Classificados

VÍDEOS

Penápolis no programa Cidade contra Cidade do SBT em 1989
Residência pega fogo em Penápolis

CLIMA

Tempo Penápolis

fale com o DIÁRIO

Fone Atendimento ao assinante & comercial:
+55 (18) 3652.4593
Endereço Redação e Comercial: Rua Altino Vaz de Mello, 526 - Centro - CEP 16300-035 - Penápolis SP - Brasil
Email Redação: redacao@diariodepenapolis.com.br
Assuntos gerais: info@diariodepenapolis.com.br

CIDADE & REGIÃO

13/04/2008

Cana-de-açúcar: Rendimento de até R$ 2 mil atrai milhares de nordestinos

A possibilidade de conseguir um rendimento mensal de até R$ 2 mil mais uma vez está atraindo milhares de nordestinos para as lavouras de cana-de-açúcar da região. Um levantamento preliminar efetuado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Penápolis indica que ao menos mil trabalhadores nestas condições já deixaram as cidades onde residem atraídos pela promessa de um bom salário. Piauí, Ceará, Maranhão e Alagoas são os Estados de origem destes trabalhadores. Uma vez aqui instalados, os cortadores também conhecidos como bóias-frias, se organizam e alugam residências para permanecerem durante o período. Na safra do ano passado, devido ao elevado valor que muitos trabalhadores receberam, muitos deles precisaram até fazer a declaração de Imposto de Renda.

Conforme destacou o presidente do Sindicato, João Felício Chótolli, para evitar que possíveis aproveitadores que fazem a intermediação dos trabalhadores com as usinas, os chamados “gatos”, venham a explorar estas pessoas, o sindicato ficará atento quanto à situação de cada um deles através de fiscalização. “Apesar da Imprensa noticiar constantes atos de exploração dos trabalhadores no Estado de São Paulo, em Penápolis este tipo de infração não se verificou nas safras passadas. Mesmo assim estaremos atentos”, prometeu o presidente.

Segundo o Sindicato, apesar de em média cada trabalhador rural ganhar em torno de R$ 1 mil, como o pagamento ocorre por produção, alguns chegam a faturar até R$ 2 mil ao mês. “É sem dúvida um bom valor e altamente atrativo”, reconheceu João Chótolli. Os trabalhadores permanecem na cidade durante toda a safra e ao final retornam de ônibus para as cidades de origem. Alguns chegam a fretar veículos para este fim. “Como a safra seguinte logo se inicia, cerca de três meses após a partida os trabalhadores já estão de volta”, explicou o sindicalista. A última safra, por exemplo, encerrou-se em dezembro e agora, em abril, a nova têm início.

Como forma de garantia e também para cumprir a Lei, as empresas interessadas em contratar estes trabalhadores precisam realizar o registro nas cidades de origem de cada um. Porém, como muitos vêm por conta própria, estes procedimentos acabam ocorrendo em Penápolis.

 

Sonho

Alguns dos cortadores consultados pela Reportagem confirmaram que o sonho de ganhar um bom dinheiro nesta região compensa a ausência da família. Mas, este início de safra, entretanto, em termos financeiros está frustrando o sonho de alguns dos entrevistados. Segundo o alagoano Adailson Santos Brandão, nos últimos dias está sendo oferecido o valor de R$ 0,45 o metro linear de cana cortada, o que, em média, dependendo do desempenho individual, dá para obter cerca de R$ 20,00 ao dia. “É muito pouco”, reclamou o trabalhador. Segundo ele, a empresa que o contratou, ao lado de outros 14 amigos de Cajueiro e Maceió, alugou um imóvel no centro de Penápolis, a menos de 50 metros do Banco do Brasil pelo valor de R$ 1.400,00 ao mês. Este valor, segundo ele, precisa ser rateado entre todos, o que gera uma despesa aproximada de quase R$ 100,00. Para outro consultado, Possiano de Moura, caso o rendimento não melhore dificilmente dará para sobrar algum dinheiro ao final da jornada que deverá durar até dezembro. “O sonho de conseguir um bom rendimento por enquanto não se concretizou e já nos trás preocupação”, reclamou Possiano.

 

Mecanização

Somente as usinas instaladas próximas a Penápolis, a Campestre e Diana (Avanhandava) irão contratar em torno de três mil cortadores de cana. Mesmo com o avanço do serviço feito por máquinas agrícolas, segundo João Chótolli a defasagem no tocante a mão de obra para este serviço ainda é grande em Penápolis. Caso não ocorresse a migração dos nordestinos dificilmente a meta das usinas seria alcançada. “Conseguir mão de obra na cidade está cada vez mais difícil já que Penápolis já não conta mais com números suficientes para este trabalho”, reconheceu o sindicalista. Um dos motivos está relacionado ao aumento das áreas de plantio e a outra pelo fato de muitos profissionais da cidade optarem por trabalharem para outras usinas da região. A partir desta safra a Usina Campestre deverá utilizar cinco colheitadeiras e a Diana, quatro. (SRF)

VEJA TODAS AS NOTÍCIAS

© Copyright 2024 - A.L. DE ALMEIDA EDITORA O JORNAL. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total do material contido nesse site.

Política de Privacidade