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CIDADE & REGIÃO

08/08/2013

Campestre terá nova Assembleia para discutir venda

Rafael Machi
Detalhes Notícia
Diversas pessoas participaram da Assembleia de credores promovida pela Usina Campestre

DA REPORTAGEM

 

Foi realizada durante todo o dia de ontem no Salão Social do Clube de Campo Lago Azul, a Assembleia Geral de Credores da Companhia Açucareira de Penápolis, a Usina Campestre. O encontro que estava previsto pra começar às 10h00, mas iniciou somente às 11h40, foi presidido pelo administrador judicial da Campestre, Ely de Oliveira Faria. Dentre as principais decisões está a criação de uma Unidade Produtiva Independente (UPI) e a suspensão da Assembleia pelo período de 15 dias para análise dos quesitos do edital para a venda do Parque Industrial da Campestre. Ao contrário do que se temia, o encontro foi realizado em sua primeira chamada como previa a lei, havia quórum suficiente para início dos trabalhos, 2.447 credores habilitados de um total de 3.149. Durante os trabalhos da Assembleia, o atual gestor judicial da Campestre, José Carlos Fernandes Alcântara apresentou aos presentes um balanço financeiro da usina realizando um comparativo do antes e o depois de seus trabalhos iniciados em março de 2010, conforme o plano de Recuperação Judicial da Usina Campestre. De acordo com o que foi apresentado pelo gestor, na época a Campestre apresentava grandes dificuldades financeiras, havendo falta de mercadorias em estoque, apenas R$ 30 mil em caixa e ainda a falta de energia na empresa, já que a mesma estava cortada pela companhia por falta de pagamento. Alcântara apontou ainda em seu balanço que durante o processo de organização da dívida tributária, que até então não era conhecida, foi descoberto um prejuízo para a empresa de pelo menos R$ 800 milhões. Os dados apontados pelo gestor mostraram também que até o momento foram pagos R$ 47,5 milhões em dívidas. Deste total somente os credores receberam R$ 15 milhões. Os passivos tributários também foram apontados pelo gestor, sendo este de um total de R$ 712 milhões, das quais R$ 2.898 milhões são de esfera municipal, R$ 534.411 milhões da Estadual e R$ 175.012 da esfera Federal. Neste período de três anos de recuperação a Campestre conseguiu quitar R$ 63 milhões, em dividas tributárias. A movimentação da usina no período de safra também foi comentada pelo gestor, que anunciou que a Campestre moeu 1,380 milhões de toneladas de cana no ano de 2010. No ano seguinte 1.102 milhões de toneladas. Em 2012 o total de cana moída foi de 1.584 milhões de toneladas, enquanto a estimativa para esta safra (2013) é de que a Campestre alcançasse 2 milhões de toneladas de cana. Alcântara mostrou ainda, através de gráficos que a Campestre vendeu seu produto final com preços acima do mercado nos últimos anos, conseguindo uma redução de custos, principalmente em relação ao consumo de energia, que sempre foi grande preocupação da empresa. Desde dezembro de 2012, a empresa acumulou cerca de R$ 34 milhões de novas dívidas, atingindo um total de R$ 1,260 bilhões de passivos.

 

Parque Industrial

Outro assunto bastante discutido durante a assembleia foi em relação à proposta feita pelo Grupo Clealco. Assim como já divulgado no DIÁRIO, a intenção do grupo é a compra do Parque Industrial através de leilão, ofertando R$ 97.658.000,00, quantia fixa e irreajustável. Além disso, a Grupo prevê também o investimento de R$ 66 milhões para a manutenção da estrutura e equipamentos, além de um capital de giro em torno de R$ 100 milhões para financiar as atividades operacionais. Este último valor julgado necessário para que a Usina volte a sua rotina normal em um prazo de cinco anos. Desta forma, a Clealco estaria disposta a desembolsar a quantia total de R$ 263,7 milhões. Após a apresentação da oferta do grupo, outros credores também manifestaram o interesse na compra do Parque Industrial. No entanto, foi feito o pedido de que uma nova avaliação da estrutura fosse realizada e um edital publicado. Até mesmo acionistas da companhia apresentaram sugestões para uma possível venda completa da Campestre. As propostas foram analisadas pela Assembleia e novas sugestões surgiram para a conclusão do processo.

 

Resultados

Durante o encontro decidiu-se pela criação da UPI além da suspensão da Assembleia para análise do edital de venda do Parque Industrial da Campestre. Desta forma, será constituído um grupo com representantes das categorias para a análise das sugestões. Uma nova Assembleia deverá ser instituída para nova discussão e aprovação ou não da venda do Parque Industrial. Ficou decidido que o atual gestor judicial, José Carlos Fernandes de Alcântara, permanecerá à frente dos trabalhos da Campestre. Ele foi aprovado com 91% dos presentes com direito a voto. O gerente agrícola da Campestre, Marcos Brandão, chegou a ser indicado para assumir o cargo, mas se recusou por motivos particulares, nenhum outro nome foi sugerido para concorrer ao cargo com Alcântara. A Assembleia rejeitou a proposta de alteração do Plano de Recuperação Judicial que visava conceder benefícios aos fornecedores parceiros, dando prioridade a eles na hora de receber os créditos referentes à venda do Parque Industrial. Com relação ao pedido de falência, feito por um dos credores em junho deste ano, o assunto não foi discutido pela Assembleia, pois não houve interesse por parte dos próprios credores. (Rafael Machi)

 

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