Caixa Federal iniciará novo pagamento da Campestre na terça-feira

DA REPORTAGEM

A Caixa Econômica Federal de Penápolis começará a pagar, a partir da próxima terça-feira (28) os R$ 6,5 milhões referentes à Companhia Açucareira de Penápolis, a Usina Campestre, para credores extraconcursais e trabalhistas de classe I, II e III. A liberação deste montante foi anunciada em junho deste ano após decisão favorável do Tribunal de Justiça de Penápolis, entretanto, ainda dependia de ação da empresa Rio Doce, que manifestava o direito de receber, do montante total, R$ 5,8 milhões referentes aos seus créditos pendentes na ação da Campestre. 
De acordo com o gerente da Caixa, Estevão Neri Monteiro, todo o procedimento para o pagamento será feito da mesma forma como ocorreu no ano passado, quando o primeiro pagamento havia sido autorizado pela Justiça. Segundo ele, as pessoas que têm direito a receber não precisam se preocupar, já que tudo será feito de forma organizada e de acordo com os agendamentos. “Assim como ocorreu na última vez, o trabalhador deverá procurar o Sindicato do Trabalhador Rural de Penápolis para retirar sua senha e agendar o atendimento na Caixa. Não precisa haver preocupação em relação ao prazo, já que todos aqueles que têm direito irão receber seus pagamentos, basta que o agendamento seja feito”, comentou. Monteiro explicou que são esperadas cerca de 80 pessoas por dia para o procedimento no banco, que fará um esquema especial de trabalho. 
“Os atendimentos agendados pelo Sindicato iniciarão às 09h00 para que possamos atender a demanda com tranquilidade. Mesmo quando o atendimento ao público for iniciado pela agência, às 11h00, não haverá prejuízos, garantindo o atendimento agendado para os pagamentos e também para os clientes Caixa”, ressaltou. Monteiro ressaltou que para que o pagamento referente à Campestre seja feito de forma tranquila e organizada, é necessário que os trabalhadores colaborem com o processo, principalmente agendando o horário de atendimento junto ao banco. “Apesar do grande número de pessoas que receberam o dinheiro no último pagamento autorizado pela Justiça, não houve registro de problemas, já que os interessados faziam seus agendamentos junto ao sindicato e aqui no banco eram atendidos conforme horário estipulado por isso, estamos pedindo a mesma compreensão para que desta vez também possamos realizar os pagamentos de forma tranquila”, ressaltou. 
Os credores maiores, aqueles que possuem mais dinheiro a receber junto à Caixa, também terão seus atendimentos agendados, entretanto este procedimento será feito pela própria agência através de contato para o procedimento. 

Agendamento
Os agendamentos para os trabalhadores serão feitos a partir das 08h00 de segunda-feira (27) na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Penápolis, localizado na avenida Marginal Maria Chica, 1.028. De acordo com o responsável pelo setor, Paulo César Marques, o Carijó, o agendamento será feito por ordem de chegada, entretanto, não há necessidade de desgaste em filas, já que todo trabalhador que procurar o sindicato terá seu agendamento garantido. “Vai funcionar assim: o trabalhador que chegar pela manhã já agendará seu atendimento para terça-feira. Caso os agendamentos para terça-feira se esgote automaticamente o trabalhador terá seu atendimento para quarta-feira e assim sucessivamente. Desta forma garantimos ao trabalhador o agendamento de seu atendimento junto à Caixa, garantindo ainda a tranquilidade no banco e a certeza de que o pagamento será feito de forma ordeira”, explicou. 
Carijó explicou também que no momento do agendamento, os trabalhadores serão orientados quando aos documentos que devem ser levados até a agência para o atendimento. Da mesma forma como no primeiro pagamento, ele será feito apenas ao titular. As pessoas que têm valores para receber, mas que retornaram para suas respectivas cidades terão que vir até Penápolis, salvo os casos em que há a definição de procuradores. Os documentos necessários para a retirada são: cópia e cédula original do RG, CPF e comprovante de residência. Somente o agendamento no sindicato será permitido por outra pessoa representando o titular. 
“Tenho certeza que seguindo estas orientações, de acordo como que foi feito no primeiro pagamento, as pessoas não terão problemas para receber seus respectivos valores. Tudo está sendo feito de forma organizada para resolver esta situação da melhor maneira possível”, finalizou Carijó. 

Valores
Este pagamento está sendo realizado de acordo com sentença proferida pelo juiz Marcelo Yukio Misaka. Desta forma, uma lista de credores foi apresentada pelo administrador judicial da usina, Dr. Ely de Oliveira Faria, ao Ministério Público, Grupo Clealco e acionistas. De acordo com a tabela de pagamentos apresentada pelo administrador judicial e anexada ao processo; do montante liberado, R$ 1,7 milhão será destinado ao pagamento dos credores extraconcursais, enquanto que entre os trabalhadores de classe I, II e III será rateado o montante de cerca de R$ 4,8 milhões. 
De acordo com o que foi apurado pela reportagem do DIÁRIO DE PENÁPOLIS, dos R$ 43,2 milhões que deveriam ter sido pagos em outubro do ano passado, sobraram ainda quase 2,5 milhões. Parte deste montante, que ficou depositado em juízo, será usado para o pagamento deste 2º rateio, sendo R$ 1,3 milhão empenhados.

Compra
A Clealco adquiriu a UPI da Usina Campestre por R$ 187 milhões depois que a Campestre passou por processo de recuperação judicial. Deste total, R$ 97 milhões foram ativos para a compra do Parque Industrial que foram parcelados até o ano de 2018. O restante é destinado ao pagamento de dívidas com a união, conforme previsto no edital de venda. 
A Clealco realizou o pagamento de R$ 54 milhões, sendo que em 2015, 2016, 2017 e 2018, as parcelas serão de R$ 1,3 mi (em abril), R$ 5,2 mi (em agosto) e R$ 6,5 mi (em dezembro, com exceção de 2018). O valor oferecido pelo Grupo Clealco foi abaixo do valor mínimo estimado para a venda, que era de R$ 315 milhões. Com isso, a proposta precisou ser aceita pelos credores em Assembleia Geral de Credores. A prioridade no pagamento das dívidas ficou com fornecedores e trabalhadores da Campestre.

(Rafael Machi)