Breakdance: B-boy Pelé busca recurso para festival na Holanda

DA REPORTAGEM

O penapolense Álvaro Luis Bastos, o B-boy Pelé, participará em agosto de 2018 de um campeonato internacional de Breakdance e outras danças urbanas que acontece em Amsterdã, na Holanda. Chamado de Festival The Notorious IBE é o maior evento de rua no mundo, sendo realizado há 15 anos naquele país. Mas também já foi realizado em outros países, como no Brasil em 2016, oportunidade em que Pelé pôde acompanhar a apresentação de diversas referências deste tipo de dança. Desta vez, o penapolense terá a oportunidade de participar com grandes nomes, que recebem patrocínios de marcas internacionais. 
Pelé revelou que participará juntamente com um grupo formado por jovens de cidades do interior paulista, como Birigui e São José do Rio Preto. “Para isso estamos treinando desde já nossas apresentações, além de participar de eventos pelo estado, o que tem nos proporcionado mais conhecimento e também experiência para que possamos representar o Brasil e nosso interior nesta competição que é a mais importante na categoria”, comentou. 
Para sua participação é necessário que ele consiga angariar fundos para custear a viagem e também sua estadia na capital holandesa. “Estou trabalhando desde já sobre isso. É necessária uma grande quantia em dinheiro, e eu sou responsável pela arrecadação, já que não possuo patrocinadores, quanto antes eu conseguir, mas cedo confirmo minha participação neste importante evento internacional”, revelou. 
Ele está promovendo uma Ação Entre Amigos no valor de R$ 10 que sorteará, no dia 23 de setembro, um kit churrasco ou a quantia de R$ 400, conforme a vontade do ganhador. “Tive o apoio de uma gráfica que me cedeu os talões, que estou vendendo na cidade. Estou me empenhando ao máximo para isso”, disse. Pelé revelou que um convite havia sido feito para que ele pudesse participar do evento ainda este ano, mas a falta de recurso e compromissos assumidos o impossibilitou de participar. “Tive que pensar na faculdade e também no meu emprego. Já no ano que vem consigo me programar e arrecadar este dinheiro, já que não possuo recursos para isso”, revelou. 
Para ele, é uma honra poder representar o Brasil e a cidade de Penápolis. “Fico muito feliz, pois mostra o reconhecimento que estou tendo dentro do Breakdance. Gosto muito disso e venho me dedicando cada vez mais. Além disso, estou vencendo preconceitos de pessoas que não acreditavam que eu conseguiria chegar longe nesta modalidade. Hoje tenho o respeito e admiração das pessoas, que reconhecem meu talento e minha dedicação”, destacou. 
Além da Ação Entre Amigos, Pelé também busca empresários que se sensibilizem com seu trabalho e estejam dispostos a ajudar neste projeto para 2018. Todos os interessados em ajudá-lo, de alguma forma, podem entrar em contato através do telefone (18) 99688-7172. 

Breakdance
A dança de rua surgiu com os negros das metrópoles Norte Americanas. As primeiras manifestações aconteceram na época da grande crise econômica dos EUA, em 1929, quando os músicos e dançarinos que trabalhavam nos cabarés ficaram desempregados e foram para as ruas fazer os seus shows. O Breakdance espalhou-se entre os gangs de Nova Iorque, que por volta do fim da década de 60, respondiam à opressão social com violência brutal (era comum o confronto armado).
O Breakdance é executado através de gestos bruscos e por vezes acrobáticos, dos quais se destacam os movimentos ondulatórios do corpo, a rotação apoiado apenas na cabeça ou nas costas, os movimentos das pernas tipo moinho de vento ou o arrastamento dos pés.
Desde 1982, Nelson Triunfo e a posse Funk Cia, já mostravam o Breaking na movimentadíssima Rua 24 de Maio, no coração de São Paulo. Quando a “brincadeira” acabou por lá, a estação São Bento tornou-se, para sempre o templo dos B-Boys de todo o Brasil. Lá se formaram crews que mereceram a história do Breaking, como Crazy Crew, Street Warriors, Nação Zulu, Fantastic Force, Jabaquara Breakers e Back Spin Kings.
Em 1999 aconteceu o primeiro campeonato brasileiro de Breaking, que contou com a participação de muitos grupos. No ano 2000 foram mais de 30 crews de todo o país mostrando que o Breaking tomou conta da cultura popular e passou a crescer desde então.

(Rafael Machi)