São Francisco de Assis e de Jesus Cristo, mas não nos peça para sermos cordeirinhos e permitir que pessoas que se dizem ser as únicas a viverem o Evangelho e que são verdadeiras franciscanas, façam de forma arbitrária o que querem, sem ouvir os que estão em sua volta, querendo ajudar e apontar novos caminhos, firmando parceria. A Sra. Isabel Castilho recebeu autorização do Frei Mauro Aristides Strabeli, somente para costurar roupas e distribuí-las aos pobres. Aos poucos, sem a nossa autorização, e de forma arbitrária, ela foi ampliando o atendimento. Construiu banheiros, começou a distribuir comida, e nos últimos tempos está permitindo que pessoas morem na nossa sala. Desde o ano passado, que nós freis, juntamente com o Conselho de Administração do Santuário, estamos comunicando a ela que não é permitido ninguém pernoitar no local. Foi avisado inúmeras vezes que se ela continuasse com a teimosia, nós teríamos que solicitar a desocupação da sala. Também procuramos os seus familiares, falamos a mesma coisa, mas ela e seus familiares jamais nos deram ouvidos, inclusive, tratando-nos com desdém. Quando o Definitório Provincial esteve aqui há alguns meses, vendo pessoas dormindo no local sem a nossa autorização, tomamos a decisão de pedir a sala. Decisão esta, tomada em conjunto pelo Conselho de Administração do Santuário, os Freis de Penápolis e a Província dos Capuchinhos de São Paulo. Não é do Frei Cícero e nem tampouco do Frei Renato ou de outro Frei. É uma decisão de todos. A decisão não é contra os pobres, e, sim contra a maneira de como eles estão sendo atendidos. Não estamos acabando com o atendimento da Casa Mãe. Ele só não poderá ser feito nas dependências do Santuário, pois não concordamos com a maneira que ele está sendo executado, inclusive, tentamos organizar, firmando parcerias ou organizando uma ONG, para manutenção e continuidade do atendimento. Mas foi tudo em vão. Temos outros motivos, mas gostaríamos de nos reservar no direito de não comentar, pois são assuntos que só dizem respeito a nós. Agradeço pelo espaço cedido e só voltaremos a nos pronunciar sobre o assunto, após o desfecho final. Abraços fraternos a todos e nosso muito obrigado ao apoio recebido por inúmeros paroquianos e penapolenses.

Frei Cícero Araújo da Silva, pelos Freis e pelo Conselho de Administração do Santuário

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